Falando de Bola
Ontem foi uma noite inesquecível no Alto da Glória. Quem teve o privilégio de estar no Couto Pereira não se arrependeu, quer dizer a torcida vestida de vermelho e preto deve ter voltado de cabeça inchada para casa, mas o espetáculo foi bonito.
Duas torcidas vibrantes nas arquibancadas. Do lado rubro-negro muita festa antes da bola rolar. Mas depois que ela rolou, aí meus amigos, a torcida do Coritiba mostrou que realmente faz a diferença e fez o estádio literalmente pulsar.
A torcida Alviverde sabia da sua importância nesta partida. O Coritiba vem tendo um ótimo desempenho nas partidas fora de casa nos últimos jogos, mas dentro de casa o desempenho vinha sendo decepcionante. Portanto, o apoio da torcida seria fundamental para ajudar os jogadores a irem para cima do adversário.
O tiro seco e certeiro de Henrique Almeida foi a peça que faltava para a engrenagem funcionar. Com a abertura do placar o Couto Pereira veio abaixo, e os cantos de guerra entoados nas arquibancadas pareciam penetrar na alma dos jogadores Alviverdes que entravam em cada dividida com toda garra possível.
O jogo estava sob controle do Coritiba, e em uma bola sem perigo, o excelente zagueiro Walisson furou a cabeçada deixando ela livre para Walter avançar sozinho e empatar a partida. Mas quando a fase é boa tudo conspira a favor.
O bom atacante atleticano, conhecido por sua precisão nos arremates, teve o seu chute desviado pelo vento e pelo olhar de mais de 30 mil Coxas. O gol que era certo não aconteceu e o Couto Pereira explodiu novamente, e com o gol perdido, o jogador rival foi ovacionado pela torcida Alviverde.
Aliás, este foi o único erro de Walisson na partida, e quiseram os Deuses do Futebol o premiar pela sua dedicação dentro campo, soprando para fora do gol o chute de Walter. Se contra o Flamengo, Juninho tinha sido o monstro da partida, ontem foi Walisson quem merece este título, e assim o Coritiba vai tendo dois gigantes em sua defesa.
E o castigo não demorou a tardar, Lúcio Flávio, em um lampejo do bom jogador que sempre foi, deu um toque na bola que só os camisas 10 conseguem dar, encontrando Negueba no lado direito.
O esforçado jogador, um misto de lateral, zagueiro, meia, atacante, dominou com categoria e encheu o pé, fuzilando o goleiro adversário e ampliando o placar.
O Couto Pereira explodiu novamente e do outro lado se ouvia um silêncio sepulcral, bem diferente da festa que se ouvia antes da bola rolar.
O segundo tempo foi eletrizante. O Atlético tentava entrar no jogo e o Coritiba se fechava como um exército que defendia suas fronteiras com todas as forças.
Ambos tiveram chances de alterar o placar, mas a partida terminou com o mesmo "escore" da primeira etapa.
E como o velho freguês a casa volta, a velha rotina de triunfos Alviverdes em Atletibas nos últimos anos se confirmou, e assim o Coritiba vai tentando se solidificar fora da zona do rebaixamento.
Assim como já tinha sido contra o Flamengo, a sensação que ficou ontem após o término da partida foi de que se o Coritiba estivesse jogando com essa garra, com os meninos na zaga, Henrique Almeida fazendo os gols, e Wilson no na meta desde o começo do campeonato, a situação na tabela seria bem diferente.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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