Falando de Bola
Em 2007, a Chapa da oposição trouxe aos sócios Alviverdes o tal "Projeto Vencer", muito bonito na teoria, que revolucionaria o Coritiba e tinha como objetivo tirar o presidente Giovani Gionédis, que estava desgastado pelos resultados dentro de campo e pela sua relação com o torcedor Alviverde.
Muito dos que faziam parte da chapa de Jair Cirino, candidato a presidente do "Projeto Vencer" era conselheiros da gestão Gionédis e viraram oposição a chapa que os tinha elegido.
O resultado da gestão Cirino todos já sabem, e entre festas caras, plano de sócios obscuro, viagens de diretores pelo mundo, acabou tendo como "ápice" o rebaixamento para a segunda divisão no ano do centenário do clube em uma partida contra o Fluminense que nunca mais sairá da cabeça do torcedor Alviverde e que foi marcada como um dos episódios mais tristes do futebol nacional, com a "guerra" entre e a torcida e a polícia militar dentro do gramado do Couto Pereira.
O clube estava destruído no final do mandato da chapa do "Projeto Vencer", que ironicamente encerrou seu tempo no clube da pior maneira possível.
Veio Vilson Ribeiro de Andrade e foi eleito presidente de um clube quando ninguém queria assumir a bomba.
O time estava na segunda divisão do campeonato nacional e tinha sofrido a maior suspensão da história do futebol brasileiro.
Vilson reestruturou o clube, foi campeão da Série B jogando a maioria das partidas em Joinville já que o Couto Pereira estava suspenso, foi tetra-campeão estadual, duas vezes finalista da Copa do Brasil, mas como em toda continuidade, acabou se perdendo e foi ficando isolado, muito pelo seu estilo centralizador, como alguns diziam.
E no final da sua gestão em 2014, surgiu mais um Projeto, desta vez a chapa "Coxa Maior", capitaneada pelos mesmos conselheiros, que um dia fizeram parte da gestão Gionédis e que viraram oposição, que fizeram parte da gestão Jair Cirino, que migraram para a gestão e Vilson Ribeiro de Andrade, e que mais uma vez viraram oposição para a chapa que eles mesmo ajudaram a construir e afundar ao final do mandato.
A "Coxa Maior" prometia, mais uma vez, revolucionar o Coritiba, conforme discursos daqueles mesmos que lá no longínquo 2007 já diziam que fariam grandes mudanças no clube.
O grande nome da chapa era Ricardo Guerra, um jovem empresário bem sucedidos, que traria consigo João Paulo Medina, um executivo estudioso de futebol.
Os outros membros da chapa, com exceção de Rogério Bacellar e Gilberto Griebler, aliás quem é este que nunca se viu e nem ouviu?, eram figuras carimbadas no clube, porém o prestígio de Guerra e principalmente o apoio do capitão Alex foram fundamentais para que o Coritiba tivesse um novo presidente no lugar de Vilson Ribeiro de Andrade.
Mas ao assumir, vários projetos foram ficando pelo caminho. O tão falado Portal da Transparência não foi implantando, a promessa de um grande time não aconteceu, e a equipe até hoje, desde a aposentadoria de Alex, não utiliza a camisa 10 pasmem os senhores!!!, a hegemonia do futebol estadual não foi recuperada, e pior, o time foi humilhado nas duas partidas finais, a principal esperança da chapa e o seu executivo já renunciaram aos seus cargos, o jogador Alex já declarou a sua insatisfação com o rumo da gestão, a diretoria e o departamento de futebol não se entendem e vão jogando o nome do Coritiba na lama, como no caso de Marcos Aurélio, e para piorar, um clube que se diz sem dinheiro, faz doação para campanha de um conselheiro, candidato a presidente da Federação Paranaense de Futebol.
E isso tudo já tem trazidos reflexos diretos dentro de campo. Além da já mencionada humilhação no campeonato estadual, o time tem um aproveitamento de 25% no campeonato brasileiro, perdendo três das quatro partidas para adversários diretos na luta contra o rebaixamento, que colocam o clube atualmente como um dos sérios candidatos ao descenso.
Chega-se a conclusão de que nada mudou no Coritiba. As promessas não são cumpridas e o time vai se arrastando dentro de campo, reflexo direto da incompetência diretiva.
Hoje o Coritiba poderia ser chamada de "Confraria Coritiba Foot Ball Club", pois se percebe que que é mais um clube de amigos, compadres e confrades, onde todos mandam e desmandam, do que propriamente um clube de futebol, que movimenta a paixão de mais de um milhão de pessoas.
E até parte da imprensa vai colaborando para a inércia do clube, com seus questionamentos vazios e perguntas com respostas prontas para treinador e dirigentes, deixando a torcida sem saber o que realmente acontece no clube.
Cinco meses para se avaliar uma gestão pode ser pouco? Até pode, mas toda a torcida está calejada e sabe muito bem onde isso vai dar. A grande maioria do conselho vai virar oposição de si próprio e voltarão nas próximas eleições com uma nova chapa, um novo projeto e um novo candidato a presidente.
Pobre Coritiba!
Quando o time venceu o Grêmio, o técnico Marquinhos Santos elogiou o trabalho do psicólogo dizendo que o time tinha tido grande força mental para vencer o clube gaúcho.
Na derrota para o Avaí, disse que sua equipe sofreu um abalo emocional quando levou o gol no começo do jogo.
Perguntar não ofende:
Seria o Coritiba um time bipolar, ou com a fragilidade técnica do elenco não existe psicologia que dê jeito?
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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