Falando de Bola
O Atletiba, maior clássico do futebol paranaense, será a final do estadual de 2016.
No sábado, o Coritiba jogou praticamente para cumprir tabela contra o PSTC.
O valente time de Cornélio Procópio jogou com mais coragem contra o time Alviverde, do que o Paraná contra o Atlético, após ficar com um homem a mais.
A vitória por 2x0 veio ao natural.
No primeiro gol, o atacante Vinicius, o 12º jogador do time, achou o artilheiro Kleber sozinho na área. E no segundo gol, após uma cobrança de falta de Carlinhos, Juninho ajeitou de cabeça para Luccas Claro, seu companheiro de zaga chegar fulminando o goleiro adversário, em um gol típico de centroavante.
Deu tempo ainda para o goleiro Elisson dar um peixinho sensacional fora da área, evitando um gol do PSTC.
Este foi o quinto jogo seguido que o goleiro Alviverde não sofreu gol.
Já no domingo, mesmo fazendo uma partida fraca, tanto técnica e como taticamente, o Atlético venceu o Paraná nos pênaltis, após perder por 1x0 no tempo normal.
Aliás, pelo o que ambos os times mostraram, se entende perfeitamente o fato do Atletico não ganhar nada a muito tempo e o Paraná estar se tornando vitalício na segunda divisão do campeonato estadual.
O time paranista que jogou mais de vinte minutos com um homem a mais, após a expulsão do volante Otávio, preferiu não se arriscar, perdendo uma ótima oportunidade de fazer o segundo gol e garantir a classificação.
Mesmo com um jogador a menos, o time atleticano se arriscou mais e foi mais audacioso que o time paranista. Mas a limitação técnica impediu a feitura do gol de empate.
O primeiro jogo da final será na Arena da Baixada no próximo domingo.
A grande expectativa na semana ficará por conta da participação ou não do meia Juan no primeiro jogo da final.
Com problemas musculares, a tendência é que o meio fique de fora desta partida.
No elenco Alviverde atualmente, talvez o único jogador que se aproxime em características de Juan, seja o venezuelano Cezar Gonzalez, porém este não foi inscrito no paranaense.
Gilson Kleina tem duas opções: Thiago Lopes e Vinicius.
Com Thiago Lopes no time, o meia Dudu continuaria fazendo seu papel pelos lados do campo. Se optar por Vinicius, o time ficaria mais rápido, e Dudu poderia atuar mais centralizado.
Mas isso só no campo teórico, pois na prática o Coritiba tem mostrado uma meia-cancha de muita movimentação, com os jogadores aparecendo ora de um lado, ora do outro.
O próprio Vinicius tem sido visto atuando centralizado em diversos momentos.
Seja qual for a opção que Gilson Kleina escolha, caso Juan não possa atuar, fica claro que o Coritiba vai muito forte para a final.
O Atlético pode ter três duras baixas para a primeira partida.
Duas delas, Otávio e André Lima, já são certas. Ambos estão suspensos. O primeiro pela expulsão e segundo pelo terceiro cartão amarelo.
A terceira pode ser o meia Vinicius, que saiu do jogo aos oito minutos, com suspeita de entorse no joelho. Se confirmada a contusão, a chance de ficar fora das duas partidas é muito grande.
Como o primeiro jogo é na Arena, a perda de Otávio e André Lima deverá ser muito sentida pelo time de Paulo Autuori.
O time atleticano tem característica de pressionar os adversários quando joga em seus domínios.
E para isso a presença de Otávio é fundamental, tanto pela saída de bola qualificada, pela movimentação, e principalmente pela forte marcação que costuma fazer.
Já André Lima, hoje uma opção bancária, é uma opção forte quando o time precisa ir para o abafa, além de fazer muito bem o papel de pivô.
Sem estes dois atletas a tendência é que o treinador atleticano escale Deivid no lugar de Otávio e no lugar de André Lima, deverá continuar o atacante Walter.
A provável ausência de Vinicius enfraquecerá ainda mais o time atleticano, que perderá muito na articulação e nas bolas paradas. Pablo deverá ser seu substituto, caso o meia não possa jogar.
Com Otávio e André Lima de fora e possivelmente também a ausência de Vinícius, a preocupação do Coritiba se resumirá basicamente a dois jogadores: Walter e Nikão.
O atacante, mesmo passando por má fase, ainda não fez gol em 2016, tem grande qualidade e precisa ser vigiado de perto.
Já o meia, que atua aberto pelo lado direito, é muito perigoso, principalmente quando parte para sua jogada característica, que é cortar para dentro e soltar a bomba com a perna esquerda.
Esta jogada costuma acontecer próximo ao bico direito da grande área.
O rápido lateral Eduardo também deverá ser vigiado de perto, já que costuma ser uma boa opção ofensiva do time atleticano.
Por outro lado a lentidão de Paulo André e Thiago Heleno, e o costado de Eduardo e Sidcley, deverão ser explorados pela equipe Alviverde.
Talvez pelo espaço que os laterais costumam deixar, a presença de Vinicius, caso Juan não possa atuar, deverá ser muito efetiva para o Coritiba.
Como a equipe Alviverde, ainda está aberta a novos reforços, apesar do vice presidente Alceni Guerra dizer o contrário, dois nomes do Paraná poderiam ser sondados:
O excelente volante Jean, e o habilidoso meia atacante Nadson.
Dois jogadores que cairiam como uma luva no elenco Alviverde.
E as dicas não param por aí: o meia Danilo Neves, também conhecido como Tchê Tchê, e o meia atacante Bruno Paulo, do Audax de Osasco, também deveriam ser observados.
Mas aí a concorrência é maior, pois deve ter muito mais times de olho.
A grande polêmica da semana deverá ser a carga de ingressos que o Atlético disponibilizará para a torcida Coxa.
No jogo anterior, vencido pelo Coxa por 2x0, apenas metade da carga obrigatória foi disponibilizada.
Espera-se, no mínimo, que desta vez a diretoria atleticana honre o regulamento.
Se na Arena, a capacidade gira em torno de 42.000 pessoas, logo o mínimo que se espera é que 4.200 ingressos sejam disponibilizados para a torcida Coxa.
Caso não cumpra o regulamento, o troco deverá ser dado na partida de volta.
Quem perde com isso? O futebol paranaense, que tem a grande oportunidade de ter dois grandes jogos com casa cheia.
Em clássico não existe favorito.
Várias vezes já vimos times muito superiores tecnicamente serem vencidos por outro na base da superação.
Mas esta final tem tudo para ser vencida pelo Coritiba.
O time Alviverde passa por um momento muito superior ao adversário, e se encontra melhor tecnicamente e também taticamente.
Soma-se a isso o fato de Walter, principal jogador adversário, estar em má fase e aparentemente se mostrar descontente em campo.
Se entrar concentrado e jogar bola, o Coritiba atropela o Atlético e conquista o seu 38º título estadual.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)