Falando de Bola
Decepção. Esta é a principal palavra para descrever os cinco primeiros jogos do Coritiba no Campeonato Paranaense.
De 15 pontos, apenas 5 conquistados e uma única vitória frente ao Paraná Clube. Empates contra Arapongas e Cianorte e derrotas para o Maringá e Atlético/PR.
Muito pouco para um time da grandeza do Coritiba, mesmo levando-se em consideração tratar-se da colocação em campo de um time alternativo.
Poucos “guris” mostraram futebol para serem incorporados ao time principal, porém sou partidário de que é muito mais complicado mostrar um bom futebol quando se é escalado em um time totalmente novato, quando o mais velho era Keirrison, que luta para voltar a mostrar um bom futebol, com 25 anos.
Talvez a tarefa de ir entrando no time aos poucos, atuando ao lado de jogadores mais qualificados tecnicamente e com mais experiência e liderança, facilitaria a vida dos novos jogadores, mas a maioria deles não aproveitou a grande chance que tiveram mesmo atuando em um time alternativo.
O craque se sobressai mesmo em um time alternativo. Ele dá qualidade, mostra raça, orienta o time, faz a diferença. E para Zé Rafael e Thiago Primão que eram vistos como craques, a confirmação ficou longe de acontecer dentro de campo.
É óbvio que alguns mostraram um futebol abaixo da média, como Zé Rafael, Thiago Primão e Djair, três jogadores que foram vistos como grande promessas, mas ao que parece ficarão pelo meio do caminho como tantos outros que já passaram por aqui.
A principal dúvida que fica é se estes três atletas, teoricamente conhecidos como atletas qualificados, merecem uma última chance para mostrarem seu futebol ao lado de jogadores como Alex e Deivid, que tem totais condições de auxiliar estes jovens nesta tentativa de afirmação no grupo principal.
Além disso, eles possuem contrato com o Coritiba e a comissão técnica precisa avaliar se eles ainda possuem utilidade dentro do grupo ou se é preciso que sejam emprestados para tentarem desenvolver seu futebol.
Às vezes penso que estes jovens precisariam ser emprestados para clubes menores, sem estrutura, para darem valor ao clube que defendem atualmente. Mas será que isso realmente adianta ou é apenas uma utopia, pois Djair e Primão já foram emprestados para outros clubes e não desenvolveram um bom futebol quando retornaram ao Coritiba.
O paternalismo que os empresários adotam com os seus atletas e a forma em que os mimam podem estar influenciando o desempenho do jogador, já que a “cabeça fica nas nuvens” com as promessas de contratos futuros em equipes de fora do Brasil, quando se esquecem que não estão se dedicando como deveriam no presente.
Os casos de Djair, Thiago Primão e Zé Rafael são os mais emblemáticos, por tratar-se de jogadores de enorme expectativa e que foram justamente os três que mais decepcionaram.
Aliás, é impressionante o semblante "blasé" que alguns jogadores mostram dentro de campo. O jeito "sangue nos olhos" combina muito mais com quem tem a vontade de vencer na vida.
Dos que hoje poderiam ser incorporados ao time principal, o goleiro William Menezes, os zagueiros Wallysson e Bonfim, o meia Denner e os atacantes Keirrison e Maykon.
Keirrison, que não marcou nenhum gol nas cinco partidas, deverá crescer de produção ao lado de companheiros mais qualificados e que o deixem em condições de concluir a gol, fato que praticamente não aconteceu nestas partidas, devido ao isolamento em que o jogador atuou.
Outro atleta que pode ser mais bem avaliado é o volante Ícaro, que mostrou qualidade na transição de bola e pode ser uma boa alternativa para a função de volante.
Tem coisas no futebol que não entendo. O atacante Keirrison atuou isolado nas quatro primeiras partidas. A entrada de Anderson Aquino no Atletiba foi justamente para o Coritiba ter um atleta mais próximo do centroavante.
Mas na volta do intervalo, Zé Carlos tira Anderson Aquino ( saída correta devido a pouca participação do atleta e a falta de ritmo) para colocar Zé Rafael, justamente o jogador que não tinha cumprido o seu papel de aproximação nas quatro primeiras partidas.
O que Zé Carlos achou que mudaria com a entrada de Zé Rafael?
O mais correto seria a entrada de Anderson Bartola, que deixaria o Coritiba mais ofensivo e abriria a possibilidade de jogada pelas laterais.
O treinador Alviverde ainda cometeu outro equívoco, quando deixou o Coritiba com apenas um zagueiro, tentando recuar Ícaro, para enfrentar os três atacantes atleticanos. Isso abriu um buraco no meio da defesa, setor em que o Atlético chegou ao segundo e terceiro gol.
Talvez uma possibilidade após a expulsão de Igor Leandro, seria a entrada de um zagueiro e de Bartola, nos lugares de Thiago Primão e Anderson Aquino, fazendo uma linha de quatro na zaga, deixando Ícaro na proteção e os meias Dener e Dudu armando as jogadas para os atacantes.
Mas tudo na teoria é muito fácil, o difícil são as tomadas de decisões corretas.
O fato é que Zé Carlos não trabalhou bem nos cinco jogos que teve para comandar o time principal.
Para o bem da Nação Alviverde, Alex e Cia estarão em campo na próxima partida.
Será a oportunidade para ver o que o Coritiba 2014 tem a oferecer ao seu torcedor, e como os novos atletas, com expectativa maior para Roni, Zé Eduardo e Norberto, desempenharão seu papel com a camisa Alviverde.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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