Falando de Bola
O mercado de negociações no futebol brasileiro está aquecido, conforme declarações de alguns dirigentes.
Porém, poucas novidades têm sido vistas nos elencos dos clubes brasileiros.
Alguns mais abastados financeiramente têm anunciado um ou outro reforço, como foi o caso do Corinthians, que anunciou o meia Renato Augusto, que estava na Alemanha e o São Paulo que anunciou o zagueiro Lucio, que estava na Itália
Fluminense, Palmeiras, Grêmio, Atlético/MG são outros que tem anunciados alguns reforços, não tão badalados como a dupla paulista.
Por outro lado, clubes com má administração tem tido uma debandada geral de seus atletas, caso do Vasco, que em poucos dias perdeu Fernando Prass, Juninho Pernambucano, Nilton e Alecsandro.
De um lado o dirigente vem a público dar declarações sobre a dificuldade de se contratar, dos valores exorbitantes pedidos por jogadores e empresários, da grande concorrência para contratar um jogador.
Do outro lado o torcedor, ávido por novidades que possam fortalecer o seu clube do coração.
Aliás, sobre a grande concorrência para contratar um determinado atleta, ela pode ser comprovada no caso do zagueiro Lucio.
Há cerca de dois meses, seu empresário divulgou a vontade do atleta em sair da Juventus, já que vinha sendo pouco aproveitado por lá.
Não demoraram e as propostas começaram a chegar. Onze clubes brasileiros o procuraram, inclusive o Coritiba, além de clubes alemães, chineses, japoneses e árabes.
Como que um clube mediano, como o Coritiba, conseguiria superar uma forte concorrência, de clubes com orçamento infinitamente superiores, como o São Paulo, por exemplo?
Alguns acham que o clube que chegar à frente consegue contratar o atleta desejado, mesmo com forte concorrência.
Mas isso é “balela”, pois atualmente os empresários e procuradores fazem leilão por seu atleta e nem sempre o clube que chega primeiro consegue contratá-lo, pois na grande maioria dos casos, o clube que oferece o maior salário e melhores vantagens, não só para o jogador, como também para aqueles que detêm uma “fatia” do atleta, consegue fechar a contratação.
E com estes leilões a situação caótica de endividamento de alguns clubes brasileiros ficará cada vez mais clara.
Atualmente, qualquer jogador que tem um destaque mínimo em seu clube, mesmo sendo totalmente desconhecido do cenário nacional, tem seu preço extremamente elevado, dificultando qualquer negociação rápida entre os clubes.
Enquanto jogadores, empresários, procuradores, agentes tem obtido cada vez mais vantagens nas negociações, os clubes de futebol tem se endividado cada vez mais no sentido de montar equipes fortes.
Alguns clubes, como Corinthians e São Paulo ainda conseguem sobreviver neste caos, por terem muito dinheiro proveniente de cota de televisão, patrocínios, entre outros e também por terem uma boa administração.
Outros como Inter e Grêmio, conseguem se solidificar graças a um quadro associativo forte, revelação e venda de jogadores e excelentes administrações.
Já times como o Fluminense, se manterão no topo do futebol nacional enquanto tiverem parcerias fortíssimas, como a Unimed, por exemplo.
Mas outros, como Vasco, Botafogo, Palmeiras, Flamengo, não resistirão mesmo tendo bons patrocínios e grandes cotas de televisão, se não profissionalizarem seus Departamentos de Futebol e mudarem o conceito de administração dos clubes.
E é justamente na linha de times como o Grêmio e Internacional que o Coritiba deverá seguir para tentar fazer frente aos “grandes” do futebol brasileiro.
Somente com um quadro associativo forte, revelação de jogadores, venda de pelo menos um atleta por temporada e uma sólida e consciente forma de administrar o clube, é que o Coritiba poderá um dia voltar a conquistar um título nacional.
E para que isso aconteça, o clube não pode se endividar, contratar jogadores a preços exorbitantes, pensando em curto prazo. Pois em curto prazo também, o “tombo” pode ser muito maior, como o que vem acontecendo com o Vasco da Gama.
Todos querem um Coritiba vencedor, um time forte dentro de campo, jogadores renomados e vencedores, um elenco capaz de ser campeão brasileiro, mas também é extremamente importante um Coritiba ainda mais forte fora de campo, organizado, saneado e bem administrado.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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