Falando de Bola
O sinal de alerta foi ligado!
Empatar três partidas consecutivas no fraco campeonato regional, levando gols de Londrina, Rio Branco e Cianorte mostram que o Coritiba de 2012, ainda está longe do time que encantou o Brasil em 2011.
Mesmo sabendo que uma temporada vitoriosa, mesmo que só tenha ganhado o título regional, como a de 2011 é uma raridade, não só no Coritiba, mas sim no futebol em geral, o fato é que a torcida ficou mal acostumada com um time que atropelava seus adversários regionais, e em algumas ocasiões atropelou dentro do Couto Pereira times como o Palmeiras, Botafogo, Vasco, Corinthians, Santos, Grêmio, Cruzeiro e Atlético MG.
Mas o que então está errado com o time que vivia uma eterna lua de mel com seu torcedor, e agora começa a dar sinais de desgaste nesta união?
O fato pode começar a ser explicado com a saída de seis titulares da equipe de 2011.
Alguns como Davi, Marcos Aurélio e Bill já estavam desgastados e não demonstravam mais a mesma motivação de outrora. E no caso de Bill, ainda tem o agravante das suas constantes aparições na noite curitibana.
Outros como Jeci e Leandro Donizete, mesmo importantíssimos ao time, teriam a principio, substitutos a altura dentro do elenco.
A grande incógnita seria arrumar um substituto para Léo Gago, jogador que foi o principal destaque do time no primeiro semestre, fazendo com extrema importância a função de segundo volante, defendo com eficiência e armando o time com extrema categoria.
Chegou, inclusive, a ser cotado para defender a Seleção Brasileira, principalmente pelos seus lançamentos, no melhor estilo Gerson, e que surpreendiam os adversários, geralmente fazendo as eficientes inversões de jogo.
Soma-se ainda a estas seis saídas, a ausência, por contusão, de Jonas, o sétimo titular fora da equipe no momento.
Com isso tudo, apenas quatro jogadores, Vanderlei, Emerson, Lucas Mendes e Rafinha se mantiveram como titular.
Vieram bons reforços, como Lincoln, Renan Oliveira e Marcel, mas estes ainda não encaixaram totalmente na equipe, assim como Jackson e Junior Urso que ainda não demonstraram um futebol que faça a torcida esquecer os antigos titulares.
Isso explica, por um lado, os problemas que o Coritiba tem enfrentado neste início de temporada, pois é extremamente difícil um time perder sete titulares e manter o mesmo padrão de jogo e o alto nível de suas atuações.
De todas as saídas, a única posição que parece estar realmente suprida é a vaga de Leandro Donizete, que vem sendo cumprida com eficiência por William e que também pode ser ocupada por Junior Urso, hoje o principal marcador do elenco, e que talvez tenha características mais próximas de Leandro Donizete.
Nas demais posições, Marcelo Oliveira ainda parece encontrar dificuldades em definir o seu onze titular, principalmente na posição de segundo-volante, posição ora ocupada por Tcheco, ora ocupada por Junior Urso. Mas nenhum dos dois ainda conseguiu manter o nível das atuações de Léo Gago, no primeiro semestre.
Tcheco, ainda vem sendo um dos destaques da equipe neste começo de temporada, sendo o principal armador. Mas, sendo um jogador de idade avançada para jogador de futebol, não traz a confiança total ao treinador no sentido de marcação na meia-cancha, função primordial nos jogos contra equipes mais qualificadas.
Um exemplo claro dos problemas que o Coritiba poderá enfrentar no Campeonato Brasileiro jogando apenas com um volante de origem é encaixar a marcação em um jogo contra o Internacional. Como marcar Dagoberto, Dátolo, D´Alessandro e Oscar com apenas um volante?
Léo Gago marcava e armava com qualidade, e este é um dos grandes desafios que Felipe Ximenes terá daqui para frente. Como achar um jogador com as mesmas características dentro do valor salarial que o Coritiba possa pagar?
Além disso, é necessário reforçar em várias outras posições, principalmente no ataque onde as opções são muito poucas, principalmente após as lesões de Anderson Aquino e Everton Costa, e com a permanente presença de Leonardo no Departamento Médico.
Sobre o comando técnico, eu ainda acredito no trabalho de Marcelo Oliveira. Não acho que seja a solução trocá-lo, neste momento, por outro treinador. A continuidade é importante para a implantação eficiente de sua filosofia de trabalho.
Relembro, o time perdeu praticamente sete titulares, e o treinador Alviverde está precisando remontar a equipe. Sofre com o problema de que peças fundamentais como Lincoln e Marcel não estão rendendo o futebol esperado, além de Rafinha, que apesar da costumeira luta dentro de campo, ainda está longe do futebol que encantou o torcedor Alviverde.
Mas a situação de Marcelo Oliveira já não é mais confortável a frente do Coritiba, pelo menos na opinião dos torcedores, e caso não retome o caminho das vitórias, sua situação pode tornar-se ainda mais complicada.
É preciso reconhecer que o elenco possui carências e que as contratações precisam ser feitas com urgência, para que o clube chegue ao campeonato brasileiro com um entrosamento que não lhe complique as atuações no início do campeonato.
E caso algumas carências não sejam totalmente sanadas, como por exemplo, a função de segundo volante, é necessário rever o esquema tático, para que o time não fique extremamente previsível.
A hora é agora, o sinal amarelo está ligado.
Saudações Alviverdes!
Ricardo Honório
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