0

Ricardo Honório08/10/09, 13h13
Falando de Bola

O ataque é a melhor defesa

Atualmente no futebol brasileiro, temos observado a maioria dos treinadores, principalmente os de origem gaúcha, basearem a sua tática em um forte sistema defensivo, abdicando de homens de qualidade, técnica e habilidade na meia-cancha, preferindo povoar o setor com jogadores brucutus, puramente de marcação, tentando assim garantir que sua defesa não sofra gols, e se der um ou dois atacantes da equipe garantam as vitórias.

O maior exemplo disso foi mostrando no confronto Coritiba x Corinthians no Couto Pereira, onde o treinador Mano Menezes montou uma equipe extremamente cautelosa, jogando com quatro zagueiros de área e quatro volantes na meia-cancha, deixando dois homens isolados na frente.

Esta cautela excessiva garantiu um empate ao Corinthians.

Mas no jogo de ontem do Coritiba, vimos o treinador Ney Franco ir em desencontro a tática ultra conservadora do futebol brasileiro atual.

O bom resultado conseguido pelo Coritiba dentro do Morumbi, mesmo que não sendo o ideal, evidenciou que um time que joga ofensivamente, sempre buscando a vitória, consegue no mínimo um empate, e na maioria das vezes, com gols.

Ney Franco, mais uma vez surpreendeu tanto o adversário como o próprio torcedor Coxa Branca, ao entrar com Renatinho no lugar de Rodrigo Heffner, quando todos esperavam a escalação de Ângelo ou até mesmo Thiago Gentil.

Esta opção visava aproveitar a falta de ritmo dos defensores adversários que jogavam pelo lado direito, como o argentino Adrian González, que fazia sua estréia, e Zé Luiz, que voltava de contusão.

A tática foi extremamente feliz, já que o próprio Renatinho foi o autor do primeiro gol Alviverde, ao aproveitar um rebote, pelo próprio lado esquerdo do ataque do Coritiba.
Ponto para Ney Franco, que sentia ali, que foi extremamente feliz em sua opção tática.

Com a opção pela formação ofensiva, ratificada pelas alterações promovidas ao longo da partida, o Coritiba conseguiu segurar a bola no ataque e no meio-campo, dificultando as ações do São Paulo, principalmente da meia-cancha, que sem ter a posse da bola não conseguia criar as jogadas para os atacantes.

O São Paulo, então, dependia apenas das investidas do “cai cai”Dagoberto, que tentava a todo momento ludibriar a arbitragem, com as suas constantes quedas, muito pouco para um time que vem de três conquistas seguidas e luta pelo título de 2009.

Isso traz cada vez mais a certeza de que quando um time entra para empatar fora de casa, geralmente acaba perdendo, ao contrário, do que acontece quando busca a vitória.

Antes do início da partida, a lógica apontava para uma vitória do São Paulo, que jogava em casa com a sua torcida, precisava da vitória para continuar no encalço do Palmeiras, e ao menos no papel, tem um time mais qualificado que o Coritiba.

Pura ilusão, pois os comandados de Ney Franco jogaram para frente, sempre buscando o gol, surpreendendo o adversário, que esperava uma postura extremamente cautelosa da equipe Alviverde.

A vitória infelizmente não veio, muito em função de falhas individuais, aliás, cabe um comentário sobre estas falhas:

É corriqueiro vermos o Coritiba jogar muito bem fora de casa, não só neste campeonato, como em anos anteriores, porém quando achamos que o time triunfará, acontecem erros infantis que quase sempre resultam em gols para o adversário, desmontando todo um esquema que tinha tudo para dar certo, e dar a vitória para o Coritiba.

Os jogadores precisam ter a consciência de que quando a jogada está complicada, a melhor alternativa é isolar a bola, dando chutões, seja para a lateral, linha de fundo, ou para frente.

São falhas infantis ou mesmo desatenções que podem acabar complicando a vida do Coritiba em uma competição, impedindo assim que o Coxa possa alcançar vôos maiores nos campeonatos nacionais.

Temos visto que na maioria das derrotas fora de casa neste campeonato nacional foram em função de falhas individuais.

Não resta dúvida que se a equipe Alviverde começar a jogar com mais atenção nos jogos fora de casa, às chances de conseguir resultados positivos serão muito maiores, e como conseqüência, uma subida gradativa na tabela.

Parte agora o Coxa para um compromisso difícil contra o Barueri, dentro do Couto Pereira.

Mesmo com o Barueri não ter mais hoje o mesmo rendimento de rodadas atrás, não resta dúvida que é um time perigoso, principalmente em seu ataque, que tem um trio, Fernandinho, Val Baiano e Thiago Humberto, que vem fazendo a diferença para o time paulista.

Uma vitória neste jogo, além de uma possível subida na tabela, e da possibilidade de passar o Atlético, que pegará o Inter no Beira Rio, servirá também como um presente para o torcedor Coxa-Branca, já que o jogo será dois dias antes do aniversário de cem anos do Coritiba.

Saudações Alviverdes
Ricardo Honório

Ricardo Honório

0 0

A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.

0 Ver todos os comentários