Falando de Bola
Após novamente vestir o pijama nos dois últimos jogos fora de casa, o Coritiba volta ao Couto Pereira, onde é praticamente imbatível, para enfrentar o Grêmio, tendo grandes possibilidades de voltar a vencer na competição.
Nos dois jogos passados, contra Ceará e Figueirense, a expectativa era que pelo menos quatro pontos fossem conquistados, mesmo sabendo das dificuldades que o Coritiba enfrentaria.
Mas, o Coritiba trouxe somente um ponto na bagagem e praticamente se afastou da briga por uma vaga na Taça Libertadores da América.
Não entrarei no mérito da decepcionante campanha fora de casa, onde alguns julgam que o esquema tático de Marcelo Oliveira não funciona quando o Coritiba entra como visitante ou até mesmo que ele arma e orienta o time de maneira a entrar recuado. Já outros acham que os jogadores não se dedicam como deveriam, isentando o treinador de qualquer culpa.
Mas o certo mesmo é que apesar da campanha do Coritiba em 2011 superar todas as expectativas, principalmente após o rebaixamento trágico em 2009, fica o “gostinho de quero mais”, pois em um campeonato muito equilibrado como este, o time Alviverde teria totais condições de estar brigando lá na parte de cima da tabela.
Em uma troca de e-mails com os amigos do COXAnautas, observamos que do time que enfrentou o Guaratinguetá, hoje Americana, pela última rodada da Série B em 2010, apenas os jogadores Ângelo e Enrico não fazem mais parte do elenco Alviverde, ou seja, o time que está jogando atualmente praticamente não sofreu nenhuma alteração em relação ao ano passado.
Aí vem à pergunta:
O Coritiba teve um time de primeira na segunda ou tem um time de segunda na primeira?
Hoje o Coritiba tem jogadores como Emerson, Donizete, Léo Gago, Tcheco, Rafinha, que jogariam fácil em qualquer time do futebol brasileiro. Tem o Bill, que com todas as suas limitações já marcou 10 gols no Brasileiro. Têm ainda dois bons goleiros, pratas da casa como Lucas Mendes, Luccas Claro, Djair e William, que sempre correspondem quando entram. Tem o Jonas, sim o Jonas, que apesar de não ter a simpatia de grande parte da torcida, é um dos jogadores mais valorizados do elenco hoje. Tem o Davi, que arrebentou no primeiro semestre, e que tem tudo para voltar jogando o seu bom futebol.
Tem ainda o Everton Costa que arrebentou nos dois jogos pelo Caxias e pela sua força física, é uma arma muito importante quando o time precisa ir para o “abafa”. Quem se lembra da sua assistência de cabeça no gol de Jonas contra o Corinthians?
E para finalizar tem o Everton Ribeiro, que é uma grande promessa e arrebentava pelo São Caetano antes de ser contratado.
Portanto, a pergunta pode ser respondida de maneira bem simples:
O Coritiba teve um time de primeira na segunda e tem um time de primeira na primeira.
Soma-se a tudo isso o fato da maioria dos atletas terem participado muito pouco de campeonatos brasileiros da primeira divisão, e que com certeza estarão mais experientes e “cascudos” no próximo ano.
O que faltou para o Coritiba este ano foi justamente o “algo mais”, o craque que seria o diferencial do time, aquele que, sem dúvida nenhuma, comandaria o time dentro de campo rumo às conquistas.
Mas não foi por falta de tentativas que o craque não desembarcou no Alto da Glória nesta temporada.
A permanência da maioria do elenco para esta temporada, somada a contratação de alguns bons reforços trouxeram resultados extremamente positivos para o time, fato que influiu diretamente para a surpreendente campanha, principalmente no primeiro semestre.
Acredito ainda que seja muito importante a permanência do treinador Marcelo Oliveira a frente desta equipe e que a provável, senão já realizada renovação de contrato é uma grande tacada diretoria.
Foi-se o tempo que a simples mudança de comando técnico resolvia todos os problemas de uma equipe.
Está aí o exemplo do A. Paranaense que já trocou mais de cinco vezes o seu treinador, somente nesta temporada.
É importante que o treinador tenha não só tranqüilidade para trabalhar, como também uma seqüência, pois estes fatores são facilitadores na busca da conquista de títulos.
Com Marcelo Oliveira em 2012, a manutenção, mais uma vez, do elenco, e a busca de alguns bons jogadores, o Coritiba tem tudo para entrar muito forte, podendo conseguir muito mais do que fez em 2011.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
twitter.com/rhonorio
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