Falando de Bola
Na época em que o Supremo Tribunal Federal tenta trazer um pouco de justiça ao povo brasileiro punindo as pessoas envolvidas no caso do “mensalão”, mesmo que, em alguns casos, não ocorra unanimidade, outro assunto começa a estampar a capa de jornais, revistas e sites brasileiros.
O gol de mão marcado pelo argentino Barcos, na derrota para o Inter levanta a polêmica de que trata este texto.
Sem ter a qualidade, para escrever sobre termos jurídicos, como o excelente Felipe Rauen, blogueiro do site, me apego a questões populares, sobre o que é certo ou errado neste caso.
Não entrarei no mérito se a decisão do juiz em voltar atrás foi correta ou não. Isso não vem ao caso.
Mas sim o fato de que o gol foi marcado de maneira irregular. O fato de ter usado a mão para ludibriar a arbitragem e os adversários, deveria, no mínimo, render a Barcos um cartão vermelho.
E o fato de ter se omitido em dizer a verdade na hora, admitindo o seu erro, deveria levá-lo a sofrer uma punição exemplar, para que os atletas que tentam usar a “malandragem” não tenham a mesma atitude.
Mas pior do que Barcos, foi o técnico Gilson Kleina, que tenta justificar a sua incompetência a frente do time do Palestra, se apegando em um gol irregular para conseguir um mísero ponto, que acredita ajudará o seu time a escapar da segunda divisão.
Piores ainda são os dirigentes do clube paulista que foram ao STJD para tentar anular a partida. E não ridículo quanto o Palmeiras foi o STJD que acatou o protesto e suspendeu, por hora, o resultado do jogo.
No fundo torço para que esta partida seja anulada, para que em um novo jogo, o time gaúcho goleie sem piedade, afundando ainda mais o time palmeirense, que deverá voltar ao lugar que merece, a segunda divisão.
E o futebol brasileiro ficará reconhecido mundialmente pelo fato do STJD ter anulado um jogo, onde um clube teve corretamente um gol anulado, marcado de forma irregular.
Deixo aqui a minha admiração pelo goleiro Marcos, grande ídolo do Palmeiras, que publicamente se manifestou contrário a anulação desta partida.
Quando o alemão Miroslav Klose, atleta da Lazio, admitiu ter usado a mão para fazer um gol contra o Napoli, a partida estava empatada em 0x0. O gol daria a vantagem ao placar ao time de Roma. O placar acabou 3x0 para o Napoli. Mas a lição de que ficou foi da honestidade e hombridade de Klose, manchete no mundo inteiro.
Por outro lado, a idolatria pelo craque Alex na Turquia mostra o quanto a pessoa pode ser reconhecida quando se tem um grande caráter.
Alex sempre honrou a camisa do Fenerbahce dentro de campo. Fora dele sempre procurou se adaptar aos costumes do país em que vivia.
Aprendeu a falar turco, matriculou suas filhas em uma escola turca, e nas entrevistas sempre demonstrava um grande respeito pelo povo turco.
O resultado disso foi simplesmente uma estátua em frente ao estádio do Fenerbahce, honra que nem grandes nomes locais da história daquele clube possuem.
Quando se tem caráter, os resultados aparecem naturalmente. A mentira, a falsidade e a falta de caráter só fazem parte daquele que é fracassado.
Em um país onde a mentira, falsidade, roubalheira e corrupção fazem parte da cultura de grande parte dos nossos governantes, não é de se espantar que até aqueles que deveriam ser exemplos para nossas crianças, tentem usar de subterfúgios para obter vantagens.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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