Falando de Bola
A partida contra o Rio Branco é um daqueles jogos para afirmar de vez a posição do Coritiba na parte de cima da tabela.
Serve também para o técnico Marquinhos Santos testar novos jogadores, alternativas táticas que poderão ser utilizadas na seqüência da temporada.
Marquinhos sinaliza com a entrada de Rosinei no lugar de Helder, que está em Salvador resolvendo problemas particulares. A alteração, pura e simples, não muda o esquema tático do Coritiba, apenas a troca de posição de dois jogadores. Alan Santos atuará mais recuado, enquanto Rosinei terá mais liberdade para se juntar ao trio ofensivo.
Talvez fosse a oportunidade do técnico Alviverde testar mais uma vez o meia Zé Rafael, que ainda não recebeu nenhuma chance este campeonato e observar quais as condições técnicas que este jogador se encontra. Ou ainda o meia Rodolfo, ou até mesmo o garoto Luccas Barreto.
A entrada de Rosinei poderia ser no lugar do próprio Alan Santos ou mesmo de João Paulo, dando um descanso para estes jogadores que tem atuado continuamente, e consequentemente ritmo de jogo à atletas que não vem jogando.
A hora de testes é agora e não na fase final do campeonato paranaense ou no Brasileirão.
Wallyson já está registrado no BID e passa a ser uma ótima alternativa para o time Alviverde.
A sua briga para atuar deverá ser com Wellington Paulista pelo lado direito do ataque, pois a ótima fase de Rafhael Lucas e as boas atuações de Negueba os tornam titulares absolutos no trio ofensivo de Marquinhos Santos atualmente.
Um tem características mais de centroavante fixo, como Wellington Paulista, que possui uma boa compleição física para "brigar" contra os zagueiros adversários. Já Wallyson é mais veloz e tem melhor poder de finalizar, mas na luta direta, corpo a corpo, com os adversários dificilmente levará vantagem, por ser mais franzino.
Com isso o Coritiba ganha mais uma boa opção para que o técnico Marquinhos Santos possa montar a sua equipe, dando uma característica tática diferente a equipe.
Seria insano de minha parte fazer qualquer tipo de comparação entre os jogos disputados na Champions League com o que vimos nos gramados brasileiro.
O futebol brasileiro está anos luz de distância do que vemos nos gramados europeus. Times fortíssimos, grandes craques, técnicos estrategistas, jogadores obedientes taticamente, porém ontem, mais uma vez, ficou provado que a retranca nunca ganhará um jogo.
José Mourinho, o vitorioso técnico português, conhecido por ser um dos melhores estrategistas do futebol mundial, colocou a sua equipe para jogar praticamente com os onze atrás da linha da bola contra um time que tinha perdido o seu grande astro por expulsão logo no começo da partida.
Conseguiu abrir o placar, levou o gol de empate em uma bola parada. Abriu o placar na prorrogação, mas a retranca em excesso levou a uma pressão do Paris St Germain, que conseguiu o gol da classificação em mais uma jogada de bola parada.
Fica provado mais uma vez que a melhor defesa é o ataque, e dificilmente um time resistirá à uma equipe qualificada atuando a partida inteira no campo defensivo.
Após o pênalti cometido infantilmente por Thiago Silva na prorrogação, o jornalista Rica Perrone nas redes sociais, mostrou toda a sua preocupação com a zaga da seleção brasileira em virtude da bobagem cometido pelo seu antigo capitão, que aliás nem titular é mais, já que Miranda e David Luiz forma hoje a dupla ideal de Dunga.
Para mim, a preocupação maior não deva ser com a dupla de zaga, que aliás, tem vários jogadores que podem substituir a que vem atuando, como o próprio Thiago Silva e Marquinhos, seu companheiro no time francês.
Quem ainda sente orgulho em ver a seleção brasileira atuando deve se preocupar mais com a falta de jogadores qualificados do meio pra frente. Hoje, o Brasil só tem um craque: Neymar. Os resto se trata de bons jogadores, mas irregulares. Jogam uma partida boa, outra ruim, algumas discretas.
O país precisa voltar a revelar bons armadores, pontas de lança e centroavantes. Privilegiar a técnica em vez da parte física. Os treinadores das categorias de base precisam adaptar o seu esquema tático a categoria dos meninos que ainda possuem a ginga do futebol brasileiro e a qualidade técnica, e não transformar um jovem talento em um jogador brucutu. Temos visto vários exemplos de jogadores extenuados dentro de campo ou preteridos por atletas de qualidade discutível apenas por não se encaixar no esquema de marcação do treinador.
Enquanto isso não acontecer, a seleção brasileira correrá o risco de levar outras "surras" como o 7x1 da Alemanha.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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