Falando de Bola
Muito a comentar, pouco a se lamentar.
A derrota, pelo placar mínimo, frente ao São Paulo poderia ser lamentada pelo que o Coritiba apresentou dentro de campo nos noventa minutos, mas o resultado final da partida e a atuação Alviverde mostraram que o time Coxa tem tudo para conseguir a classificação para a final, jogando no Couto Pereira.
Marcelo Oliveira surpreendeu ao escalar o volante Gil, quando todos esperavam o experiente Tcheco. Surpreendeu também quando manteve o lateral Ayrton, em ótima fase, quando todos esperavam a volta de Jonas para aumentar a consistência defensiva da equipe, principalmente nas bolas aéreas.
Com Gil marcando as subidas de Cortez e Roberto, pelo lado esquerdo, marcando o lateral Douglas, o Coritiba tinha um grande poder de marcação, e ganhava a meia-cancha com facilidade.
William e Sérgio Manoel faziam ótima partida, e anulavam os meias Jadson e Cícero, deixando o São Paulo sem criação, pois Casemiro, o volante da seleção, fazia uma péssima partida.
As chances de gol iam aparecendo, mas com elas também se evidenciava a necessidade que o Coritiba tem em conseguir um homem gol.
O São Paulo praticamente não aparecia na área de Vanderlei, que só foi fazer a primeira defesa em uma jogada individual de Lucas, outro selecionável do tricolor paulista.
A primeira defesa de Vanderlei, na jogada individual de Lucas, era um prenúncio do que aconteceria no final da partida.
Na segunda etapa, o jogo continuava equilibrado, com o Coritiba controlando as ações na meia-cancha, mesmo após a saída de Casemiro para a entrada do armador Maycon.
Mas foi a partir da expulsão de Paulo Miranda, zagueiro do Tricolor, que o domínio Alviverde começava a cair por terra.
Por incrível que pareça, quando jogava contra onze jogadores, o time Alviverde tinha a marcação totalmente encaixada e conseguia armar boas jogadas nos contra-ataques.
Quando ficou com um jogador a mais, o time Alviverde passou a trocar passes e ter maior posse de bola, mas o São Paulo com duas linhas de quatro jogadores bloqueava bem a frente de sua área e começava a ser mais perigoso no ataque.
Everton Ribeiro ainda teve a chance de abrir o placar, mas o travessão impediu um golaço do meia Alviverde, que fez uma excelente partida.
Luis Fabiano perdeu duas boas chances de gol, em uma delas o goleiro Vanderlei fez uma ótima defesa com o pé direito.
Mas no final da partida, quando o empate parecia sacramentado, o lépido Lucas em jogada individual, recebeu na esquerda e foi cruzando o campo, sem ser incomodando, finalizando em diagonal para marcar um lindo gol.
O resultado no final acabou sendo justo para uma equipe que demonstrou que o craque ainda faz a diferença dentro de campo.
Um time não pode ser composto apenas por onze operários. É preciso ter um “gerente” além dos carregadores de piano. E é justamente o “gerente” que fez a diferença para o tricolor paulista.
A única coisa a se lamentar no jogo foi à moleza que os jogadores do Coritiba deram no gol do São Paulo, a única no jogo, mas que infelizmente acabou sendo fatal.
Primeiro Ayrton que não acompanhou e deixou a função para Demerson que apenas cercou esperando que Lucas Mendes matasse a jogada.
Mas infelizmente Lucas Mendes foi mole, ficou no chão e Lucas fez a alegria dos mais de quarenta mil tricolores.
Fica o alerta. Em jogo decisivo, o coração tem que estar no bico da chuteira.
Quando todos, principalmente a crônica paulista, esperavam um jogo fácil, eis que Marcelo Oliveira e seus comandados transformaram a facilidade em um pesadelo para o São Paulo.
Um time muito bem armado taticamente, provando que o treinador Coxa-Branca e sua comissão técnica estudaram muito o adversário para poder armar o Coritiba.
E quando teve a chance de aumentar o poderio ofensivo da equipe, Marcelo Oliveira não pensou duas vezes colocando Tcheco para melhorar a qualidade do passe e manter posse de bola, e ao trocar Roberto por Anderson Aquino, visando dar um novo gás ao ataque e também evitar que Roberto fosse expulso, pois já tinha cartão amarelo.
Mas infelizmente os dois jogadores não entraram bem, e as substituições não deram o efeito esperado.
O Coritiba, aliás, o Grande Coritiba resgatou o orgulho da torcida Alviverde, o orgulho do povo paranaense, ao enfrentar de igual para igual um dos maiores gigantes do futebol brasileiro e da América do Sul.
Todos que foram ao Morumbi saíram lamentando a derrota, porém saíram também com orgulho da raça, da dedicação e da entrega dos jogadores Alviverdes nesta partida.
E todos saíram ainda com a sensação de que dentro do Couto Pereira o Coritiba tem totais condições de transformar a vida são-paulina em um verdadeiro GREEN HELL.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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