Falando de Bola
O dia estava esquisito. Algo me dizia que a partida de ontem seria mais difícil do que se imaginava.
E acabou sendo. Mas não pela eficiência do time adversário, mas sim pela desatenção, mais uma vez, do Coritiba no final da partida.
Eu confesso não entender a necessidade da mudança do esquema tático, após o Coritiba se assentar no campeonato jogando com três zagueiros.
Entendia sim a intenção de Marquinhos Santos em acertar a parte ofensiva do time, que vinha criando pouco. Mas para isso seria necessário mexer no esquema que vinha dando resultados até então?
Não sou o técnico da equipe, muito menos vivo o dia a dia do clube, portanto deixo para o treinador decidir qual a melhor formação para a sua equipe.
Mas continuo achando que a mudança de esquema não era necessária, principalmente pela facilidade que Marquinhos Santos tem em alterar o esquema durante as partidas, sem a necessidade de alteração de peças.
Se a intenção era melhorar o poderio ofensivo da equipe, a mudança ficou muito visível dentro de campo.
O time Alviverde teve muita posse de bola na meia-cancha, dominou o jogo inteiro, marcou no campo do adversário e praticamente usou apenas metade do campo, onde atuava a defensiva do Operário, durante toda a partida.
A formação da meia cancha, em losango, ficou clara. William, como volante, centralizado. Robinho e Djair, armando e fechando o meio pela direita e esquerda respectivamente, e Alex atuando livre na outra ponta do losango, transformando-se praticamente em um terceiro atacante.
Com isso Alex ficou mais próximo da área e fez sua melhor partida pelo Coritiba. Tabelando e aparecendo com freqüência para finalizar, o craque Alviverde foi o responsável pela melhores jogadas do time.
O único ponto negativo desta meia-cancha foi o garoto Djair, que não tem a mesma qualidade como armador do que tem como volante, e diante da necessidade de vitória, ficou praticamente sem função, ao atuar avançado pelo lado esquerdo.
A entrada de Ruidiaz, pelo lado esquerdo, deu mais presença ofensiva e posse de bola ao Alviverde. Porém, o peruano precisa ter mais confiança na hora de chutar em gol. Talvez com mais oportunidades, esta confiança apareça.
Com o retorno de Gil, é bem provável que o raçudo meia, assuma o lugar de Djair. O único problema é que tanto Gil, como Robinho atuam pelo lado direito, e para manter esta formação tática, Marquinhos Santos terá que deslocar um dos dois atletas para o lado esquerdo.
Outra possibilidade, que deverá ser usada futuramente, é a colocação de Sérgio Manoel pelo lado esquerdo.
O Coritiba tem um dos melhores centroavantes do futebol brasileiro.
Mas ele está atuando de maneira errada.
Em um time que tem Alex na meia-cancha, Deivid não pode atuar tentando armar o time. Seu lugar é na entrada da grande área, posicionando-se para receber as bolas de Alex ou então para tabelar com o camisa 10 do Coritiba.
Ontem, Deivid foi visto atuando até como volante pelos lados direito e esquerdo.
Com isso, o atacante Arthur centralizava-se na área adversária, e com isso o Coritiba ficava sem jogadas pelas laterais, tentando insistir pelo meio, o que facilitava as ações da defensiva adversária.
Aos que acham que Deivid está desmotivado e isso tem afetado suas atuações, isso é “conversa para boi dormir”.
O que ele precisa é de orientação tática, no sentido de permanecer mais próximo a área adversária.
É muito fácil comentar futebol depois que a partida acaba. Assim são os “analistas de futebol”.
A entrada de Junior Urso claramente visava dar mais força a meia-cancha Alviverde, que atuava apenas com William como primeiro volante.
E isso Urso sabe fazer muito bem.
O Operário melhorou ofensivamente com as entradas de Cacá, bom jogador, e Paulo Sérgio, e o Coritiba começava a ter problemas em sua defesa.
O Coritiba acabou levando o gol de empate em um cochilo pelo lado direito da defesa, mas não se pode dizer que a entrada de Junior Urso tenha sido o principal motivo do empate operariano.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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