Falando de Bola
Não me recordo de ter visto, em meus trinta e quatro anos de Couto Pereira, um time do Coritiba tão ruim como o que vi no jogo contra o Flamengo.
Além de fraco tecnicamente, o tinha era um amontoado de peladeiros em campo. Jogadores correndo, isso quando corriam, desordenadamente para todos os lados.
Thiago Galhardo era um dos maiores exemplos da desorganização tática e do desespero da equipe. Uma hora na direita, outra na esquerda, no comando de ataque, na defesa, na lateral. Sem guardar função nenhuma, sem saber o que fazer em campo. Mesmo assim, pela falta de qualidade na equipe, não pode ser reserva.
E não se podia culpar o novo técnico por isso, pois tenho certeza que Ney Franco, mesmo que tenha errado ao entrar com três em campo, deveria estar olhando atônito ao que acontecia dentro de campo, percebendo que terá mais trabalho do que imaginava ter para ajustar a equipe.
Fiquei imaginando o que aconteceu nos seis meses que Marquinhos Santos esteve a frente do Coritiba em 2015, tamanha a desorganização tática do time.
A mediocridade vista dentro de campo era tão grande, que cheguei a lembrar "saudoso" de jogadores como Paulo Cesar Cruvinel, Afrânio, Marcio Batatinha, Jetson, Casagrande (não o comentarista da Globo), Esmerode, Mário Sérgio Feijão, Marino, Bezerra, Jorge Antônio, Tuta (não aquele que mandou os atleticanos ficarem em silêncio em plena Baixada) Ricardo Lucio, Vilmar, Polaco, entre outros menos favorecidos tecnicamente que vestiram a camisa Alviverde, e que certamente teriam lugar garantido entre os titulares que enfrentaram o Flamengo. E sinceramente, duvido que fariam piores do que os 14 que entraram em campo fizeram.
Estou achando que Luccas Claro é o último resquício de bom jogador que existiu na base do Coritiba.
Cheguei a me iludir com os gols marcados e a colocação dentro da área que Rafhael Lucas mostrou no campeonato paranaense, mas o que o jogador vem apresentando no campeonato brasileiro, colocam novamente os meus pés no chão quanto aos "produtos" feitos no Alto da Glória nos últimos anos.
O artilheiro do Coritiba na temporada parece gordo, se mostra lento e sem explosão, além de "perdido" dentro de campo, bem diferente daquele que foi artilheiro do campeonato paranaense.
O lateral Henrique tem lampejos de bom jogador, merece mais oportunidades mesmo que se mostrando inferior ao titular Carlinhos, mas é "blasfêmia" dizer que tem o futebol parecido com o de Roberto Carlos, o antigo titular da seleção brasileira.
Aliás, arrisco em dizer, que do jeito que as coisas andam, nunca mais o futebol brasileiro revelará um lateral com a mesma qualidade de Roberto Carlos.
Ainda falando em base, deveriam punir com a demissão imediata que foi ou quem foram os responsáveis por indicar, avaliar e contratar o volante Fabrício.
É inacreditável que na base do Coritiba não tenha pelo menos um volante igual a este jogador, o que pelo menos traria economia de recursos ao clube, já que seria evitada mais uma daquelas contratações infrutíferas.
Mas ao que parece, aos olhos dos dirigentes Alviverdes, tudo vai bem na base que não revela ninguém.
A torcida do Coritiba é chata, cobra em demasia, e é imediatista, como foi dito por aí pelo lateral Rafinha, o que concordo em partes.
No fundo acho que a torcida está mesmo é cansada do "mais do mesmo", de ver o seu clube sendo mal administrado, contratando mal e sempre lutando apenas para não ser rebaixado.
Concordo quando diz que a torcida é chata, mas não por cobrar resultados dentro de campo, pois isso é total direito do torcedor, mas sim quando o torcedor se manifesta em relação às cogitações de reforços.
Para o torcedor Alviverde ninguém presta.
Se o jogador é jovem, na base deve existir um melhor (não confundir com a cornetada acima e relação ao volante Fabrício, pois esse se mostra ruim mesmo). Se o jogador é experiente, está velho para jogar aqui.
Lembro que em 2005 sugeri para o campeonato brasileiro a contratação do atacante Edmundo, na época com 34 anos e que estava disputando o carioca pelo Nova Iguaçu.
Sofri uma saraivada de críticas e impropérios da torcida, além de ser chamado de maluco por membro da diretoria para o qual enviei um e-mail com a sugestão desta contratação.
No mesmo ano, Edmundo foi contratado pelo Figueirense, fez 15 gols em 31 jogos pelo time catarinense, que escapou do rebaixamento, graças aos gols do animal.
Agora os torcedores se manifestam nas redes sociais, muitos contrários a contratação do atacante Kleber "Gladiador". São poucos aqueles que acham bem vinda a chegada do atacante, ex-Grêmio, Palmeiras, Cruzeiro, Vasco e São Paulo.
E eu sou um deles. Acho que a chegada de Kleber pode mexer não só com o brio dos atletas, como principalmente do torcedor, que terá dentro de campo um atleta guerreiro, bem diferente do perfil que estamos vendo no time Alviverde.
Kléber está em baixa, assim como Edmundo estava em 2005. É óbvio que Edmundo era muito mais jogador tecnicamente, mas no futebol brasileiro atual de baixo nível técnico, um atacante raçudo como Kleber ainda pode fazer a diferença.
Pelo que tenho visto de Wellington Paulista, Rafhael Lucas, Wallyson, Giva e Negueba, o possível futuro camisa 30 terá facilmente vaga entre os onze titulares do Coritiba.
Que "O Gladiador" seja bem vindo ao Alto da Glória!
Para quem ainda não se convenceu das cornetagens em relação às especulações sobre reforços, procure saber o que diziam muitos torcedores sobre a chegada do meia Marcos Aurélio. E quem o viu em campo contra o Flamengo deve ter percebido que este jogador pode ser um oásis de qualidade técnica em meio ao deserto Alviverde.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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