Falando de Bola
A poucos dias de decidir uma vaga na final da Copa do Brasil, tudo o que o Coritiba não precisa neste momento é um princípio de crise.
Após a derrota por 3x2 para o Botafogo, o presidente Vilson Ribeiro de Andrade foi aos microfones esbravejar contra os “torcedores” que ofenderam esposas de jogadores que se encontravam nas cadeiras superiores.
Por assistir as partidas das cadeiras inferiores não presenciei o fato que deu origem ao desabafo do presidente nos microfones, mas desde já repúdio qualquer atitude de ofensas ou ameaças de agressão de ambas as partes, seja qual ela for.
O mais grave de tudo isso são xingamentos, impropérios contra mulheres, principalmente quando estão com crianças, sejam elas de colo ou um pouco maiores.
Por mais que a torcida do Coritiba tenha medo que o filme de 2009 se repita, isso não dá o direito de torcedores mais exaltados partam para cima de mulheres, apenas por serem esposas de atletas.
Situação deste tipo não fará com que o atleta atue melhor, pelo contrário, pois qual jogador se motiva ao saber que sua esposa quase foi agredida no jogo?
Ainda me pergunto o real motivo para ânimos tão acirrados por parte do torcedor Coxa-Branca. O time conquistou o tri-campeonato estadual, está nas semifinais da Copa do Brasil e mesmo assim a torcida anda insatisfeita com o time, fato provado com o ridículo episódio na tarde de ontem.
O momento é de união, e não de confusão. O momento é de focar em se recuperar no Campeonato Brasileiro e tentar passar as finais da Copa do Brasil.
E isso só acontecerá com uma sintonia entre jogadores e torcedores. Dentro do Couto Pereira o Coritiba é muito forte e sua fiel torcida o ajuda muito.
Vaias, xingamentos e confusões durante o jogo só atrapalham o time e conseqüentemente favorecem o adversário.
Aos que estão insatisfeitos com o time, cobrem a diretoria, comissão técnica e jogadores, mas de maneira alguma sejam covardes. Ofender e ameaçar mulheres com crianças são uma das piores covardias que um homem pode cometer.
Para a diretoria deixo uma sugestão: Colocar as mulheres e filhos dos atletas em camarotes ou Tribuna de Honra de modo que fiquem mais protegidos das barbáries de torcedores insandecidos e covardes.
Sobre o jogo, infelizmente uma derrota que pode custar caro no final do campeonato. Os três gols botafoguenses foram marcados em jogadas iniciadas pelas laterais do gramado, e no primeiro e no terceiro gol percebe-se que Lucas Mendes, no primeiro, e Junior Urso, no segundo, não acompanharam o jogador Lucas, deixando-o sozinho para que pudesse concluir em gol.
No segundo gol, o lateral Jonas, que para mim é um dos bons jogadores do time Alviverde, foi facilmente driblado pelo ofensivo lateral Marcio Azevedo.
Se a principal função dos laterais do Coritiba é formar a linha defensiva de quatro jogadores, a derrota na partida de ontem serve como reflexão, não só para a comissão técnica como para os próprios atletas.
A reflexão que fica para a comissão técnica é se haveria a necessidade da escalação de Jonas, sem ritmo de jogo, após o bom segundo tempo de Ayrton contra o Vitória.
Se a principal função de Jonas era marcar os rápidos jogadores adversários, o “tiro saiu pela culatra”, como provado no segundo gol, quando foi facilmente driblado.
Com a entrada de Ayrton o time cresceu ofensivamente pelo lado direito, mas isso foi um fato natural, pois o Coritiba, que estava perdendo a partida, precisava partir para cima do adversário.
Já para Lucas Mendes e Junior Urso, a reflexão é nunca desistir das jogadas, nunca deixar de acompanhar um adversário, pois nas tabelas, quando você deixa de lado a marcação, na maioria das vezes o jogador do outro time, aparece em boas condições, como visto no primeiro e terceiro gol do Botafogo.
Apesar de o time botafoguense ter bons jogadores, ser bem montado por Oswaldo de Oliveira, a derrota de ontem ficou marcada pela frouxidão na marcação e conseqüentemente pelo espaço deixado.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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