Falando de Bola
Não foi o placar que a torcida Alviverde esperava. O apertado, somente no placar, resultado de 2x1 frustrou grande parte da torcida que imaginava um placar elástico sobre o maior rival, tamanha a superioridade técnica Coxa-Branca.
Por outro lado, o resultado de vitória devolveu a liderança ao Coritiba, que decidirá o turno contra o Londrina, no norte do Estado, jogando com a vantagem de poder empatar para sagrar-se campeão da primeira metade do campeonato.
Dentro de campo a superioridade Alviverde foi notada durante toda a partida. Até mesmo no segundo tempo, quando o Atlético conseguiu diminuir o placar, no segundo e último chute que chegou a meta de Vanderlei.
No restante da partida, chances e mais chances sendo desperdiçadas.
No primeiro tempo, após o gol de Deivid, o Coritiba deu a impressão que iria golear. Mas o choque de Gil com o goleiro adversário e conseqüentemente a expulsão do atacante Deivid esfriaram os ânimos dos jogadores Alviverdes.
A segunda etapa foi marcada pela sonolência do time Alviverde e pela inércia do fraco time atleticano. O resultado desta combinação só podia acabar em um marasmo de dar sono até mesmo no torcedor mais elétrico.
O Atlético até diminui o placar, culpa mais da sonolência Coxa-Branca do que propriamente de virtudes do time adversário. O gol atleticano foi fruto de um lance esporádico, onde em nenhum momento a vitória do Coritiba foi ameaçada.
Mas já era tarde e não havia tempo para mais nada. Nem mais um gol do Coritiba, como também para a reação atleticana.
No Alviverde destaque para o craque Alex, que começa a dar sinais do grande jogador que é.
Comandou a meia-cancha, deu passes e lançamentos perfeitos e ainda foi o responsável pela assistência que resultou no gol do zagueiro Pereira.
Ainda colocou duas bolas na cabeça do zagueiro Leandro Almeida, que quase acabaram em gols.
O time do Coritiba precisa aproveitar melhor esta característica de Alex, procurando chamar faltas próximas a área adversária.
Outros dois jogadores que merecem destaques foram o zagueiro Leandro Almeida, muito seguro na parte defensiva e aparecendo bem no ataque, além do lateral Patric, que deu uma canseira nos defensores atleticanos, e começa a se firmar definitivamente no time.
O destaque negativo, apesar do gol marcado, foi o atacante Deivid, expulso pela segunda vez no campeonato.
É muito difícil julgar de fora o que aconteceu no calor da discussão, mas um jogador experiente como ele não pode nunca se envolver em uma briga com um “juvenil”, principalmente quando o jogo já estava decidido.
Deivid tinha a obrigação de ser prudente e lembrar que o Coritiba decidirá o turno em um jogo dificílimo fora de casa, e que a sua presença seria fundamental para o time trazer um bom resultado e o título de Londrina.
O maior prejudicado com a expulsão durante o jogo foi o próprio atacante, que vinha fazendo uma boa partida e poderia deixar mais gols na meta atleticana.
As “bobagens” ditas por aí de que Deivid precisa de um banco ou está pensando em ir embora do Coritiba não fazem nenhum sentido.
O que precisa acontecer é uma boa conversa do departamento de futebol e dos líderes do elenco com ele, para que este fato não se repita.
Isto é trabalho para Felipe Ximenes, para o técnico Marquinhos Santos, e para os atletas Alex, Pereira e Lincoln.
A entrada criminosa do goleiro Santos no polivalente Gil manchou a partida de ontem, prejudicando muito o Coritiba que vinha encurralando o adversário.
O lance que foi acompanhado de perto pelo bandeira poderia resultar em uma grave contusão para o jogador Coxa-Branca, hoje o principal “motorzinho” do time.
Nas imagens, após o jogo, é claramente possível perceber que o goleiro atleticano foi totalmente imprudente e desleal, indo com os pés levantados, mostrando e cravando as travas de suas chuteiras no joelho de Gil.
O mínimo que o juiz poderia fazer era marcar o pênalti e advertir o goleiro, e se quisesse até expulsá-lo, mas infelizmente optou pela solução mais fácil, que foi a de proteger o “arqueiro” dentro de sua área.
Este lance e o gol mal anulado de Alex, que em nenhum momento encostou no goleiro, apenas comprovam o que vem se falando insistentemente nos últimos tempos: o péssimo nível da arbitragem brasileira.
O “senhor” Edivaldo Elias da Silva é mais um “fruto” da decadente “árvore” de apitadores do quadro nacional.
Enquanto os “juízes” forem amadores, o futebol, esporte que movimenta milhões de reais, somente no Brasil, viverá constantemente situações como as vistas no jogo de ontem, onde amadores são escalados para dirigir partidas importantíssimas sem nenhum tipo de preparo, seja técnico, físico ou emocional.
A inércia em se profissionalizar e regulamentar a “profissão” de juízes de futebol pode até ter vários interesses que não sejam o bem do futebol. Mas aí eu já estaria entrando em uma esfera que transcende os limites de minha inteligência.
O difícil jogo contra o Londrina vale o turno da competição. Mesmo sem saber, a Federação Paranaense de Futebol deu um “bola dentro” ao marcar este jogo para a última rodada.
A emissora de televisão agradece, pois deverá ter uma grande audiência, não só em Curitiba, como também no Paraná inteiro.
Dentro de campo, o Coritiba é favorito. Tem mais time e ainda joga com a vantagem do empate.
O Londrina tem um time taticamente acertado e jogará com o apoio do seu torcedor. Contará ainda a seu favor com o forte calor que deverá fazer naquela região no horário do jogo.
Mas o Coritiba deverá prevalecer a sua superioridade técnica e trazer o resultado que lhe dará o título.
A torcida Alviverde deverá se mobilizar e levar o apoio, “in loco”, aos jogadores.
Que ganha com isso é o futebol paranaense, que volta a ter uma “decisão” entre a capital e o interior, garantindo a rivalidade e a motivação do campeonato regional.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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