Falando de Bola
Peço licença aos administradores do site e aos leitores do “Falando de Bola” para voltar a utilizar este espaço, mesmo que de maneira não definitiva.
Mas o fato é que a excelente vitória, em vários aspectos, sobre o Cruzeiro, líder do campeonato, precisava ser registrada.
O Coritiba ainda mostrou várias deficiências na partida de ontem, mas nenhuma delas pode se sobrepor a redenção de um bravo jogador que tanto lutou contra as suas próprias deficiências físicas.
Quiseram os deuses do futebol que Keirrison, o “menino artilheiro do Alto da Glória”, marcasse o gol da importante vitória e devolvesse o sorriso ao rosto da sofrida torcida Alviverde, órfã de um homem gol desde a contusão de Deivid.
Muito difícil algum torcedor Coxa-Branca não ter se emocionado com a vitória não só do Coritiba, mas pessoal do K9. Mesmo ainda com suas limitações físicas, o que percebemos em um lance de contra-ataque na segunda etapa, Keirrison mostrou que o faro de artilheiro ainda continua aceso, e sua excelente colocação dentro da área, somado ao perfeito cruzamento, “aleluia”, um ótimo cruzamento vindo do lado esquerdo do campo, de Carlinhos, tornaram o “chute de cabeça” indefensável para o goleiro Fábio.
O Couto Pereira explodiu, a torcida foi ao delírio, e K9 vibrou como um garoto que acabara de marcar o seu primeiro gol como profissional. Sim, este será o primeiro gol de muitos que Keirrison ainda marcará com a camisa Alviverde em sua sofrida luta para usar o dom que Deus lhe deu.
A vitória não só “ressuscita” o Coritiba no campeonato, como também traz a confiança necessária para que Keirrison possa continuar em seu processo evolutivo, sem precipitações, para voltar a ser aquele menino goleador que encantava a todos com seu exímio senso de colocação dentro da área adversária.
A sinergia entre “arquibancada e campo” foi muito importante para o triunfo Alviverde.
Deficiências técnicas e erros na montagem do elenco a parte, resta claro que nenhum jogador, por mais craque que seja, consegue desempenhar de maneira satisfatória suas funções dentro de campo, se das arquibancadas vierem vaias e xingamentos.
Todos sabem que o time Alviverde tem suas limitações e elas ficaram ainda mais claras após a longa seqüência de desfalques, mas o time Alviverde mostrando espírito de luta dentro de campo traz para si o apoio do torcedor, e com isso as tarefas ficam menos complicadas quando o jogo é dentro do Couto Pereira.
A vitória sobre o Cruzeiro mostrou que quando existe uma diferença técnica entre as equipes, ela pode ser ao menos igualada se o time inferior tecnicamente mostrar mais espírito de luta e vontade de vencer.
Não existe partida ganha ou perdida antes da bola rolar. Esta frase soa como um clichê, mas a partida de ontem demonstrou isso.
Vinte e oito pontos a mais na tabela de classificação, não foram suficientes para o Cruzeiro sair com a vitória do Couto Pereira.
O Coritiba venceu apenas uma batalha entre as oito que ainda faltam até o fim do campeonato.
Ontem, o time fez a sua parte, assim como a torcida. Domingo que vem, contra o Grêmio o mesmo espírito de luta dentro de campo, e o apoio fora dele precisa estar presente no Couto Pereira, pois será mais um jogo extremamente complicado e só com muita paciência e perseverança o time Alviverde conseguirá furar a retranca gaúcha.
Depois jogos fora de casa contra Vasco e Portuguesa, dois adversários diretos na luta para fugir da zona do rebaixamento.
E aí sim saberemos se o empenho demonstrado pelos atletas dentro do Couto Pereira pode também ser demonstrado fora de casa, onde o apoio da “torcida que nunca abandona” não faz tanta diferença como nos jogos dentro do Alto da Glória.
A ainda, complicada situação do time Coxa na tabela de classificação não permite ao time o luxo de ir com os titulares para o confronto da Sulamericana, na cidade colombiana de Medellín.
Infelizmente, mais uma vez, o time Alviverde precisa deixar de lado o campeonato sul americano para se preocupar com o rebaixamento no Brasileirão.
Porém, os atletas que forem para a Colômbia tem totais condições de ao menos complicar as coisas para o time local. Para isso é necessário o mesmo espírito de luta demonstrado na partida de ontem, pois o Itagui não é nenhum time invencível. Pelo contrário, mesmo com toda a sua deficiência técnica, venceram o primeiro jogo por terem mostrado maior vontade de vencer.
Chegou a hora de Escudero, Ibérbia, Botinelli, Lincoln, Bill, Vitor Junior, entre outros, provarem que não estão por acaso no mesmo grupo de guerreiros que venceram o Cruzeiro na tarde de ontem.
Pois não tenho a menor dúvida de que se voltarem com a classificação da Colômbia, serão recebidos de braços abertos pela mesma torcida que ontem empurrou o time durante os noventa minutos.
Não somos nós torcedores que podemos mudar a história de alguns jogadores dentro clube, mas somente eles mesmos.
A torcida cobrou quando deveria cobrar, apoiou quando era necessário, agora cabe aos atletas provarem que o apoio de ontem não é fruto do acaso, mas merecimento pelo espírito de luta que demonstram com a camisa da instituição “Coritiba Foot Ball Club”.
O fato de apoiar o clube não significa necessariamente que estou apoiando determinado jogador. Eu não torço pare este ou aquele atleta, mas sim para o Coritiba, independente de quem estiver usando a sua camisa.
Se estiver vestindo a camisa Alviverde terá o meu apoio sempre, durante os noventa minutos de uma partida.
E se incorporar o espírito da “Alma Guerreira” vai ganhar o apoio não só meu, mas de toda a torcida Alviverde.
Saudações Alviverdes, e obrigado a todos os leitores que sempre acompanharam o “Falando de Bola”.
Ricardo Honório
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