Falando de Bola
De volta ao trabalho e as colunas, após um merecido descanso de férias, quando pude desbravar o norte do país, mais precisamente as cidades de Belém, Paragominas e a maravilhosa Ilha do Marajó, com sua enorme quantidade de búfalos, retorno ao convívio dos amigos leitores do "Falando de Bola".
Graças a tecnologia, que nos permite acompanhar jogos via internet, pude acompanhar um pouco da vitória no Atletiba, e também o horroroso empate contra o Prudentópolis, que concedeu ao time da "cidade das cachoeiras" o seu primeiro ponto no campeonato.
Não vou analisar individualmente as partidas, principalmente porque uma vitória em um clássico sempre nos deixa em estado de euforia, o contrário do empate contra o lanterna do campeonato, que com certeza nos daria a sensação de que tudo está errado.
E este misto de sentimentos não nos permite analisar criteriosamente a situação pela qual o Coritiba passa.
E independente dos resultados até o momento, que confere ao Coritiba a terceira posição no campeonato, classificação esta que não condiz com a grandeza estadual do clube, principalmente se considerarmos que o seu maior rival só colocou seu time titular na última rodada, o fato é que a luz amarela já deve estar sendo ligada lá pelas bandas do Alto da Glória.
Já foi exaustivamente falado por aqui que o Coritiba perdeu suas principais peças para a temporada, mas isso já passado, não podemos mais ficar lamentado as ausências de Vanderlei, Robinho, Alex e Joel.
De positivo, até o momento, o melhor aproveitamento dos jogadores formados no clube, principal fator que poderá, um dia quem sabe, levar o Coritiba a competir em melhores condições com os grandes do futebol nacional.
Porém, este fato se torna um pouco ilusório, uma vez que jogadores como Vaná, Luccas Claro e Dudu há tempos já fazem parte do grupo principal. O mesmo se aplica a outros jovens que compõe o elenco como Zé Rafael, Eberson, Bonfim, Wallison, Paulo Otávio.
Raphael Lucas há dois anos também faz parte do elenco profissional, porém após uma cirurgia delicada ganhou espaço e tem feitos gols. O jovem atacante sim pode ser colocado como uma jovem revelação, mas os demais não.
Portanto, com exceção de Raphael Lucas e do goleiro Samuel, os demais já estão a algum tempo no elenco profissional.
O Coritiba só colocará em prática realmente a política de um melhor aproveitamento das categorias de base, utilizando os jovens que estão ainda nas categorias abaixo. Aí, a torcida saberá se o clube está dando uma ênfase maior na formação de atletas.
Após seis rodadas, está se caracterizando a formação de uma boa linha defensiva, protegida por volantes de boa técnica e que fazem a equipe ter uma boa saída de bola da defesa para a meia-cancha ofensiva, porém ainda está longe de achar jogadores com as características de armação e chegada ao ataque.
E a carência na armação ficou evidente na partida contra o Prudentópolis. Os atacantes Raphael Lucas e Wellington Paulista praticamente não receberam bolas em boas condições durante a partida inteira.
O meia Rodolfo, jogador no elenco que mais se aproxima das características de armador, ainda se mostra tímido, e fez uma partida muito discreta, quando recebeu sua primeira chance como titular.
A entrada de Dudu em seu lugar, não melhorou a armação de jogadas ofensivas da equipe, uma vez que o jogador tem mais características de meia-atacante, e com isso foi colocado para atuar aberto pelo lado esquerdo, formando praticamente um trio de atacantes, com Raphael Lucas, centralizado, e Wellington Paulista aberto pelo lado direito.
Com isso a armação ficou por conta dos volantes e de Negueba, um jogador mais com características de atacante do que armador, mas os atletas não conseguiram criar jogadas, e o Coritiba não saiu do zero.
A escalação de Mazinho como titular também não melhorou a produção ofensiva do time, pois o jogador tem como característica a velocidade e contra adversários que jogam com dez atrás da linha da bola, a possibilidade de contra-ataque praticamente inexiste.
Com as opções que o time Alviverde possui em seu elenco para a meia-cancha, fica cada vez mais nítida a necessidade da contratação de um ou mais jogadores para ajudarem nesta função.
Após os seis jogos disputados no Estadual até o momento, nota-se que o Coritiba tem boas peças para formar um time, principalmente do meio para trás, mas o meio para a frente precisa ser reforçado para que o time possa disputar o Campeonato Brasileiro em boas condições.
E não podemos esquecer que o Brasileirão começa daqui dois meses, portanto é hora do Departamento de Futebol estar monitorando e garimpando jogadores por aí.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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