Falando de Bola
Na tarde de ontem, o Barcelona que com certeza pode ser considerado um dos três melhores times de futebol de todos os tempos, aplicou uma sonora goleada de 7x1 no Bayer Leverkusen, classificando-se para as quartas de final da Copa dos Campeões.
Mesmo que o Barcelona seja o grande time do futebol mundial atualmente e que Messi, autor de cinco gols seja o melhor jogador do mundo, o resultado, ainda sim, torna-se assombroso pelo fato do time alemão ser um dos times mais tradicionais de seu país e conhecido pela força defensiva e metódica do futebol germânico.
Mas qual seria o grande segredo do time catalão?
A diferença do Barcelona para os demais times do futebol mundial poderia começar pela presença de Messi dentro de campo. O craque argentino é capaz de desmontar qualquer defesa, inclusive defesas sólidas como a do time Alemão.
Passaria pela excelente meia cancha formado por Busquets, um volante que sabe jogar e com meias habilidosos, com alto índice de acerto de passes e que ainda ajudam na marcação como Xavi, Iniesta e Fabregas.
O time ainda é muito forte pelos lados do gramado com os laterais brasileiros Daniel Alves e Adriano, que às vezes também atua como o quarto homem da meia cancha pelo lado esquerdo, deixando com que o francês Abidal faça a posição de lateral esquerdo, atuando mais defensivamente.
Mas a grande diferença, além do citado, é a habilidade do time catalão em jogar sem a bola. A inteligência dos jogadores, além de treinamentos específicos e exaustivos faz com que o esquema de Guardiola seja o diferencial do time em relação às demais equipes.
Nos treinamentos com bola do Barcelona, os jogadores são obrigados a dar apenas um toque na bola. O único que está livre desta obrigatoriedade é Messi, que pode dar quantos toques for necessário para dar seguimento as suas jogadas.
Isso explica a funcionalidade do time, principalmente em sua meia-cancha, e as jogadas geniais de Messi costumam aparecer com freqüência, provando que a metodologia de Pepe Guardiola traz resultados extremamente positivos.
Mostra também o alto índice de posse de bola do time, como foi visto na final do Mundial de 2011, quando o time catalão obteve mais de 70% de posse de bola, contra menos de 30% do time santista.
Além da eficiência na movimentação e na troca de passes, o Barcelona se mostra muito efetivo na marcação, com praticamente todos os jogadores se envolvendo na marcação ao adversário, não sendo raro ver dois ou três atletas cercando o jogador do outro time para tentar tomar-lhe a bola.
Outro fato interessante do time catalão é a integração das categorias de base, mais precisamente o Barcelona B com o time profissional. Hoje jogadores jovens como Tello, por exemplo, entram no time totalmente adaptados com o esquema tático de Guardiola, o que facilita as atuações dos jovens jogadores.
Hoje o problema mais comum no futebol brasileiro é a falta de movimentação e aproximação dos jogadores, o que faz com que o atleta que está com a bola muitas vezes tente a jogada individual ou procure os lançamentos ou passes longos, o que eleva o número de passes errados, além de proporcionar contra-ataques ao adversário.
É corriqueiro ver o jogador estar sozinho com a bola, cercado por dois ou três adversário, enquanto seus companheiros esperam a bola chegar até eles.
E isso pode ser corrigido se o jogador tiver a consciência tática necessária para se adaptar a um esquema de muita movimentação, aproximação, deslocamentos e troca de passes curtos.
E para que isso seja implantado, não é necessário que o time tenha craques como Messi ou jogadores acima da média como Xavi, Iniesta e Fabregas.
Se analisarmos friamente e comparações a parte, um dos grandes diferenciais do Coritiba em 2011 foi justamente a constante movimentação, aproximação e deslocamento dos meias.
E isso atualmente não é visto, pois de todos os meias apenas Rafinha tem mostrado um sentido de movimentação e deslocamentos constantes.
E se isso não mudar, principalmente nas atuações de Lincoln e Renan Oliveira, o Coritiba terá muitas dificuldades em superações as marcações adversárias.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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