Falando de Bola
A torcida Coxa-Branca anda extasiada ultimamente.
Quatro vitórias consecutivas, recuperação na tabela afastando-se da zona de rebaixamento, anuncio (finalmente) da nova reta da Mauá com recursos próprios, diga-se de passagem, além da melhor notícia de todas, a volta do “homem” de ouro Alex para a sua casa.
Mas um fator tem sido primordial para a recuperação do Coritiba e que apesar de todos falarem exaustivamente nunca é demais mencionar.
A chegada de Deivid, o cara que faz a diferença.
Ele é o responsável direto pela recuperação do Coritiba. Já marcou seis gols, em sete jogos. Seriam sete gols, se um não fosse anulado injustamente. E ainda uma assistência.
Das cinco vitórias que o Coritiba teve com a sua presença em campo, as cinco foram conquistadas com seus gols.
Para um time que vivia, quase que exclusivamente, de triunfos oriundos de gols dos zagueiros artilheiros, o fato de ter a presença de um matador, com muita qualidade, em campo traz muita confiança não só para o torcedor Alviverde, como principalmente para os seus companheiros dentro de campo.
A vitória frente ao Náutico mostrou exatamente a diferença do time do Coritiba de ontem, para o Coritiba de Deivid.
No primeiro gol, um lindo calcanhar de Lincoln, o deslocamento de Deivid, e a assistência milimétrica de Everton Ribeiro (como está jogando este rapaz) para o atacante que chutou em cima do goleiro. A bola bateu no zagueiro Alemão e foi para o fundo das redes.
Aí está a primeira diferença de Deivid. Não vamos falar no deslocamento, mas sim na pitada de sorte. Com atacantes azarados e não muito qualificados em se tratando de marcar gols, a bola seria rebatida pelo goleiro e “espanada” pelo zagueiro para fora da área. Com o atacante qualificado, ela foi “morrer” no fundo das redes.
No segundo gol entrou a diferença técnica, que começou no deslocamento para receber o cruzamento, como na maneira de bater na bola.
O jeito de bater na bola diferencia Deivid dos demais atacantes do Coritiba. O cruzamento de Gil veio forte, a meia-altura. Um simples “tapa na bola” e ela foi parar no fundo do gol adversário. Outro jogador chutaria a bola e ela iria parar na linha de fundo ou nas arquibancadas.
Outros fatores não tão visíveis mostram a diferença deste atleta.
Várias vezes vimos Deivid orientando seus companheiros, chamando a defesa e os volantes para avançarem, diminuindo assim o espaço das linhas de marcação.
Vimos também passes qualificados sempre “em vertical” procurando um companheiro na cara do gol.
Esta é a grande diferença do novo ídolo Alviverde.
O último centroavante e talvez o único que me inspirava confiança e que vi atuar no Coritiba, de 1983 até hoje, chamava-se Chicãoe fez parte do melhor time Coxa que vi jogar.
Junto com o craque Tostão, meu único ídolo no futebol, o centroavante Alviverde era garantia de gols.
Até tinha um estilo parecido com o de Deivid, pois era sonolento na marcação aos zagueiros adversários e costumava perder boas chances, mas sempre deixava o seu gol, principalmente nos jogos que pareciam muito difíceis.
Chicão e Tostão formaram a melhor dupla ofensiva que vi no Coritiba.
E em 2013, o Coritiba de Alex e Deivid tem tudo para repetir o futebol que encantou a todos que viveram aquele ano mágico, dentro de campo, de 1989.
Alex dando o toque de qualidade como Tostão, e Deivid fazendo os gols como Chicão, poderão fazer a torcida Alviverde sonhar com vôos maiores já na próxima temporada.
E para deixar a festa ainda mais bonita, Keirrison, outro menino de ouro do Alto da Glória, deverá voltar e formar um dos melhores trios ofensivos já vistos da história Alviverde.
O ano de 2013 promete!
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)