Falando de Bola
Para quem acompanha com freqüência os meus textos aqui no “Falando de Bola”, já deve ter percebido que sou um dos que apóiam o trabalho que vem sendo desenvolvido.
Neste trabalho, destaco três personagens, os que para mim são os principais:
Vilson Ribeiro de Andrade que pegou um clube após ter recebido a maior punição da história do futebol brasileiro, e transformou em um dos times mais badalados do Brasil, principalmente após a excelente temporada de 2011.
Felipe Ximenes que organizou o Departamento de Futebol do clube, e profissionalizou a estrutura futebolística do clube, que em outrora já tinha sido comandada por amadores.
Marcelo Oliveira que com uma excelente estrutura por trás, comandou o time que encantou o Brasil em 2011 e que levou o time a duas finais seguidas de um torneio nacional, fato inédito na história do clube.
Hoje, com exceção do presidente Vilson, os outros dois personagens são criticados por parte da torcida Alviverde, principalmente o técnico Marcelo Oliveira, que ficou extremamente marcado pelo fraco aproveitamento fora de casa e pela perda das duas finais da Copa do Brasil.
Por, em partes, acompanhar de perto o trabalho que vem sendo desenvolvido, me sinto extremamente confortável para emitir uma opinião, seja ela favorável ou não.
Não sou um dos que acreditam que uma mudança no cargo de Superintendente de Futebol ou de treinador venha solucionar os problemas atuais do time e alavancar o clube para a ponta da tabela de classificação.
Uma provável saída de Felipe Ximenes seria muito prejudicial para o Coritiba neste momento, pois não vejo ninguém atualmente no clube que esteja pronto para assumir esta função, que é a responsável por mais de 300 pessoas, dentre elas funcionários e jogadores de todas as categorias.
Sobre parte de a torcida pedir a saída de Ximenes, acho muito interessante o fato de que este profissional, que tem seu reconhecimento evidente por grande parte dos clubes brasileiros, não estar capacitado para o Coritiba, como muitos torcedores acham.
Se Felipe Ximenes fosse tão incapaz assim, o que justificaria o grande assédio sofrido por este profissional, inclusive de um clube como o Internacional, tão reconhecido pela excelência do trabalho em seu Departamento de Futebol.
Grande parte da torcida acredita que Tcheco, atleta que recém se aposentou, esteja pronto para assumir esta função dentro do clube, o que discordo totalmente.
A função de Superintendente de Futebol nos moldes implantados no Coritiba não é de simplesmente contratar ou dispensar jogadores.. Envolve muito mais que isso.
Não tenho dúvidas que Tcheco possa ser um grande profissional nesta área, mas deverá se preparar para isso, e nada melhor do que assessorar neste momento uma pessoa que profissionalizou o Departamento de Futebol do clube.
Sobre Marcelo Oliveira , ainda sou da opinião de que sua presença a frente do time do Coritiba tem muito mais pontos positivos do que negativos.
Um técnico bi-campeão regional, finalista de duas Copas do Brasil e que no Brasileiro de 2011 lutou até a última rodada pela Taça Libertadores da América não pode ser taxado de completo incompetente.
É óbvio que cometeu alguns equívocos, e comete até hoje, mas preocupa-me o fato de sua rejeição por grande parte da torcida, que enxerga em sua saída a solução para os problemas do time.
A solução para o time do Coritiba hoje, não passa pela saída de Felipe Ximenes ou de Marcelo Oliveira, pelo contrário, mas sim na contratação de jogadores, mais precisamente para o ataque.
Respeito à opinião de quem acha que a saída destes profissionais será benéfica para o clube, mas não concordo por reconhecer em ambos a capacidade profissional que fizeram o Coritiba sair de um estado de letargia para ser um dos principais clubes do Brasil nas duas últimas temporadas.
Também não acho que o elenco montado seja fraco. O time tem várias opções para todos os setores, com exceção do ataque que não conta com nenhum atleta com capacidade de decidir uma partida e assumir esta responsabilidade.
Dentro do elenco existem algumas opções, como Aquino, Everton Costa, Marcel, Roberto, que são úteis, mas que não possuem a característica necessária para que o treinador e a torcida confiem neles à responsabilidade de ser o homem decisivo do Coritiba.
Considerando, que para mim, a deficiência encontra-se única e exclusivamente no ataque, repito, não considero fraco o elenco montado.
Acredito que a diretoria esteja se mexendo e na hora certa trará o atacante que poderá ajudar muito na seqüência da temporada.
Apenas como curiosidade, sobre atacantes, o Botafogo após a saída de Loco Abreu e Herrera, atuou ontem contra o Grêmio com um sistema 4-2-3-1, onde o único atacante da equipe era o meia Elkeson, pois o único atacante de referência da equipe é o fraco Rafael Marques, recém contratado.
Isso mostra que, atualmente, encontrar um centroavante seja o grande dilema para os clubes brasileiros.
O Coritiba com os jogadores que possui tem totais condições de sair da zona desconfortável que se encontra na tabela, mas para isso não dependerá somente do empenho dos jogadores.
É preciso união entre todos, uma sinergia entre time e torcida, como aconteceu em 2007.
O Coritiba é muito forte dentro do Couto Pereira, e a união de todos, fará o Coritiba ressurgir como uma fênix, como já aconteceu após o triste episódio de 2009.
É hora de deixar de lado as intrigas, ofensas e descrenças em alguns profissionais e se unir para fazer o Coritiba forte novamente.
Alice, urubu ou lunático, me denominem como quiser, mas de maneira nenhuma vou achar que tudo hoje está errado e que tenha que ser mudado no Coritiba. Pelo contrário sou da opinião de que o trabalho deve continuar, apenas com a contratação de alguns reforços.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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