Falando de Bola
O que se pode esperar em um país onde a corrupção impera em todos os setores?
Desde os altos escalões até os mais baixos, a corrupção ativa está em todos os lugares. Alguns de forma mais escancarada, outras de forma mais sutil.
E não poderia ser diferente no mundo do futebol. Aliás, o mundo do futebol é muito parecido com o mundo da política brasileira.
O jeitinho, o favorecimento, o paternalismo, a malandragem, a propina, a roubalheira são fatores comuns nestes dois mundos que deveriam ser completamente a parte, mas que infelizmente são muito parecidos em todos os sentidos.
Geralmente a corrupção se encontra onde gira muito dinheiro. E ela não demoraria a chegar ao futebol.
No jogo de ontem isso ficou evidente.
Um juiz safado, incompetente e corrupto “operou” o Coritiba sem dó e sem anestesia.
Um desconhecido, aspirante a FIFA (olha o interesse aí em agradar a cúpula da CBF) que apitou de forma totalmente parcial prejudicando o trabalho sério de um time que anda caindo aos pedaços.
Mas de que adianta o Coritiba lamentar ou o presidente Vilson dizer que vai fazer uma reclamação formal na CBF (Nesta hora onde está a sua representatividade no alto escalão do futebol nacional senhor presidente?), se a sua voz tem o mesmo efeito de uma reclamação do Londrina em âmbito estadual, ou seja nenhuma.
O que aconteceu ontem no Maracanã não é surpresa para ninguém. É apenas mais do mesmo do que acontece no país da maracutaia.
E o retrato da safadeza é o senhor Luxemburgo comemorando ao final da partida como se não houvesse amanhã. Se tivesse caráter teria ido direto para o vestiário envergonhado com a ajuda que seu time teve para vencer a partida.
E o pior de tudo é que a imprensa é conivente com isso tudo. A empolgação do péssimo narrador Alex Escobar da Rede Globo com os gols do Flamengo e o fato de nenhum repórter ter mencionado as “falhas” do juiz na coletiva de Luxemburgo após a partida provam que a corrupção, infelizmente, está se tornando comum entre nós.
No país de Ricardo Teixeira, José Maria Marin, João Havelange, Marco Pólo Del Nero Sidrack Marinho, Wilton Pereira de Sampaio, Sálvio Spínola, Eurico Miranda, Edilson Pereira de Carvalho, José Roberto Wright, Paulo José Danelon, entre outros não se poderia esperar coisa muito diferente do que foi visto na noite de ontem.
Quando se é roubado descaradamente dentro de campo, o mínimo que pode acontecer é que a sua força mental seja ainda maior para poder superar os fatores extra-campo.
Por mais abalados que estivessem é inadmissível jogar nas costas do péssimo Wagner Reway o ridículo aproveitamento nas cobranças de pênaltis.
O elenco que visivelmente tem se mostrado sem qualidade técnica, agora mostra também uma faceta de despreparo mental, que somados darão a receita exata para o rebaixamento do clube.
O pênalti cobrado por Zé Love (meus respeitos a um jogador que apesar da limitação técnica luta o tempo todo) ainda pode ser justificado, já que bateu alto e com força. Mas os pênaltis batidos por Helder, Dudu (a “revelação” que marcou seu primeiro gol com 22 anos) e Carlinhos provaram a incapacidade mental destes atletas.
Alguns jogadores de futebol parecem que não prestam atenção em fatos primários de seu trabalho. Se observassem a atitude do goleiro do Flamengo nas cobranças de pênaltis teriam melhor sorte.
Ontem ficou claro que o goleiro Paulo Vitor não se mexia nas cobranças de pênaltis. O que os péssimos batedores citados deveriam fazer então?
Escolher um canto e chutar forte e seco, como fizeram Robinho e Leandro Almeida. Ou em ultimo caso fechar os olhos e disparar um torpedo para recolher bola e goleiro para dentro do gol(poderiam aprender com o Cleber Arado).
Mas não, preferiram bater com displicência, indo devagar para a bola e dando um chute bem parecido com suas “qualidades” técnicas.
O mínimo que se esperava era que estes jogadores tivessem brio e vergonha na cara, mas isso é pedir muito para jogadores que chegaram a deixar o Coritiba na lanterna do Campeonato Brasileiro.
Sobre a atuação do técnico Marquinhos Santos não vou nem comentar, pois um time que consegue ser desclassificado mesmo tendo uma vantagem de três gols não tem outro adjetivo, a não ser considerado medíocre.
Fica o castigo para um time que entrou apenas para se defender, esperando apenas achar “a bola do jogo” para conseguir a sua classificação.
Assim, continuará procurando, mas só achará na Copa do Brasil de 2015.
Por outro lado o goleiro Vanderlei, que embaixo das traves é um monstro e honrou a camisa Alviverde na partida de ontem, merece ser finalmente reconhecido pela torcida Coxa Branca. Este mostrou que tem alma guerreira.
Uma frase do amigo jornalista Gibran Mendes, ontem no Facebook, ilustrou com maestria tudo o que envolve o futebol brasileiro:
” Chegou o dia em que o Telecatch tornou-se mais transparente e honesto que o futebol.”
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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