Falando de Bola
Em um jogo dificílimo, contra um valoroso adversário, o Coritiba venceu o Ceará por 1x0, com um golaço de Anderson Aquino, classificando-se para uma final inédita da Copa do Brasil.
O adversário será o Vasco, que fora de casa venceu o Avaí por 2x0.
Como era de se esperar, o Coritiba encontrou muitas dificuldades para superar a retranca armada por Vagner Mancini.
Com o propósito de se fechar atrás e jogar nos erros da equipe Alviverde, o Ceará se fechou de tal forma, que não conseguiu dar nenhum chute a gol na primeira etapa.
Por outro lado, o Coritiba fazia a bola rodar, trocava passes, mas não conseguia furar o “ferrolho” do time adversário, que assim como fez o Atlético Goianiense no domingo passado, fechou muito bem a cabeça da área, impedindo as penetrações dos jogadores Alviverdes pelo meio.
Léo Gago e Davi, mais uma vez, faziam uma partida muito discreta e com isso o Coritiba tinha dificuldades para armar as jogadas de ataque.
Mesmo assim, as chances apareciam. A principal delas em uma linda cobrança de falta de Anderson Aquino, que o goleiro Fernando Henrique foi buscar na “forquilha”.
O Ceará não chegava, não só pelo seu sistema de jogo, mas sim também pela excelente postura da defensiva Alviverde, que não dava nenhuma brecha para os atacantes adversários.
O tempo ia passando, o gol não saía e a torcida ia ficando preocupada, talvez ressabiada com o jejum de três jogos sem marcar gols.
Mas uma hora o jejum iria acabar, e aos 5 minutos da segunda etapa, Rafinha, o melhor em campo, roubou a bola do lateral Diego Macedo e partiu em velocidade, acionou Anderson Aquino, que aos “trancos e barrancos” livrou-se da marcação de dois adversários e com um lindo toque de pé direito, colocou a bola no canto esquerdo alto de Fernando Henrique, marcando um golaço e fazendo explodir a torcida do Coritiba.
Com desvantagem no placar, o Ceará teve que se lançar a frente e conseqüentemente começou a deixar espaços em sua defesa.
O Coritiba segurava muito bem a bola no campo de ataque, principalmente com Rafinha, que fazia uma partida espetacular, talvez a sua melhor com a camisa do Coritiba.
Em deslocamentos rápidos pelas pontas, ora pela direita, ora pela esquerda, o meia-atacante levava os defensores a loucura, sendo parado apenas com faltas.
O interessante na atuação de Rafinha, assim como foi percebido na estréia do Campeonato Brasileiro, é a sua confiança em tentar as jogadas, carregando a bola e partindo para cima dos zagueiros, concluindo com arremates a gol ou passes precisos.
Quando não consegue dar seqüência as jogadas, é parado com faltas, a maioria delas com grande perigo de gol para os adversários.
Mesmo segurando a bola na frente, o Coritiba não conseguia criar muitas chances de gol.
Por outro lado, o Ceará começava a arriscar mais, porém sem perigo. As poucas bolas que rondavam a área de Edson Bastos eram afastadas pelos zagueiros, principalmente por Lucas Mendes, que fez uma brilhante partida, provando a sua importância tática no esquema de Marcelo Oliveira.
O tempo ia passando, os jogadores estavam com os nervos à flor da pele, e a torcida estava cada vez mais apreensiva, pois um gol do Ceará desclassificava o time Alviverde.
Para tentar o gol, Vagner Mancini colocou três atacantes na segunda etapa, chegando a jogar em um sistema 4-2-4, porém isso não foi suficiente para superar a eficiente defesa do Coritiba, muito bem montada com seus quatro zagueiros, que ontem deram um show, mostrando como se faz uma linha defensiva.
Final de jogo, Coritiba 1x0, e classificado com méritos, para a final da Copa do Brasil, chegando com a melhor campanha, melhor aproveitamento de pontos, ataque mais positivo e defesa menos vazada.
Os principais destaques da partida de ontem estiveram na linha defensiva do time.
Jonas e Lucas Mendes fecharam muito bem os lados do campo, não dando nenhuma chance para os adversários que tentavam jogar por ali.
Lucas se destacou também pelas bolas que tirou de dentro da área, fechando muito bem a cobertura do miolo de zaga.
A dupla de zaga “sertaneja” Emerson e Demerson também fez uma partida sem erros, sendo firme e segura e não dando chances para os quatro atacantes do time cearense.
Mas o principal destaque foi o meia-atacante Rafinha, "o dono do time", que como dito acima, infernizou os defensores adversários, sendo ainda o principal responsável pelo gol de Anderson Aquino, ao roubar a bola do lateral Diego Macedo.
O jogo contra o Vasco tende a ser melhor para o Coritiba em aspectos ofensivos. O time carioca tem mais jogadores de qualidade que o Ceará, porém é um time que joga e deixa jogar, o que poderá acarretar em mais espaços para os atletas do Coritiba.
E com um trio de meias velozes, o Coritiba poderá trazer sérios problemas para a lenta zaga vascaína.
Os dois confrontos entre os times que já foram campeões brasileiros serão espetaculares, dignos das grandes finais já acontecidas no futebol brasileiro.
Mas time por time, não tenho a menor dúvida de que o Coritiba tem mais bola no corpo e vive um melhor momento, tendo plenas condições de conquistar o título.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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