Falando de Bola
Jogando no Couto Pereira, com quase 30.000 torcedores, o Coritiba, mostrando muita raça, venceu o Corinthians, líder do campeonato, pelo placar mínimo, saltando da 12º para a 8º posição na tabela de classificação.
O jogo se mostrou amarrado no início, com muita disputa na meia-cancha. O Corinthians apesar de jogar com “apenas” três jogadores no setor, tinha o apoio dos atacantes Jorge Henrique e William, que fechavam para marcar quando o Coritiba tinha a posse de bola.
Já o Coritiba entrou praticamente com três volantes, já que Tcheco fecha muito bem o setor, para que Rafinha tivesse liberdade para atuar. Mas não foi isso que se viu no início da partida.
Rafinha atuando pelo lado esquerdo, se desdobrava na marcação de William e Alessandro, mas tinha dificuldades para armar os contra-ataques.
O Corinthians vinha melhor na partida, e ameaçou algumas vezes o gol de Vanderlei, principalmente com Emerson Sheik, William e Paulinho, o volante que chegava muito bem de trás.
Mas o goleiro Alviverde, muito seguro, impedia as tentativas do time paulista.
Na segunda-etapa, o time paulista parecia satisfeito com o empate, já o Coritiba partiu com tudo para tentar a vitória.
Marcelo Oliveira primeiro colocou o estreante Caio Vinicius no lugar do apagado Anderson Aquino. Depois visando dar maior ofensividade ao time, colocou Everton Costa no lugar do volante Léo Gago, passando Rafinha para o lado direito, onde cresceu muito de produção.
Com isso o Coritiba atuava praticamente em um esquema 4-2-4, com Caio fazendo o pivô, Rafinha e Everton Costa abertos pelas pontas e Marcos Aurélio chegando de trás.
E foi na base do abafa, que o Coritiba chegou ao gol da vitória.
Rafinha atazanou o lateral Ramon e cruzou na área. Everton Costa ganhou na cabeça e fez a assistência para Jonas, que sozinho, marcou o único gol da partida.
Com o placar adverso, o Corinthians resolveu ser ofensivo novamente, e quase empatou a partida com Alex, que chutou duas bolas na trave do goleiro Vanderlei, provando que um bom goleiro pode sim contar com a sorte em alguns lances.
A fraquíssima arbitragem de Wilton Pereira de Sampaio, aspirante a FIFA, mostrou o baixo nível que se encontra o quadro de árbitros do futebol brasileiro.
São muito poucos os árbitros em que se possa confiar a neutralidade e a imparcialidade em uma partida de futebol.
No jogo de ontem, o juiz do Distrito Federal provou o quanto é fraco tecnicamente errando para os dois lados.
Ao analisarmos que ele deu quase 6 minutos de acréscimo podemos supor que a arbitragem foi tendenciosa para o Corinthians, isso se levar ainda em consideração a não utilização dos mesmos critérios na marcação de faltas e distribuição de cartões, sempre favoráveis ao time paulista.
Porém, vendo o jogo mais imparcialmente, o juiz deixou de expulsar Lucas Mendes ao cometer uma falta em Emerson, que sairia na cara do gol, e deixou de dar o segundo amarelo para Leandro Donizete, que dividiu imprudentemente uma bola, acertando uma solada no rosto do zagueiro Chicão.
Isso não absolve as arbitragens tendenciosas em favor dos times com mais poder de “mídia” que vemos por aí, mas deixa claro também a fraca qualidade do quadro de árbitros do futebol brasileiro.
Duas cenas sintetizaram bem a atuação do Coritiba na vitória frente ao Corinthians.
A primeira delas foi à forte entrada de Leandro Donizete na dividida com Chicão, que apesar de ser imprudente demonstrou a garra e dedicação que o volante Alviverde entra em campo com a camisa do Coritiba.
A segunda foi a continuidade em campo do meia Tcheco, após o deslocamento de um dos dedos, mostrando também o comprometimento do experiente meia dentro da partida.
Esses dois jogadores, ao lado do volante William, do meia Rafinha e do atacante Bill personificam a raça Alviverde dentro de campo, mostrando que fazem parte de um "Time de Alma Guerreira".
O grande personagem do jogo de ontem foi o técnico Marcelo Oliveira, que fez um excelente trabalho.
Além de armar muito bem a equipe, foi muito feliz nas substituições, principalmente na entrada de Everton Costa, tornando o time mais ofensivo.
Para coroar de vez seu excelente trabalho a frente do Coritiba, falta o time encaixar uma seqüência de vitórias, conquistando no mínimo uma vaga na Taça Libertadores, coisa totalmente possível com o elenco que o Coritiba possui, e pelo futebol que apresenta dentro de casa.
Se o time conseguir repetir o mesmo desempenho nos jogos fora de casa, torna-se um candidato em potencial.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
twitter.com/rhonorio
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