Falando de Bola
Peço licença aos amigos leitores do “Falando de Bola” para deixar o futebol um pouco de lado para tratar da realização de um sonho.
Quando comecei a tocar bateria, os caras que eu “curtia” tocando eram o Keith Moon, do The Who, e como um beatlemaníaco que sou, não poderia deixar de ser o grande Ringo Starr.
Keith Moon, já falecido, com seu estilo excêntrico e maluco, era a alma do The Who junto com o grande guitarrista Pete Townshend.
Grandes composições foram surgindo, mas a ópera rock Tommy talvez tenha sido a maior obra do grupo inglês.
Keith tinha o apelido de “Moon, the Loon”(“Moon, o lunático”) e era um baterista conhecido por seu estilo nada trivial e deixava de lado as batidas básicas em prol de uma técnica fluída e acentuada, focada em viradas progressivas pelos toms, trabalho ambidestro no bumbo e passadas e ataques selvagens nos chimbaus.
Quem não conhece o trabalho de Keith Moon, pode ter uma idéia do seu estilo no programa de TV que os Rolling Stones gravaram na Inglaterra em 1968, quando o The Who tocou uma de minhas músicas preferidas, “A Quick One While He's Away”. A performance da banda, principalmente de Keith, foi simplesmente sensacional.
Mas infelizmente não tive a oportunidade de ver Keith Moon tocando ao vivo, pois o grande baterista faleceu em 1978, aos 32 anos, após uma overdose de medicamentos, no mesmo apartamento onde quatro anos antes tinha morrido Cass Elliot, vocalista do The Mamas and the Papas.
Meu outro baterista preferido, Ringo Starr, tinha um estilo mais sóbrio que Keith Moon, porém de grande importância na história da música. Simplesmente fez parte da maior banda de todos os tempos.
Alguns críticos de música o colocam apenas como um baterista normal, que estava no lugar certo e na hora certa, dizendo que Pete Best, primeiro baterista dos Beatles era muito melhor do que ele. Mas esqueciam eles que Ringo Starr era considerado, na época, o melhor baterista de Liverpool.
A grande habilidade que tinha para tocar os mais variados ritmos musicais, ajudou os Beatles a enveredar por diversas direções musicais, sempre com grandes sucessos em todas elas.
Ringo alterou o modo como os bateristas seguravam as baquetas, tornando popular o estilo “matched”. Quase todos os bateristas, anteriores a Ringo, seguravam as baquetas de forma tradicional. Já o baterista dos Beatles segurava a baqueta esquerda como se fosse o “pauzinho chinês”.
Seu jeito de tocar balançando a cabeça, em movimento contra a batida, dá a impressão de alguém que está tentando tirar água dos ouvidos.
Quem entende de música não tem a menor dúvida de que Ringo Starr mudou completamente o estilo de tocar rock.
O baterista dos Beatles é o responsável pelo vocal de canções como Yellow Submarine, Octopus´s Garden, I wanna be your man, a maravilhosa With a little help from my friends, entre outras.
Mas alguns devem estar se perguntando o porquê de um blog que fala de futebol, estar falando de músicas, ou mais propriamente de bateristas.
Todo Coxa-Branca tem o sonho de ver o time campeão nacional novamente. Isto é o ápice para quem ama o Coritiba, para quem muitas vezes deixou compromissos mais importantes de lado, para ver o Coritiba jogar.
Da mesma forma, um beatlemaníaco, que não pode ver a banda inteira junta “ao vivo”, tem o sonho de ver seus integrantes, mesmo que de maneira solo.
Já tive o privilégio de ver Paul McCartney, e hoje concretizarei um sonho, ao ver o grande Ringo Starr com seus 73 anos, tocando suas canções dos Beatles e de sua carreira solo, no Teatro Positivo.
Quem me conhece sabe que este momento é único para mim e tem a mesma emoção de que um título nacional do Coritiba.
Exagerado ou não, o fato é que hoje, como um beatlemaníaco, estou concretizando um sonho, esperando também que como Coxa-Branca volte um dia a ver o meu time dar a volta olímpica como campeão nacional.
Vida longa ao rock n´roll e à Ringo Starr!
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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