Falando de Bola
Até o pênalti marcado contra o Flamengo, o Coritiba não tinha sido contemplado com nenhuma penalidade máxima no campeonato brasileiro até então.
Quem olhava somente como estatística, sem acompanhar os jogos, via isso até como falta de ousadia ou poder ofensivo da equipe Coxa-Branca, pois qual equipe que em quase trinta jogos não tem uma infração máxima a seu favor?
Porém, a história é bem diferente.
Os juízes, com provavelmente alto grau de miopia, tem esquecido seus óculos em casa quando o jogo é do Coritiba.
Em jogos recentes, três penalidades claríssimas foram deixadas de serem marcadas a favor do time Coxa-Branca.
A primeira delas foi no confronto contra o Grêmio pela Copa do Brasil. O lateral-direito Galhardo tropeçou sozinho e deu um tapa na bola que todo o estádio viu, menos o "soprador de apito".
Os dois seguintes foram pelo campeonato brasileiro.
O Coritiba perdia para o Inter em casa, quando partiu para o abafa. Em um lance na área, Rafael Moura, atacante do Inter, deixou a bola de lado, e partiu como um trator para cima de Kleber Gladiador, dando-lhe praticamente uma cotovelada por trás derrubando o atacante Alviverde. Mais uma vez todo o estádio viu, menos o "soprador de apito".
Na derrota para o Cruzeiro, o Coritiba tinha voltado jogando um bom futebol na segunda etapa. Em um cruzamento da esquerda, Thiago Galhardo cabeceia em direção ao gol e a bola para no braço aberto do zagueiro Manoel. Mais uma vez o estádio inteiro viu, menos o "soprador de apito", que também não viu outro pênalti, de Manoel em Juan, não tão claro como a mão na bola, mas também passível de marcação.
Reparem os senhores que nas três partidas o prejuízo foi muito grande. Na Copa do Brasil o Coritiba sairia na frente logo no começo da partida e tinha todas as possibilidades de sair com vantagem no confronto.
Contra o Inter, o time Alviverde com certeza garantiria no mínimo um ponto, já que a partida estava no seu final. E contra o Cruzeiro, o prejuízo foi maior ainda, pois se o Coritiba empatasse o jogo naquele momento, teria grande chance de conseguir a vitória, já que o time mineiro estava com um homem a menos e sofreria a pressão de seu torcedor.
Tudo isso fica no campo das hipóteses, já que o Coritiba poderia perder os pênaltis, porém a única certeza que fica é que as penalidades aconteceram e deixaram de ser marcadas.
Com algumas exceções de nomes já conhecidos do público em geral, não acredito que a arbitragem brasileira seja mal intencionada. O que acontece é que os árbitros são ruins, fracos tecnicamente, e apitam de modo caseiro. O problema é que o modo caseiro de se apitar só acontece quando o jogo é na casa dos grandes clubes do futebol brasileiro.
A impressão que se tem é que na dúvida, se bem que os lances falados acima não se poderia ter dúvidas, não se marca a favor dos clubes menores.
Já quando o lance duvidoso é a favor dos grandes clubes, marca-se mesmo sem ter a convicção, como visto no ridículo pênalti marcado por Wilton Pereira Sampaio, mais uma vez este cidadão, a favor do Palmeiras contra o Internacional na noite de ontem.
E isto dificilmente vai mudar enquanto não se usar a tecnologia no futebol.
O futebol é um dos raros esportes em que clubes são constantemente prejudicados, resultados são alterados em função de erros da arbitragem, e nada se faz para que isso seja modificado, trazendo mais credibilidade ao futebol.
E se nada mudar, alguns campeonatos continuarão sendo rotineiramente alvo de desconfianças por parte do torcedor e da mídia em geral.
Como curiosidade, o Coritiba, ao lado do Corinthians, não teve nenhum pênalti marcado contra neste campeonato brasileiro.
Esta coluna é "dedicada" a José Roberto Wright, Wilton Pereira Sampaio, Sidrack Marinho dos Santos, Sandro Meira Ricci, Raphael Claus, Flávio Rodrigues de Souza, Salvio Fagundes Spinola, Wágner Reway, Paulo Cesar de Oliveira, entre tantos outros que já prejudicaram claramente o Coritiba.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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