Falando de Bola
Há tempos, com raríssimas exceções, o Coritiba vem disputando o Campeonato Brasileiro apenas para não cair.
Poucas vezes, mais precisamente em 2002, 2003 e 2011, o time Alviverde disputou a parte de cima da tabela.
Em 2003 o time comandando por Paulo Bonamigo conseguiu a vaga para a Taça Libertadores, diferente de 2002 e 2011, quando o Coritiba perdeu a chance na última rodada, sendo derrotado por Gama e Atlético Paranaense, respectivamente.
Nas demais temporadas, a luta foi praticamente sempre a mesma: escapar do rebaixamento.
Nas três últimas edições do campeonato brasileiro, incluindo o ano em curso, isso ficou ainda mais evidenciado.
Brigas políticas, salários atrasados, dirigentes incompetentes, más contratações, jogadores insatisfeitos, trocas de comando técnico, soma-se tudo isso e a receita do rebaixamento estava pronta.
Todos sempre davam o Coritiba praticamente como rebaixado, quando "sabe-se Deus lá de onde", o time arrumava forças e conseguia escapar do descenso.
"No apagar das luzes", o time se unia e sempre aparecia alguém para salvar. E esse alguém nos últimos anos teve como característica ser contratado na metade do campeonato e ter se encaixado no time como uma luva.
Em 2012, o experiente Deivid veio contratado junto ao Flamengo e com seus gols ajudou o time a se salvar.
Já em 2014, o salvador foi o camaronês Joel, oriundo do Londrina e que com seus nove gols marcado foi importantíssimo para o Coritiba permanecer na primeira divisão.
E o mesmo vem acontecendo em 2015. O jovem Henrique Almeida veio do Botafogo e com onze gols em dezoito jogos é o maior destaque do Coritiba em mais uma luta contra o rebaixamento.
Os gols de Henrique Almeida, principalmente os marcados nas duas últimas partidas deram grandes possibilidades do time Alviverde permanecer na primeira divisão. Mas não estão sendo só os seus gols que estão chamando a atenção do torcedor.
A postura do time vem sendo muito diferente nos últimos jogos, mais precisamente do confronto contra o Corinthians para cá.
O time que se mostrou apático em praticamente todos os jogos, vem atuando de forma aguerrida, vibrante, atento o tempo todo. Bem diferente daquela equipe que perdeu pontos preciosos em casa para Joinville, Avaí, Ponte Preta, Figueirense, Goiás.
O que mudou de semanas atrás para o momento atual?
Não acredito que somente a saída do técnico Ney Franco tenha mudado a forma do time atuar, mesmo que o treinador devesse ter sido demitido muito antes, quando o Coritiba foi goleado em Joinville. Talvez se isso tivesse acontecido lá atrás, o time Alviverde já tivesse livre de mais um fantasma do rebaixamento. Aliás, a escalação de Pachequinho é praticamente a mesma que o treinador anterior vinha usando.
O que mudou foi a postura dos jogadores, aliada a uma dose de motivação imposta por Pachequinho. Os atletas se conscientizaram que vestem a camisa de um clube de tradição no futebol brasileiro. Um time que já foi campeão nacional, que teve grandes ídolos em sua história. Um time que calou um Maracanã com mais de cem mil pessoas para dar a volta olímpica.
A tradição do clube Alviverde, mais uma vez, vai livrando o time do rebaixamento.
A pergunta que fica é:
Até quando a torcida que nunca abandona ficará torcendo apenas para que o clube não seja rebaixado para a segunda divisão?
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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