Falando de Bola
Nem tanto pela derrota para o Atlético/MG, líder do campeonato, que pelas circunstâncias atuais até é normal, mas sim algumas coisas que aconteceram no jogo de ontem, deixam no ar a frase que ilustra o título desta coluna.
Rafinha, craque do time, ídolo da torcida, referência técnica da equipe, um dos jogadores mais antigos do atual elenco, que estava vários jogos fora do time por contusão, volta em um jogo importante e praticamente força a sua expulsão.
É claro que o péssimo árbitro, que novidade, que fez uma arbitragem totalmente caseira, além de atrapalhar o andamento da partida, enervou os jogadores Alviverdes com sua parcial arbitragem.
Mas um atleta experiente, no qual a torcida deposita muita confiança, não pode agir da maneira que agiu. Desde que entrou em campo, reclamava acintosamente do juiz, levando um cartão amarelo por comportamento inadequado.
Mas não satisfeito com isso e claramente forçando a sua expulsão, deixou o braço no rosto do ex-companheiro Leandro Donizete, na frente do juiz, em um lance que estava com a bola dominada e que não traria nenhum perigo contra o time Alviverde.
Com esta atitude impensada deixou ainda mais desfalcado o time Alviverde, que já não contará com os meias Robinho e Everton Costa para o jogo contra o Corinthians.
Se está forçando a sua saída ou não, apenas ele mesmo deve saber, mas o fato é que a instituição Coritiba Foot Ball Club que paga seus salários, os seus companheiros, e a torcida Alviverde merecem muito mais respeito por parte de um jogador que já deu mais alegrias ao torcedor Coxa, mas que também tem um histórico mambembe em sua carreira de jogador.
Dentro de campo, o time mostrou espírito de luta. Enfrentou um time muito difícil de ser batido, que é líder da competição, que tem uma equipe muito bem montada e uma torcida muito motivada.
Mas isso não foi suficiente para conseguir trazer um bom resultado de Minas Gerais.
O Coritiba começa a dar sinais de não ter forças para reagir na competição. E nas poucas chances de gol que o time teve, Everton Costa e Roberto mostraram deficiência técnica para transformar em gol as excelentes chances que tiveram.
Esta é a grande diferença de um jogador mediano para o craque. Enquanto o craque, às vezes, passa o jogo inteiro sem tocar na bola, mas na única chance que tem coloca a bola pra gol, o jogador comum luta muito, mas na chance que tem mostra toda a sua dificuldade em resolver a parada.
Afirmo que continuo acreditando no trabalho que vem sendo feito, principalmente nas pessoas do presidente Vilson Ribeiro de Andrade e do Superintendente Felipe Ximenes.
Continuo acreditando no trabalho de profissionalização do clube, porém algo precisa ser feito para que a torcida Coxa não seja a maior prejudicada no final da competição.
Se o “algo a ser feito” passa pela contratação de reforços, troca de treinador, mudança de jogadores até então titulares absolutos, mudança de esquema tático, eu não sei, mas do jeito que está periga o Coritiba continuar freqüentando a “zona do agrião”, não tendo forças para sair dela e ter surpresas desagradáveis no final da competição.
Ainda existem vinte e quatro partidas para o Coritiba reagir na competição, tempo necessário para mudanças, sejam elas quais forem, e conseqüentemente uma reação da equipe, mas tempo também que pode ser muito curto se providências não forem tomadas.
Apenas como curiosidade, nos últimos anos, a equipe que teve a defesa mais vazada da competição, acabou rebaixada no Campeonato Brasileiro.
O grande problema do futebol é o imediatismo exigido pelo torcedor e pela crônica.
Mas sabemos também que um clube de futebol vive de resultados. Se eles não vêm, é natural que o torcedor, aquele que não tem fidelidade com seu clube, acabe se afastando.
Com um projeto de reestruturação de um clube passa obrigatoriamente pela fidelização do seu torcedor, de forma a conseguir a angariação de recursos necessários para o crescimento do clube, é necessário sentar, pensar e analisar o que está errado.
É óbvio que o torcedor não tem mais razão do que aquele profissional que está dia a dia no clube, mas o torcedor tem a paixão e se ela acaba todo o projeto de reestruturação vai por “água abaixo”.
Se algo está errado, não dando o resultado esperado, sempre é hora de mudar.
As pessoas passam, mas a Instituição fica. E a Instituição não pode ser nunca prejudicada em função de uma linha de trabalho que não traz resultados.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)