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Ricardo Honório23/06/09, 22h19
Falando de Bola

Saída pela esquerda

A falta de confiança nos jogadores Guaru e Vicente, que nunca se firmaram como titulares, levou o treinador Renè Simões a improvisar o meia Carlinhos Paraíba na ala esquerda.

Por um lado o Coritiba ganhava em consistência e toque de bola pelo lado esquerdo, mas por outro lado perdia as jogadas de linha de fundo e principalmente o bom poder de conclusão de Carlinhos Paraíba, já que pelos lados do gramado aparecem poucas chances de concluir em gol.

Na vitória frente ao Inter, dentro do Couto Pereira, a torcida foi surpreendida pela participação quase em tempo integral do meia-direita Pedro Ken por este setor, transformando-se na principal surpresa tática da noite.

Tanto Carlinhos como Pedro apareceram bem, mas distante do ideal para a posição, que pode ser definido como próximo do que Marcio Gabriel vem fazendo pelo lado direito, ou seja, jogadas de velocidade, aguda em direção ao gol adversário, que podem resultar em gols, pênaltis ou mesmo expulsões de adversários.

Pensando em suprir esta carência, a diretoria apresentou hoje o jovem Rodrigo Crasso, que foi considerado o melhor lateral-esquerdo do Campeonato Paranaense jogando pelo J.Malucelli.



Com esta contratação, Renè Simões tem a chance de mudar o esquema tático da equipe, abdicando dos três zagueiros, e conseqüentemente montar uma meia-cancha extremamente forte, com grande poder de marcação, boa saída de bola e criatividade, atuando em forma de losango.

Leandro Donizete jogaria mais pela faixa central do gramado, com Pedro Ken fazendo o lado direito e Carlinhos Paraíba fazendo o lado esquerdo, completando um trio de volantes que além de marcar forte, sabe sair para o jogo.

Marcelinho Paraíba, jogando livre e desimpedido da função de marcação, poderia flutuar nos dois lados do gramado, tendo a liberdade de fazer as jogadas para os atacantes e chegar para concluir em gol.

Mas para que isso aconteça, é preciso que Renè sacrifique um dos zagueiros, e o experiente Pereira, por ser mais lento e ter mais dificuldades para dar o bote, poderia ser o escolhido.

Mas para que isso ocorra com sucesso, o treinador dependerá de como Rodrigo Crasso se comportará com a camisa titular do Coritiba.

Rodrigo é um lateral que sabe jogar em uma linha de quatro ou até mesmo no 3-5-2, portanto poderá ser uma boa opção tática para Renè Simões.

Mas o principal assunto deste “post” seria o forte lado esquerdo que Renè Simões poderá montar com a chegada do novo lateral.

Carlinhos Paraíba, Marcelinho Paraíba são canhotos de extrema categoria, e Marcos Aurélio rende muito mais quando joga pelo lado esquerdo, e juntos, poderiam transformar-se em uma arma extremamente letal aos adversários.



Marcos Aurélio mostrou no último jogo contra o Náutico que o seu futebol rende muito mais quando escalado pelo lado esquerdo do gramado.

Carlinhos atuaria mais como um volante pelo lado esquerdo, porém com total liberdade de troca de posição com Pedro Ken, podendo assim flutuar pelo gramado, chegando próximo a área adversária para arrematar em gol.

Já Marcelinho, como dito acima, atuaria com total liberdade, funcionando até mesmo como um legítimo ponta-esquerda, como ocorreu no cruzamento que resultou no gol de cabeça de Ariel contra a Ponte Preta.

Teria ainda a opção de Rodrigo Crasso, que poderia fazer uma boa dupla com Carlinhos Paraíba pelo lado esquerdo, fazendo assim as conhecidas jogadas de “overlaping” que causam pânicos aos defensores adversários e são muito difíceis de serem marcados, se executadas com precisão.

Engana-se, porém quem acha que com o time pendendo pelo lado esquerdo, que Marcio Gabriel, em grande fase, seria pouco utilizado.

Com os adversários “ligados” no lado esquerdo do Coritiba, Pedro Ken e Marcio Gabriel poderiam fazer boas jogadas pelo lado direito, o que dificultaria extremamente a marcação adversária.

Enfim, Renè Simões começa a ter boas opções para armar a equipe, resta saber usá-las da melhor maneira possível, principalmente nos jogos fora de casa, onde o Coritiba tem atuado de maneira muito defensiva.

Mesmo com as várias opções, ainda faltam algumas peças para reforçar o elenco e dar condições ao Coritiba de buscar algo grandioso no Campeonato Nacional e na Copa Sul-Americana.

Um bom zagueiro, um meia para dividir a tarefa com Marcelinho e um goleador poderão transformar o Coritiba em um candidato em potencial a uma boa colocação nestes torneios.

Para finalizar, a diretoria está próxima de anunciar o atacante Thiago Gentil, que atualmente está na Grécia e já teve passagens por Palmeiras, Náutico, Santa Cruz e Figueirense.



Não se trata de um reforço, mas sim de uma contratação. É um jogador de velocidade que chega para compor o elenco, e dependendo de suas atuações brigar pela vaga de titular com Marcos Aurélio.

Não é o tipo de contratação que a torcida espera, mas que pode ser útil em um campeonato longo como o Brasileirão.

O problema é que a diretoria queima cartuchos ($) com jogadores que não resolverão o problema da equipe.

O que se espera é no mínimo mais uma contratação do nível de Marcelinho, para que aí sim o Coritiba possa além de pensar grande, agir também como um clube grande.

Saudações Alviverdes
Ricardo Honório

Ricardo Honório

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