Falando de Bola
Se tem algo que vem me surpreendendo nesse campeonato é a eficiência do sistema defensivo do Coritiba. Até agora, foram apenas quatro gols em onze jogos, o que dá uma média de 0,25 por partida. Destes onze jogos, o time alviverde passou oito sem tomar gols. Números que tornam o Coritiba o dono da melhor defesa da Série A até o momento. Se considerarmos que dos quatro gols sofridos, dois deles aconteceram através de falhas individuais (Victor Luis no Atletiba e Alex Muralha contra o Azuriz), o saldo se torna ainda mais positivo.
Outro fato que chama muita atenção é que a zaga alviverde vinha sendo muito criticada no início da temporada, quando era formada por Chancellor, Henrique e/ou Márcio, e mesmo assim o time tomou poucos gols. Depois que o Kuscevic assumiu a posição de titular (quatro jogos), o time do Coritiba não tomou mais gols. Seja formando dupla com Chancellor ou com Bruno Viana, o fato é que o ex-zagueiro do Palmeiras deu um grande acréscimo de qualidade ao time do Coritiba e tem sido fundamental para a eficiência do sistema defensivo até aqui.
É importante destacar que o sistema de jogo do Coritiba tem contribuído efetivamente para o baixo número de gols que o time vem tomando. E isso tem muito mérito do técnico Antônio Oliveira, que mesmo sem peças (zagueiros) ideais no começo da temporada, conseguiu uma formatação tática que levou o time a ser muito eficiente em seu sistema defensivo.
Vamos usar como exemplo a vitória contra o Humaitá, fragilidade a parte do adversário, mas importante para exemplificar. A marcação do Coritiba começa lá na frente, com os atacantes de lado (Manga e Kaio) fechando os corredores e dois homens centralizados (Pinho e Robson) marcando a saída de bola do adversário e acompanhando os volantes. Isso foi fundamental para que a zaga alviverde não sofresse na partida, pois o adversário não conseguia fazer a transição.
A escalação de Willian Farias, ao lado de Bruno Gomes, na meia cancha foi outro fator determinante para a efetividade do sistema defensivo. Com uma marcação mais forte do que vinha sendo feita com Jesus Trindade, que ainda não encontrou o bom futebol de 2022, o capitão alviverde deu mais liberdade para Bruno Gomes poder se aproximar do ataque, sem que o sistema de marcação ficasse fragilizado.
O Coritiba sofreu um pouco pelos lados, não podemos esquecer disso. Natanael, que ainda não achou seu futebol nesta temporada, e Victor Luis, ainda distante daquilo que se espera de uma posição que já teve Dida, Adriano, Paulo Cesar Campinas, entre outros, sofreram defensivamente, mas mesmo assim, a dupla de zaga formada por Kuscevic e Bruno Viana mostraram muita segurança, tantos nas bolas rasteiras quanto nas aéreas e garantiram que a meta de Gabriel não fosse vazada.
Gabriel, aliás, merece um capítulo à parte. A segurança que ele traz à meta alviverde é algo que o Coritiba não tinha há muito tempo. Seja embaixo das traves, seja orientando seus companheiros, o goleiro tem sido outra peça fundamental para o sucesso defensivo do time. Um grande time começa por um bom goleiro. Podemos dizer tranquilamente que essa máxima faz todo sentido atualmente no Coritiba.
Ainda é muito cedo para dizer onde esse Coritiba irá chegar. O time ainda carece de alguns reforços para poder voar mais alto, mas o bom início de temporada do sistema defensivo nos faz acreditar que dias alegres nos espera lá na frente.
Saudações Alviverdes!
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