Falando de Bola
" Os jogadores ainda estão se entrosando. O time ainda não se adaptou totalmente a filosofia tática do treinador. É apenas começo de temporada, muita coisa irá mudar. O time ainda não está pronto, novos reforços irão chegar. Ceará e Negueba estavam fora da partida. Ortega ainda não estreou. O gramado estava alto, dificultando o toque de bola. Os jogadores do Toledo jogaram a partida de suas vidas. A defesa não estava em um bom dia. O meio não conseguiu criar jogadas. Os atacantes não estavam com o pé calibrado."
Seria cômico se não fosse trágico, mas todos os motivos alencados acima poderiam ser usados para "justificar o injustificável", que foi a derrota para o fraco time do Toledo, a primeira do time na competição.
Para os que usaram pelo menos um destes motivos para justificar a derrota, fica cada vez mais claro que ver o Coritiba perder jogos para times fracos está se tornando normal para alguns.
Não sei se este normal é em razão da cegueira de alguns em continuar achando que tudo está bem ou então daqueles que dizem que não há mais bobo no futebol atual.
Que não há mais bobo eu concordo, pois na mediocridade que assola o futebol brasileiro, muitos times conseguem igualar as forças quando se dedicam mais em campo, como foi o Toledo ontem que correu muito mais que o Coritiba.
Mas mesmo assim é inadmissível ver um clube com a estrutura profissional do Coritiba perder um jogo para um "catadão" de jogadores como é o time da "cidade do porco no rolete".
O apoio incondicional de alguns torcedores está cada vez mais cego.
E isso não é de hoje. Desde a conquista do tetra-campeonato estadual, o Coritiba vem sendo ridicularizado nos últimos três anos no campeonato paranaense.
Em 2014 conseguiu ser eliminado nas semi-finais dentro de casa para o Maringá. Em 2015 foi goleado pelo Operário, dentro de casa, na final. E em 2016, já conseguiu perder para o Toledo e hoje se encontra na quarta posição na tabela.
E para aqueles que se contentam apenas em não ser rebaixado no campeonato brasileiro, tudo isso está dentro da normalidade, ou melhor, no planejamento.
E o que a diretoria está fazendo para mudar isso? Sinceramente, eu não sei.
Pelo jeito não analisaram o histórico de Gilson Kleina quando este foi contratado. Qual é a probabilidade de um treinador dar certo quando se percebe que seus últimos trabalhos foram muito ruins?
E o pior é ver o treinador tentando justificar seu fracasso ao dizer que vem dando chance para os jogadores da base. Nem isso serve como desculpa, pois os jovens que vem sendo escalados, com exceção de Guilherme Parede, terminaram o Campeonato Brasileiro como titulares, como Wallison Maia, Juninho e Thiago Lopes. Então se houve alguém que fez estes atletas se firmarem foi Pachequinho, e não Gilson Kleina.
O treinador vem errando na escalação do time e seu sistema tático.
Não adianta a escalação de três jogadores no ataque, se não existe criação na meia-cancha. A falta de articulação na meia, faz com que os zagueiros tenham que sair jogando com chutões, e isso na maioria das vezes prejudica o início e a continuidade da jogada de ataque.
E a falha de marcação no primeiro gol do Toledo? Onde estava o jogador que deveria fazer a marcação pelo lado direito da zaga nas bolas cruzadas? Isso não deveria ser fruto de treinamento?
O mínimo que um jogador profissional deve ter é noção de marcação, e o primeiro gol do Toledo mostrou que alguns jogadores do Coritiba parecem não ter a menor noção disso.
E se o time Alviverde não consegue criar uma jogada contra um Toledo da vida, o que acontecerá quando enfrentar um Corinthians, um Atlético Mineiro, um Palmeiras?
Para alguns será um grande problema, para outros estará tudo dentro da normalidade, ou melhor, dentro da nova normalidade que é ter várias justificativas para os contínuos fracassos dentro de campo.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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