Falando de Bola
Comecei a freqüentar o Couto Pereira no início dos ano 80. Meu primeiro jogo, como não poderia deixar, foi um Atletiba que infelizmente foi vencido pelo Atlético por 3x1.
O único gol Coxa foi marcado pelo centroavante Reinaldo Xavier, um jovem revelado nas categorias de base, que surgiu bem e chegou a jogar no Palmeiras, mas nunca explodiu realmente como tantos outros atacantes como Jetson, Ricardo e Laurinho, que eram grandes esperanças, mas acabaram no ostracismo.
Praticamente toda década de 80 foi complicada para o Coritiba quando se tratava de Atletiba.
Era muito difícil enfrentar um time que tinha Roberto Costa, Cristovão, Assis e Washington, entre outros bons jogadores.
Mas foi a partir da conquista do título estadual de 1986, que meus olhos começaram a brilhar nos Atletibas.
O Coritiba contratou junto ao Cruzeiro, um meia alto, frazino e de extrema categoria. O jogador foi contratado para a disputa da Libertadores de 1986, mas foi na conquista do estadual que começou a despontar.
Tostão era o nome do craque, e após uma boa temporada em 1986, e uma apagada em 1987, foi emprestado para a Inter de Limeira em 1988 para jogar o Campeonato Paulista.
O retorno foi ainda em 1988 onde fez grandes partidas no Campeonato Brasileiro.
Mas foi em 1989 que Tostão apareceu para brilhar, fazendo parte do melhor time do Coritiba que tive a oportunidade de ver.
A meia cancha formada por Osvaldo, Serginho, Tostão e Carlos Alberto Dias tratava a bola de maneira carinhosa.
Dificilmente davam chutões ou erravam passes, e com isso os atacantes Chicão e o japonês Kazu eram os maiores beneficiados com a qualidade técnica daquele meio-campo.
E era justamente nos Atletibas que Tostão gostava de brilhar e dar seu show particular.
Os defensores atleticanos sofriam com as passadas largas do craque Alviverde e Marolla, goleiro do Atlético na época, volte e meia ia buscar a bola no fundo das redes após mais um gol de Tostão.
Quem da minha geração não lembra do gol antológico de Tostão, quando driblou a defesa inteira do Atlético.
Com Tostão em campo, o caminho para os Atletibas eram marcados pela certeza de um bom resultado Alviverde.
Tenho para mim, que o time de 1989 é a melhor lembrança que eu tenho do futebol. Se pudesse voltar no tempo, não seria para 1985, apesar da importância do título nacional, mas sim para o ano em que vi o melhor time do Coritiba e também o aparecimento do “único” ídolo que tenho no futebol, o craque Tostão.
E justamente vinte e quatro anos depois a torcida Alviverde tem a oportunidade de ver outro craque vestindo a camisa Alviverde, com a certeza de que o Coritiba poderá ter outro camisa 10 brilhando contra o maior rival.
Em 1995, o “menino de ouro” já tinha sido extremamente decisivo na vitória por 3x0 que marcou o retorno do Coritiba para a primeira divisão do futebol nacional.
E agora em 2013, Alex volta a vestir a camisa do Coritiba no maior clássico paranaense.
Não há como negar que a confiança para este jogo aumenta consideravelmente com a presença de Alex em campo.
Com Alex na equipe, o torcedor tem a certeza de um passe bem executado, uma equipe bem comandada dentro de campo, um arremate certeiro, uma assistência perfeita, uma cobrança de falta com precisão, mas principalmente a presença de um torcedor Alviverde dentro de campo, o que fatalmente contagiará os demais companheiros em busca da vitória neste Atletiba.
Vários jogadores, como Leandro Almeida, Gil, Robinho, Deivid, Rafinha podem fazer a diferença neste jogo, mas não tenho a menor dúvida de que este será o Atletiba de Alex.
Feliz do torcedor Coxa-Branca que se não tem mais Tostão vestindo a camisa 10 pode ter o privilégio de ver Alex vestindo o manto sagrado Alviverde.
Por isso torcedor Coxa – Branca, vá ao jogo, vamos lotar as dependências do Couto Pereira, vamos empurrar o Coritiba de Alex em busca da vitória, pois uma certeza o torcedor poderá ter:
Verá dentro de campo um dos maiores craques já formados pelo futebol brasileiro e um jogador que está em uma lista dos cinqüenta maiores camisas 10 de todos os tempos do futebol mundial, em uma relação que constam nomes como Pelé, Zico Maradona, Zidane, Puskas, Platini, Ademir da Guia, Messi, entre outros jogadores consagrados.
E melhor, ele estará do nosso lado, para desespero dos rivais.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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