Falando de Bola
Pouco temos a falar sobre a derrota do Coritiba para o fraquíssimo, mas valente, time do Paraná Clube, ou melhor, até teríamos muito a falar sobre o jogo de ontem, se o assunto (deficiências do time) já não fossem de conhecimento geral da Nação Alviverde.
Os problemas continuam os mesmos de 2009, ou pior, pois o homem que faz a diferença ( o craque) já não existe mais na equipe.
Ano passado tínhamos em Marcelinho Paraíba a grande referência da equipe, mesmo caindo assustadoramente de produção no final do Campeonato Brasileiro, quando mais se precisava dele, não podemos negar que Paraíba foi o principal nome da equipe em 2009, participando ativamente da maioria dos gols da equipe, seja os marcando ou contribuindo com assistências.
E está justamente aí a grande diferença do Coritiba em 2010.
Na derrota de ontem ficou evidenciada a falta de qualidade técnica da equipe, principalmente em seu setor de meia-cancha, que não criou absolutamente nada para os homens de ataque.
Muito se comentou sobre a péssima partida de Ariel, no qual eu concordo, porém qual bola chegou a ele em condições para concluir em gol?
Um jogador como ele, conhecido por suas limitações técnicas, precisa ser abastecido com passes precisos para tentar chutar a gol, o que infelizmente não vimos na partida de ontem.
Observamos nesta partida que a grande carência da equipe Alviverde encontra-se justamente em seu setor de armação, ou seja, um homem que faça a bola girar, segure quando necessário, dê lançamentos ou passes em direção ao gol, visando dar boas condições de conclusão aos atacantes.
E este jogador não existe no elenco Alviverde, pois nem Rafinha (meia- atacante de velocidade, que precisa ser acionado, e não acionar), quanto Enrico (ontem se mostrou lento e desinteressado) ou Renatinho (quando deixará de ser uma promessa?), possuem condições técnicas de ser este atleta.
Sobre Renatinho cabe um comentário. Este é um grande exemplo da diferença entre o craque e a promessa que se mostra diferenciada nas categorias de base, mas que no profissional não consegue render o que se espera dele.
Não resta dúvida que é bom jogador, mas não pode nunca ser alçado a condição de principal jogador da equipe, pois lhe falta “algo mais” para isso. Será sempre uma boa opção ao treinador, porém dificilmente passará disso, pelo que vem mostrando desde que subiu ao profissional. E o único que pode mudar isso é ele próprio.
Sobre as outras posições, nas alas vimos que Fabinho Capixaba e Triguinho ainda não conseguiram mostrar um bom futebol, mas tenho a impressão que poderão ser úteis a equipe, principalmente Fabinho que no esquema de Ney Franco pode aparecer como homem surpresa pelo lado direito.
Outro problema evidente do time Coxa-Branca está em seu miolo de zaga.
É evidente que jogadores como Jeci, Dirceu e Pereira, principalmente os dois primeiros, que participaram ativamente do rebaixamento do Coritiba, sendo responsáveis inclusive por vários gols sofridos, não podem ser considerados soluções para a zaga do Coritiba.
Já o jovem Lucas Mendes ainda não mostrou futebol suficiente para ser titular da equipe, devendo logo ser preterido até mesmo da formação do banco de reservas pelo zagueiro Demerson, que ontem mostrou que não pode ficar fora do time.
É necessário com urgência a contratação de pelo menos um zagueiro mais qualificado para este setor, principalmente para jogar pelo lado direito.
A derrota para o Paraná Clube não pode ser apenas de responsabilidade do treinador, porém eu diria que grande parte do insucesso Alviverde se deu a má escalação da equipe, além de substituições errôneas ao decorrer da partida.
A principal delas foi a troca "seis por meia dúzia" de zagueiros no intervalo da partida. Ney justificou dizendo que pretendia dar menos espaço ao meia-atacante Marcio Diogo, porém isso poderia ser resolvido sem que peças fosse modificadas.
Não justifica o Coritiba com três zagueiros, enfrentar o Paraná Clube com apenas um homem na frente, Marcelo Toscano.
A grande partida de Marcio Diogo e também Elvis na primeira etapa, se deve principalmente a falta de marcação na meia-cancha Alviverde, onde só Marcos Paulo (bom jogador) marcava, com Rafinha e Enrico assistindo a troca de passes paranista.
Ney justificou a derrota com a falta de um volante pegador na meia-cancha, mas isso não pode ser aceito, pois é justamente nas dificuldades que aparece o grande treinador.
É bom a diretoria abrir o olho, pois na Série B o Coritiba não terá adversários do nível do Serrano, Toledo, Engenheiro Beltrão, entre outros.
A falta de gana e vontade de vencer demonstradas nesta derrota evidenciaram ainda mais a falta de compromisso de alguns atletas.
Não se pode tapar o sol com a peneira que isso não existe no Coritiba.
Sugiro que a visita dos jogadores ao Espaço 100 Anos seja feita com frequência até todos entenderem o que significa o centenário Coritiba Foot Ball Club.
Ricardo Honório
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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