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Ricardo Honório03/03/20, 16h24
Falando de Bola

A sombra

Desde quando comecei a tomar as rédeas da minha vida, e já faz muito tempo, tive que tomar muitas decisões importantes, que definiriam sempre o rumo que eu iria tomar. Rumo este que em muitas vezes não foi escolhido através da decisão mais acertada.

Mas a responsabilidade da escolha sempre foi minha. E as vezes por deixar de ouvir pessoas que podiam me aconselhar em minha jornada, lá na frente a sensação de tomar a decisão errada aparecia com uma certa frequência.

Quando somos jovens agimos muitas vezes por impulsos. Mas na imaturidade da pouca idade, raras são as vezes em que nos preocupamos com as consequências que virão pela frente. E a consequência de uma escolha errada pode trazer reflexo para uma vida inteira.

Tenho certeza de que cada leitor do Falando de Bola já tomou uma decisão errada que trouxe um certo arrependimento, ou então, conhece alguém que se arrependeu profundamente da decisão que tomou.

Eu tenho duas filhas, uma de 23 e outra de 15, e sempre digo a elas: “Muito cuidado com o caminho que escolher, pois poderá refletir em todo o seu futuro! ”

Assim caminha o Coritiba, desnorteado, sem rumo, não sabendo qual o caminho a tomar, pois há tempos o clube vem optando por caminhos errados, que o levam cada vez mais longe daquilo que é considerado um futuro promissor.

Cada diretoria que passa pelo Coritiba, em uma metáfora, pode ser considerada aquele jovem imaturo, porém cheio de esperança e de vida, mas totalmente perdido e desaconselhado quanto ao rumo que irá tomar.

E o fato de estar incapaz de tomar a decisão mais correta o leva para caminhos cada vez mais longínquos, sempre para um buraco profundo, onde a luz vai ficando mais distante e o futuro vai se mostrando sombrio, envolto em uma névoa que o impedirá de achar a localização para onde deve ir.

Ano após ano o Coritiba vai se envolvendo em uma densa névoa, que tem tornado cada vez mais difícil a caminhada do clube, evoluindo em uma velocidade extremamente baixa, como um carro subindo uma serra envolvida por uma forte neblina.

O problema é que com o caminho se tornando cada vez mais escuro, as chances de encontrar a luz se torna cada vez mais difícil, e o que sobrará no final poderá uma imensa rocha que dará fim ao caminho, sem ter a oportunidade de ir em frente.

Não tenho mais esperanças em ver o clube de volta a um caminho de luz da forma que vem sendo regido pela diretoria atual, tampouco me iludo que quem entrará mudará a direção de uma hora para outra como se estivesse iluminada por um ser divino.

O único caminho que acredito é no recomeçar, aceitar as limitações, se aconselhar com pessoas que podem ajudar e trilhar um novo caminho, sem a insistência em estradas que já foram percorridas e que só nos deixaram a sombra.

Saudações Alviverdes
Ricardo Honório

Ricardo Honório

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