Falando de Bola
Nem o mais otimista torcedor do Coritiba acreditaria que o time se recuperaria no campeonato enfrentando, mesmo que dentro de casa, os dois primeiros colocados do Brasileirão.
O time vinha de duas derrotas no campeonato brasileiro, para Vitória e Ponte Preta, onde teoricamente, mesmo jogando fora de casa, eram partidas mais fáceis de pontuar do que os confrontos contra Cruzeiro e Grêmio.
Após as duas derrotas fora de casa, principalmente para a Ponte Preta, a sensação era de que o time Alviverde estava “acabado” psicologicamente e caminhava firmemente para fazer parte do grupo que faz parte da zona do rebaixamento.
Mas como a própria Fênix, o time Alviverde começou a ressurgir das cinzas na grande vitória contra o Cruzeiro, triunfo ainda mais valorizada pelo gol da vitória ter sido marcado por Keirrison, que não marcava há dois anos.
E contra o Grêmio, com os mesmos onze jogadores que tinham vencido o time mineiro, e contando ainda com o retorno importante do atacante Deivid, que voltou a ser opção depois de mais de dois meses sem condições de jogo, o Coritiba massacrou o time gaúcho, jogando aquela que talvez tenha sido a melhor partida desde a goleada por 6x0 no Palmeiras em 2011.
A linda vitória levou o time Alviverde para a 13° posição na tabela, distanciando sete pontos da zona do rebaixamento.
O jogo
O dia Alviverde já começou positivo com a atmosfera que se criou para esta partida.
A recepção aos jogadores na Rua Mauá, o lindo dia ensolarado que permitiu que o espetacular bandeirão pudesse ser estendido e cobrisse os três anéis da arquibancada e a boa presença de público eram prenúncios de que o dia terminaria com um triunfo Coxa-Branca.
O gol contra marcado aos 18 segundos pelo “criminoso” Pará, sim um jogador que dá uma entrada daquelas só pode ser chamado por essa alcunha, facilitou as coisas para o Coritiba e inflamou ainda mais a sua motivada torrcida, que foi a loucura aos três minutos com o petardo de Alex que foi parar no fundo das redes de Dida.
As arquibancadas cantavam muito alto e referenciavam o excelente futebol que o Coritiba praticava dentro de campo.
O Coritiba mantinha a posse de bola, sem tomar sustos e mostrava um arsenal de triangulações e infiltrações, e foi em uma destas infiltrações que Robinho completou para as redes um passe magistral de Julio Cesar, que fez uma grande partida.
Ali o jogo estava decidido, passando o Coritiba a tocar a bola e fazendo a torcida delirar a cada lance de Alex ou desarmes de William e Junior Urso.
O segundo tempo reafirmou a superioridade Alviverde e a torcida ainda foi presenteada com um golaço de Geraldo, após um lance espetacular de Julio Cesar em cima do zagueiro gremista.
O time
Hoje já deu para ter uma idéia do dedo do treinador Péricles Chamusca no time Alviverde.
Um time compacto, principalmente na meia-cancha, e saindo com rapidez na transição meio-campo ao ataque, fato que não vinha acontecendo nas partidas do Coritiba.
Uma dupla de volantes firme na marcação e mostrando uma excelente saída de bola.
Pelos lados do gramado, o Coritiba tinha duas duplas. Gil e Robinho pela direita e Carlinhos e Geraldo pelo lado esquerdo. Além de fechar muito bem os lados do gramado, estes atletas conseguiram fazer boas jogadas e dos quatro gols do Coritiba, três se iniciaram pelas laterais, dois com Gil e o último com Julio Cesar.
Aliás, uma mudança observada na partida de hoje, foi a grande atuação tática do angolano Geraldo, que foi extremamente importante na marcação do lado esquerdo junto com o lateral Carlinhos
Com o time firme na marcação e criativo pelos lados, o meia Alex e o atacante Julio Cesar puderam jogar soltos, se preocupando apenas em criar as jogadas de ataque.
Destaque ainda para a dupla de zaga Alviverde, que foi firme na marcação e não deixou que o “poderoso” trio de ataque, Barcos, Kleber e Vargas, chegasse com perigo ao gol de Vanderlei.
Sobrou tempo ainda para o torcedor Alviverde ver juntos em campo, Deivid e Keirrison, aquela que talvez tenha sido idealizada por muitos, como a dupla de ataque ideal do Coritiba.
A certeza
A vitória contra Cruzeiro e Grêmio deixou todos ainda mais convictos de que se o Coritiba não tivesse sofrido com tantos desfalques, o time hoje fatalmente estaria lutando pela parte de cima da tabela.
Apesar da montagem do time ter sido feita de maneira desequilibrada, como disse o craque Alex, fica claro que com seu time completo, ou talvez um ou outro desfalque, mas não tantos de uma vez, o Coritiba teria ido muito longe neste campeonato.
O fato é que o time precisa estar motivado e ir buscando vitórias nestes sete jogos que faltam para o fim do campeonato.
Quem sabe com duas vitórias nos próximos jogos fora de casa, e se o time mostrar a mesma técnica e disposição do jogo de hoje, o Coritiba não só vença dois adversários diretos na luta para se distanciar da zona do rebaixamento, como também possa tentar terminar o campeonato próximo daquilo que esperava quando ele se iniciou.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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