Falando de Bola
Apesar da vitória, confesso que saí um pouco chateado do Couto Pereira na noite de ontem.
Ao ir embora para casa cheguei à conclusão de que a torcida brasileira em geral tem memória curta e não sabe valorizar seus ídolos.
Não tenho a menor dúvida de que todos os clubes que hoje disputam a Série A gostariam de ter o craque Alviverde em seu elenco, mas parte da torcida Coxa deu ontem uma aula de como não se tratar um ídolo.
Alex nunca foi um jogador de correr atrás da bola os noventa minutos, pelo contrário sempre foi a bola que correu atrás dele. Um craque como ele é, decide a jogada na primeira bola redonda que recebe. E infelizmente neste time do Coritiba são poucas as bolas redondas que ele tem recebido.
E ontem contra o Botafogo ele fez o que dele se esperava. O jogo estava difícil, mesmo com o adversário com um a menos. E na primeira bola que recebeu em boas condições, matou com categoria, tirou o zagueiro da jogada com a cabeça e concluiu com extrema frieza e categoria, matando um jogo que se mostrava complicado.
Alex, não ligue para as vaias. Alguns torcedores não sabem o que fazem.
Um time nervoso, sem estabilidade emocional. Este parece ser o principal problema deste time do Coritiba. E isso ficou evidente na partida de ontem.
O time do Botafogo é fraquíssimo, talvez o pior que já vi com a camisa Alvinegra. E pior, jogava com um a menos desde o final do primeiro tempo.
Mas nem assim o Coritiba conseguiu se impor e fazer uma partida tranqüila.
E sinceramente não acho que o problema do time seja apenas tecnicamente, pois ontem era muito superior ao adversário. Mas sim como dito acima, o principal problema é emocional. Um Coritiba realmente fraco mentalmente.
A bola queimava nos pés de alguns jogadores. E o incrível era um time que estava ganhando o jogo de um adversário direto, jogando com um a mais, conseguir a “proeza” e dar contra-ataques para o adversário.
Leandro Almeida soberano na zaga, Carlinhos explorando, mesmo com alguns erros de cruzamentos, a avenida botafoguense pelo lado direito, Sergio Manoel, apesar da limitação física e erros nos passes, comandou a marcação na meia, e Joel que incomodou a defesa do Botafogo, foram os principais destaques.
Alex, que vinha fazendo uma partida apagada, matou o jogo com um golaço, e Rosinei que fez sua melhor partida pelo Coxa, também merecem destaque positivo.
O destaque negativo foi o atacante Zé Love, que mais uma vez pouco apareceu, e ao ser substituído, mais uma vez, balançou a cabeça em forma de descontentamento, ato totalmente impróprio para quem vinha fazendo uma má apresentação e mereceu ser substituído.
O título que representa esta coluna vem da lamentável atitude do auxiliar técnico Marcelo Serrano após a marcação do golaço de Alex.
Virou-se para a torcida que estava nas sociais e esbravejou batendo no peito e mandando a todos ali ficarem quietos.
Ninguém precisou me contar, pois vi com meus próprios olhos a destemperada atitude do auxiliar técnico.
A torcida é passional, e infelizmente a grande maioria dela “joga” de acordo com o time vem demonstrando dentro de campo. E ontem, o Coritiba mostrava enormes dificuldades contra um adversário terrível tecnicamente e que jogava com um a menos.
Soma-se a isso a lanterna do campeonato e o time vir de duas pífias apresentações fora de casa, onde foi goleado por Goiás e Figueirense, levando sete gols e não fazendo nenhum.
Se vocês profissionais pedem respeito por parte do torcedor, o bom seria que vocês próprios dessem exemplo fazendo apenas a parte que lhes cabe, que é treinar a equipe e fazer o time sair finalmente da zona do rebaixamento, posição que o Coritiba praticamente se adunou neste campeonato.
O que você fez pelo Coritiba ainda é muito pouco perante a história deste clube. A torcida não esquece que no único jogo que o time Alviverde esteve sob seu comando, foi goleado pelo fraquíssimo Náutico por 3x0 no campeonato passado.
Um pouco de humildade não faz mal a ninguém.
Agora é contra o Grêmio de Felipão, time que ainda busca uma vaga na Libertadores da América.
Será um jogo difícil contra um adversário que se encontrou taticamente com o ex-treinador da Seleção Brasileira.
Um time que atua praticamente com dez jogadores atrás da linha da bola, deixando apenas Barcos na frente, e os velozes Luan e Dudu, abertos pelos lados do gramado, para puxar os contra-ataques.
Mas se o Coritiba entrar com garra e disposição, tem todas as condições de sair com a vitória e começar a se distanciar da zona do rebaixamento.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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