Falando de Bola
O futebol moderno tem trazido algumas alterações táticas ao futebol brasileiro. O país que era referencia no mundo da bola, há muito tempo deixou de ser. Hoje os treinadores brasileiros se espelham em seus colegas europeus para armarem seus times.
O esquema 4-2-3-1 é uma das “novidades” que foram implantas no Brasil e que trouxe a ilusão de que seria o esquema de melhor resultado prático.
O que acho uma grande bobagem, pois para um time ser eficiente não basta apenas estar bem colocado taticamente dentro de campo, mas que também possua jogadores de qualidade em suas posições certas.
E para isso, o esquema pode ser o 4-2-3-1, 4-4-2, 3-5-2, 5-3-2, 4-3-3 que o time irá render dentro de campo.
O mesmo vale para o treinador, que às vezes mais atrapalha um time do que propriamente ajuda. Se o time tem bons valores, o treinador pode ficar quietinho sentado no banco de reservas que o time irá vencer a partida.
No futebol brasileiro atual são muito poucos os treinadores que estão decidindo partidas com suas estratégias de jogo. Para ser sincero não vejo ninguém. O melhor é Marcelo Oliveira, não tanto por sua capacidade tática, talvez a psicológica seja melhor, mas com o elenco que tem em mãos, comparado à fragilidade técnica que assola o futebol brasileiro, a boa campanha do Cruzeiro passa mais pela qualidade dos jogadores, do que propriamente pela mão de seu treinador.
O técnico Marquinhos Santos, para muitos ainda um “estagiário”, o que discordo, trouxe novamente o rumo das vitórias dentro de casa ao Coritiba, mesmo que tenha empatado jogos contra Grêmio e Atlético MG e perdido para o Cruzeiro, mas algo tem me chamado atenção negativamente na postura tática do time Alviverde.
O time tem atuado em um esquema 4-4-2, variando para um 4-3-3 quando Alex passa a atuar mais avançado, praticamente como um centroavante. E é aí que está o grande problema da equipe taticamente.
Não podemos esquecer também que em certos momentos da partida, o craque Alviverde recua para a posição de volante para armar a equipe. O problema é que como Joel e Zé Love estão atuando muito abertos pelos lados, o time fica praticamente sem penetração pelo meio, já que Robinho, Sergio Manoel e Rosinei não aproveitam os espaços no miolo da zaga adversária.
Mas voltando ao problema tático da equipe, os atacantes Joel e Zé Love, que deveriam ser os homens gols da equipe, estão sendo prejudicados pela postura tática do treinador e pela função de terem que acompanhar o lateral adversário, para fechar a “válvula de escape” do oponente.
Sou do tempo que o lateral tinha sérios problemas em marcar os habilidosos pontas direitas e esquerdas(que saudade de Lela e Edson), e não o atacante tendo que marcar o lateral adversário!
Com isso, os “marcadores de lateral” do time Alviverde não estão conseguindo desempenhar com eficiência máxima nem a função de marcar o lateral adversário (a liberdade que Pará teve para fazer o cruzamento do gol gremista prova isso), mas principalmente a tarefa principal que lhes cabe, que é marcar gols para a equipe Coxa-Branca.
Na melhor partida que Zé Love fez pelo Coritiba, a vitória por 3x0 contra o Flamengo pela Copa do Brasil, o atacante atuou com liberdade, sem a obrigatoriedade de estar fixo na lateral para acompanhar o seu adversário
Dificilmente um atacante que precisa passar a partida inteira se desgastando e se preocupando em fechar o lado do gramado, terá pernas para chegar inteiro no ataque e concluir em gol.
Acredito que esta inversão de valores, esteja sendo um dos principais motivos da fraca produção ofensiva do time Coxa Branca. Mas este é um assunto para o técnico Marquinhos Santos resolver.
Saudaçoes Alviverdes
Ricardo Honório
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)