Falando de Bola
Com a chegada do novo treinador Alviverde, partimos agora em busca de fazer uma análise tática do possível esquema a ser utilizado por Ney Franco.
O novo treinador é adepto do esquema 3-5-2, e com isso a tendência é que a torcida do Coritiba não veja muitas mudanças no time que vinha jogando com Renè Simões, pelo menos no primeiro jogo oficial de Ney Franco, contra o Fluminense, no Maracanã.
A principal alteração a ser notada pelo torcedor deverá ser a mudança de atitude dentro de campo de alguns jogadores. Os reservas deverão mostrar mais empenho nos treinamentos tentando impressionar o treinador, já os titulares provavelmente correrão mais tentando garantir suas vagas entre os onze atletas que iniciam jogando.
Pelo menos um atleta do elenco Alviverde teve sucesso sob o comando de Ney Franco. O volante Jailton conquistou a Copa do Brasil e o Campeonato Carioca de 2007, ambos os títulos com a camisa do Flamengo, além de ter conquistado o carioca de 2008, comandado por Joel Santana.
Apesar de ser muito criticado por grande parte da torcida do Mengo, Jailton era um dos homens de confiança de Ney Franco, atuando sempre como terceiro zagueiro quando o time era atacado e saindo para o jogo quando tinha a posse de bola.
As escalações de Ney Franco não costumam apresentar surpresas táticas, e praticamente se equivalem ao que vemos atualmente no futebol brasileiro.
A diferença pode estar em seu lado estudioso no futebol, declarando em outrora, que gosta de observar o comportamento tático de seus oponentes, tirando assim conclusões para armar sua equipe de acordo com o adversário que irá enfrentar, procurando anular os pontos fortes e explorar as deficiências.
Basicamente suas equipes são formadas por três zagueiros, podendo um volante jogar nesta
posição, dando assim uma melhor saída de bola ao time. Como no Botafogo de 2008 e 2009, Ney Franco tinha o zagueiro Juninho, dono de uma boa técnica e ótima saída de bola, não vislumbrou a necessidade de ter um volante entre o trio da zaga.
As alas geralmente são formadas por jogadores de origem, mas pode acontecer a escalação de meias nesta posição, como Batista no Botafogo, um meia que atuava pelo lado esquerdo, com a cobertura do habilidoso zagueiro Eduardo. No Flamengo quando Juan não podia atuar, Ney Franco escalava o meia Renato Abreu pelo lado esquerdo, dando assim muita qualidade técnica pelos lados do gramado.
A meia-cancha costuma ser formada por um volante extremamente pegador e outro com qualidade para sair para o jogo. O principal armador do time costuma ser o destaque principal da equipe, como foi Renato Augusto no Flamengo e Lúcio Flávio no Botafogo. Como curiosidade, atualmente Lucio, para se livrar da marcação, tem atuado praticamente como um segundo volante no Botafogo.
O ataque sempre é formado por um atacante de velocidade juntamente a um homem de referência, podendo ser usado também um meia-atacante de velocidade e boa qualidade técnica pelos lados do gramado, deixando o homem de referência centralizado para ser acionado pelo alas.
Uma das características marcantes dos times comandados por Ney Franco é o excelente aproveitamento nas bolas paradas.
Este expediente foi usado com extrema eficiência no Botafogo e Flamengo, além do Atlético Paranaense, clube que Ney Franco treinou entre agosto de 2007 a maio de 2008.
Com base em seu histórico como treinador, e assim que contar com as voltas de Vanderlei, Felipe, Rodrigo Crasso e Ariel, tendo todos os jogadores a disposição, uma das possibilidades é de Ney Franco utilizar a escalação abaixo:
Vanderlei, Cleiton, Jailton e Felipe; Marcio Gabriel, Leandro Donizete, Carlinhos Paraíba, Marcelinho Paraíba e Rodrigo Crasso; Ariel e Marcos Aurélio.
Algumas alterações podem ocorrer neste time, como a mudança de goleiros, permanecendo Edson Bastos que voltou em grande forma, a entrada de Demerson, Jeci ou Pereira no lugar de Jailton, a entrada de Pedro Ken no time com o deslocamento de Carlinhos Paraíba para o lado esquerdo, ou ainda, a entrada de Thiago Gentil no lugar de Marcos Aurélio, porém pelo pouco que mostrou contra o Cruzeiro, Thiago Gentil está mais para um ponta de lança do que propriamente para um segundo atacante.
No papel mostra-se um Coritiba com boas condições de almejar, no mínimo, uma vaga na Copa Sul Americana, mesmo estando mal na tabela atualmente.
Porém, com algumas contratações, como um ala esquerdo, um atacante de velocidade (o Gil ainda está dando sopa no Inter/RS) e um homem de referência para disputar posição com Ariel, além da permanência, no mínimo até o final do ano, de Marcelinho Paraíba, o Coritiba ainda tem condições de chegar quem sabe a tentar uma vaga na Libertadores, principalmente em função do campeonato brasileiro de 2009 estar sendo extremamente disputado.
A tendência para o segundo turno é que os times de baixo da tabela começem a ganhar mais pontos do que os times que estão em cima, fazendo assim que a tabela seja uma verdadeira gangorra, com todos tendo a chance de almejar algo mais do que fugir do rebaixamento.
Porém, é preciso alcançar um degrau de cada vez, e a escada que o Coritiba tem que subir no momento é a que irá lhe tirar da zona do rebaixamento.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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