Falando de Bola
A situação do Coritiba é muito difícil no campeonato brasileiro. Para quem acompanhou mais de perto o desempenho no campeonato paranaense, percebeu que se tratava de uma "tragédia anunciada".
Mas o campeonato ainda tem 22 rodadas para serem disputadas, e enquanto a matemática permitir, a esperança de que o Coritiba continuará disputando a primeira divisão em 2016 permanece.
É óbvio que a esperança se resume a pó se o desempenho nestas rodadas não mudar, e a torcida continuar vendo apatia e passividade dentro de campo. Aliás, desde o tempo em que comecei a frequentar o Couto Pereira não vi um time tão passivo e apático dentro de campo, isso sem falar na falta de qualidade técnica.
A culpa do Coritiba estar nesta situação é de todos, incluindo jogadores, comissão técnica e diretoria. E só eles podem tirar o Coritiba desta situação.
Pelo que foi visto no jogo contra o Goiás, nem o Couto Pereira lotado conseguiu dar uma injeção de ânimo nos jogadores.
E aí fica a dúvida sobre o que realmente acontece dentro dos vestiários Alviverdes, pois já vi times muito ruins tecnicamente, até igual a este de 2015, mas que se superavam, e com isso o time conseguia vitórias, as vezes impossíveis.
E este time atual além de parecer desmotivado, parece desnorteado. Jogadores entram em campo sonolentos, sem raça, sem aquela gana de vencer. E não adianta virem com o discurso de que sempre entram em campo para vencer, pois o lance em que Luccas Claro entregou a bola para o atacante do Goiás e depois o assistiu penetrando à área de Wilson é emblemático e retrata bem a passividade que tomou conta do Coritiba.
E aí tentando deixar a evidente inércia de lado, o presidente vem a público dizer que pediu para o diretor Maurício Andrade uma relação dos jogadores que não estão comprometidos com o projeto de tirar o Coritiba da segunda divisão. Aliás, a situação ruim do time Alviverde não é de hoje, portanto esta avaliação já deveria ser executada há tempos.
Ora presidente, todos estão "carecas" de saber que os jogadores são uma classe unida e que anúncios assim sempre atrapalham mais do que ajudam. Qual a motivação do jogador ao saber que virá uma lista de dispensa pela frente?
Se realmente quer fazer alguma coisa, o presidente não precisa anunciar aos quatro ventos, para que a imprensa se delicie em especular, e com isso o ambiente que já é ruim, fique ainda pior.
Isso só prova o despreparo e o amadorismo das pessoas que dirigem o Coritiba hoje.
Quer reduzir o elenco e mandar embora aqueles que não estão comprometidos? Chame em sua sala os responsáveis pelo futebol e lhes de um prazo curto para que eles apresente os nomes.
Não divulgue possíveis atitudes antes delas serem efetivamente realizadas. Isso é um princípio básico de uma boa administração.
E o corte não pode ser só no grupo de jogadores, mas também em quem os contratou, por mais que agora queiram jogar tudo nas costas de Ernesto Pedroso, que não está mais no clube.
Pedroso não trabalhava sozinho. O Departamento de Futebol tem mais funcionários, e é preciso saber qual era a responsabilidade de cada um nos processos de contratações.
Mas tudo presidente, precisa ser feito entre as quatro paredes do Alto da Glória, não especulando para torcedores e imprensa antes de realmente acontecer.
Lembre-se que o senhor está dirigindo um clube profissional, que tem uma receita de milhões de reais, e não uma confraria de amigos, onde eles se reúnem para bater papo, mostrar seus dotes gourmet e beber vinhos caros e whisky 18 anos.
O primeiro passo para tentar livrar o Coritiba do rebaixamento é deixar o amadorismo de lado.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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