Falando de Bola
Noite de fortes emoções no Alto da Glória. A classificação do Coritiba para a próxima fase da Copa do Brasil não poderia ter sido mais difícil e com ares de sofrimento.
Nos noventa minutos, vitória apertada do Coritiba por 2x1, devolvendo o resultado sofrido no Ceará e que levou a decisão para os pênaltis.
Nas penalidades, 22 cobranças e 21 convertidas. Na última delas, o goleiro Deola mandou na lua e deu a classificação ao time Coxa-Branca.
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O jogo
Marquinhos Santos armou o time de maneira diferente para esta partida, contando com a estréia do meia Ruy e a colocação de Thiago Galhardo na equipe titular.
O time, enquanto teve fôlego, aliás a preparação física precisa ser melhor analisada, fez um bom jogo. Ruy, parecia que estava há anos no time titular. Comandou as ações na meia-cancha e carimbava todas as jogadas de ataque, além de fazer a transição.
Os zagueiros e volantes Alviverdes, pela primeira vez na temporada, não precisavam fazer a ligação direta. A bola, desta vez, passava pela meia-cancha com mais qualidade.
O tiro certeiro no primeiro gol Alviverde mostrou outra nova faceta do time, os arremates, com eficiência, de fora da área.
O meia Thiago Galhardo, apesar de mais discreto que Ruy, mostrou que tem qualidades e pode ser um bom parceiro na meia-cancha.
O time, desta vez, jogava em direção ao gol, e foram poucos os passes para trás.
Mas no segundo tempo tudo mudou.
O Fortaleza empatou antes dos dez minutos, em mais uma falha defensiva do time.
Com isso o Coritiba precisaria de dois gols para se classificar e a partida se encaminhava para um roteiro dramático.
O gol de Rafhael Lucas, há tempos o Coritiba não tinha um atacante tão oportunista, em uma falha ridícula do goleiro Deola e do lateral Tinga, acalmou, por um tempo, a impaciente torcida Alviverde.
O time Alviverde ainda dominou por alguns minutos a partida, mas logo o Fortaleza tomou conta da meia-cancha e passou a levar muito perigo ao gol de Bruno, levando a torcida do Coritiba ao desespero.
O time cearense ainda teve tempo de ter duas reais chances de empatar o jogo e se classificar. Em uma delas, o goleiro Bruno fez excelente defesa, e na outra, o atacante Lucio Maranhão acertou a trave.
Com o Coritiba morto pelo cansaço, não restava outra alternativa, senão torcer pelo final da partida e partir para a decisão nos pênaltis.
Nas penalidades brilharam as estrelas e eficiências dos batedores. Todos os "homens de linha" acertaram as suas cobranças, algumas delas mais pela ineficiência dos goleiros, do que pelas suas eficácias.
Na vez dos goleiros baterem, os dois pareciam que estava batendo tiros de meta. Bruno acertou um balaço no ângulo direito de Deola. Já o goleiro do time cearense mandou a bola praticamente no estacionamento dos fundos do Alto da Glória.
Coritiba classificado para enfrentar a Ponte Preta.
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As carências
As lacunas no time Alviverde são de conhecimento geral do torcedor, mas ontem algumas ficaram escancaradas.
O time precisa de um goleiro mais experiente. Não que Bruno tenha feito uma má partida na noite de ontem, mas ainda parece "verde" para a disputa de um campeonato brasileiro e para segurar a pressão que virá pela frente.
Ontem a falta de um substituto para Carlinhos ficou evidente. Com 22 jogadores relacionados para o banco de reservas, o técnico Marquinhos Santos não tinha um lateral esquerdo a sua disposição. O fato fica ainda mais grave se considerarmos que Carlinhos não estava 100% fisicamente. Ontem, na segunda etapa, o Coritiba chegou duas ou três vezes com Wellington livre pelo lado esquerdo em ótimas condições de marcar o gol, mas todas as jogadas foram desperdiçadas pela baixa qualidade técnica e falta de cacoete ofensivo do jogador que estava improvisado na função.
As boas atuações de Ruy e Thiago Galhardo não mascaram a necessidade que o Coritiba tem em trazer mais um jogador para esta função. Ontem os dois jogadores mostraram cansaço, e quando Marquinhos substitui o meia Ruy, a sua opção foi mais pela experiência de Rosinei do que propriamente pela entrada de um armador, considerando que a sua única opção para a posição era o jogador Rodolfo.
E a brusca queda de produção do atacante Negueba, reforça a necessidade de mais um atacante de velocidade ao time, carência ainda mais agravada pelas fracas atuações de Wallyson, que com exceção de sua estréia quando fez um gol, ainda não disse o que veio fazer no Coritiba.
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O que vem pela frente
Os jogos contra times das Séries C e D do futebol brasileiro acabaram nesta temporada. Dificilmente o Coritiba irá enfrentar um time da Série B pela Copa do Brasil, portanto de agora em diante provavelmente só confrontos contra equipes da primeira divisão do futebol nacional, tanto pelo campeonato brasileiro, como pela Copa do Brasil.
E o que temos visto em campo nos últimos jogos é de causar muito temor no torcedor Alviverde.
O time teve uma sensível melhora na noite de ontem, mas apenas no primeiro tempo. No segundo sofreu muito contra um time da Série C.
Portanto, se a diretoria tem a intenção de fazer um campeonato brasileiro sem sustos é necessário que preencha as lacunas da equipe.
O time hoje tem um time titular fraco e um banco de reservas sofrível. Em com este elenco dificilmente brigará por coisa melhor do que não seja fugir da zona de rebaixamento.
A diretoria precisa agir e dar uma resposta ao seu torcedor.
Quando chegarão os reforços oriundos da negociação de Robinho com o Palmeiras?
Quando chegará um jogador para vestir a camisa 10, número vago desde a saída de Alex?
Quando a diretoria irá trazer um goleiro que passe confiança ao time e aos torcedores?
Quando o lateral-esquerdo Carlinhos terá um substituto a sua altura?
São várias perguntas feitas, mas que precisam de respostas urgentes. Pois se a demora continuar em existir, depois pode ser tarde demais para reagir.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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