Falando de Bola
Sempre fui um crítico feroz da diretoria de futebol do Coritiba em relação ao assunto contratação de jogadores.
Quantas vezes em minhas colunas critiquei a contratação de alguns, como também sugeri a contratação de outros.
Analisando o futebol brasileiro atualmente percebemos como é fácil criticar, sugerir ou pedir, mas como é difícil contratar e acertar sempre.
A inspiração para esta coluna veio ao analisar as escalações das equipes da Série A nos jogos desta quarta-feira.
Voltemos ao empate do Coritiba contra o Bragantino, onde ficou evidenciada a falta de um homem gol no time Alviverde.
Mas ao analisar as escalações das equipes da primeira divisão, fica no ar a pergunta:
Onde estão os homens de referência, os verdadeiros homens gol?
Vamos analisando algumas equipes, como o Goiás, por exemplo, que no empate contra o Vasco iniciou o jogo com os meias Bernardo e Everton Santos no ataque. Já o Vasco entrou com o garoto Jonathan das categorias de base, além de Nunes, ex-jogador do Coritiba, mais conhecido pelo episódio do extintor.
O Flamengo que venceu o Botafogo com um gol de Paulo Sérgio, das categorias de base, tinha em seu ataque, apenas o jovem Diego Maurício. O Botafogo tinha no meia-atacante Caio, substituto de Louco Abreu, o companheiro de Herrera, que também não é jogador de referência.
O Corinthians que empatou em 0x0 com o Ceará tinha em seu ataque o meia Bruno Cezar, além de Yarley, que ainda não demonstrou um bom futebol no timão. Ronaldo, a grande esperança, está contundido e vive as voltas com problemas com a balança.
O Avaí que venceu o São Paulo, tinha em seu ataque o meia Robinho, além do atacante velocista Roberto. Vandinho, que não pode ser considerado atacante de referencia entrou na segunda etapa e fez o gol que garantiu a vitória catarinense. Já o São Paulo iniciou com Dagoberto e Fernandão, que nos últimos anos vinha jogando no meio-campo. Washington, o único atacante de referência citado até o momento, em decadência técnica entrou na segunda etapa e nada acrescentou.
O Guarani, que perdeu o artilheiro Roger para o futebol japonês, teve no fraco Ricardo Xavier a alternativa para esta posição, mas que ficou bem aquém do que o artilheiro vinha mostrando. Para o lugar de Roger, o Guarani foi buscar o atacante Rômulo, ex-Coxa, que estava no futebol mexicano. O Inter que venceu por 3x0 tem em Alecsandro, um homem de referência não tão balado, mas que mostra uma eficiência rotineira.
Isso sem falarmos nos outros jogos, como o A. Paranaense, que está na zona de rebaixamento e tem no decadente Alex Mineiro a sua principal opção de referência. O Cruzeiro tem em Wellington Paulista, que teve uma pífia passagem pelo Paraná Clube e Robert, ex-Coritiba suas principais opções para a posição de homem gol.
O Grêmio pode se considerar um time privilegiado, pois têm Borges e Jonas, ambos em boa fase. Já o Vitória confia no instável Schwenk, jogador que apesar de ter sido cogitado pelo time da Baixada, não teria vaga como titular no time do Coritiba.
É sabido que os clubes se reforçaram e continuarão se reforçando com a abertura da janela, mas é visível que as opções para o comando de ataque estão cada vez mais escassas.
Alguns times se reforçaram bem e conseguiram trazer ou manter atacantes de qualidade, como o Palmeiras com Kleber, o Atlético/MG com Diego Tardelli, o Fluminense com Fred, e principalmente o Santos, que conseguiu trazer o artilheiro Keirrison.
Destes nomes pelo menos os três últimos deverão brigar pela artilharia do campeonato.
Por outro lado na Série B, vimos na última rodada jogadores outrora descartados como os atacantes William, ex- Santos, Coritiba e Grêmio, e Somália, ex-Grêmio, Fluminense e São Caetano, estrearem fazendo gols pela Ponte Preta e Duque de Caxias respectivamente.
Parece que fica evidenciado que jogadores de referência ainda fazem a diferença no futebol brasileiro, principalmente na Série B, onde o jogo é mais brigado e menos técnico, e bolas paradas de cruzamentos na área podem fazer a diferença no resultado da partida.
Se estávamos vivendo a falta de verdadeiros camisas 10 no futebol brasileiro, começamos agora a vivenciar a falta dos verdadeiros camisas 9. Seria isso um reflexo da decadência técnica do futebol mundial ou uma nova tendência, onde se destacam cada vez mais os jogadores polivalentes?
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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