Falando de Bola
Provavelmente pela primeira vez em minha vida assisti um grande jogo que terminou com um placar zerado.
Jogo corrido, bem disputado, sem violência, com várias chances de gols para ambos os lados, bolas na trave, defesas dos goleiros, gols incrivelmente perdidos, essa foi a tônica do empate entre Vitória e Coritiba na noite de ontem.
Marcelo Oliveira, como era previsto, armou o time diferente do habitual, com dois laterais ofensivos, sendo protegidos por um volante e dois meias pontas, que ajudavam na marcação e tentavam sair para o jogo, principalmente Gil, pelo lado direito.
Na lateral direita a estréia de Ayrton. Um jogador mais ofensivo que os laterais Jonas e Jackson, e que tem uma boa qualidade nas bolas paradas.
Outra estréia foi do volante França, que jogou como meia ponta pelo lado esquerdo. Sua escalação baseou-se na necessidade do treinador Alviverde de aumentar a estatura do time, visando barrar a bola aérea do Vitória, um dos pontos fortes do time baiano. A estréia apesar de discreta, não comprometeu a estrutura tática e técnica do time Alviverde.
O Coritiba cumpriu muito bem sua função de não levar gols, e ainda conseguiu criar várias oportunidades de gol,, que não foram bem aproveitadas pelos atacantes, mostrando que a principal carência do time atualmente passa pela função de centroavante.
Roberto e Everton Costa fizeram uma boa partida, porém falharam na principal tarefa de um atacante, que é “colocar pra dentro” nas oportunidades que aparecem.
Na partida de ontem, o treinador Alviverde conseguiu a proeza de utilizar os cinco volantes que tinha a disposição.
Entrou com Junior Urso como volante centralizado e com Gil e França, a surpresa, como meia-pontas.
No decorrer da partida, colocou Djair no lugar de Ayrton, deslocando Gil para a lateral-direita e ainda Sérgio Manoel, no lugar de França, visando dar mobilidade ao lado esquerdo da equipe.
As alterações deram a impressão de que o treinador Alviverde estava satisfeito com o resultado de empate sem gols, o que não deixou de ser um bom resultado, porém torna-se perigoso, tendo em vista que o Vitória tem em Neto Baiano, artilheiro do Brasil na temporada, um jogador perigoso e que deverá ser vigiado de perto na partida no Couto Pereira.
Um gol do Vitória em Curitiba, e a tarefa Coxa poderá se complicar se o time não estiver fazendo uma boa partida.
Ficou nítida a impressão de que se Marcelo Oliveira tivesse ousado um pouco na partida de ontem, o Coritiba teria conseguido um resultado muito melhor do que o empate sem gols.
Porém é notório o fato de que , a equipe, mesmo com vários desfalques e dois estreantes foi muito bem armada taticamente. ,
O Vitória, principalmente na segunda-etapa, estava deixando vários espaços em seu campo defensivo, e talvez se Lincoln tivesse sido utilizado antes no lugar de França ou até mesmo de um dos atacantes, o Coritiba poderia ter tido melhor sorte na partida.
Lincoln mostrou na partida de ontem, que se tiver um pequeno espaço para jogar, torna-se uma excelente opção de armação para a equipe. ,
Porém, o que faltou ontem não foi nem a armação de jogadas, pois o Coritiba criou várias oportunidades, mas sim habilidade, técnica e frieza para concluí-las em gols.
O gosto amargo ficou, porém dentro do Couto Pereira, e contando com a volta de Lucas Mendes, Rafinha, Tcheco e talvez William e Jonas, o Coritiba tem totais condições de avançar de fase para enfrentar provavelmente o São Paulo nas semifinais.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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