Falando de Bola
Na entrevista exclusiva que o presidente deu ao canal oficial do Coritiba, respondendo às perguntas dos sócios, me chamou a atenção o fato dele ter dito de que daqui em diante os resultados serão cobrados, e se eles não acontecerem, mudanças serão realizadas.
Acho que o presidente apenas está protelando uma situação que parece bem visível a olhos nus. E apesar de torcer pelo contrário, não acredito que o treinador passará da sexta rodada.
Independente da qualidade do material humano que foi dado ao treinador, o fato é que o time parece ter involuído do começo da temporada para cá.
E isso ficou claramente evidente na final do campeonato, onde a atuação do time foi horrível e medíocre. Nenhuma jogada ensaiada, nenhuma infiltração, nenhuma inversão de jogada, nenhuma mudança tática, nenhum arremate ao gol.
Analisando friamente, a atuação do Coritiba, não só no atletiba decisivo, mas ao longo da temporada, já seria suficiente para a diretoria perceber que o treinador tem pouco a oferecer, e efetuar a troca necessária antes do início da Série B.
Mas, o presidente em sua convicção, ou seria teimosia, ainda insiste e quer acreditar que o Coritiba, como em um passe de mágica, passará a ter bons resultados da noite para o dia, sem mudanças na comissão técnica.
E o que mais me preocupa, de acordo com o que ouvi na entrevista concedida, foi o fato do presidente achar que agora pode cobrar resultados em razão de ter trazido os tais reforços pontuais.
Será que o presidente não percebeu que o time que entrará em campo contra o Sampaio Correia tem várias mudanças, inclusive com a chegada de novos jogadores, e assim como cobrar de imediato resultados de uma equipe que para o torcedor passa a ser uma incógnita?
A maneira com que o futebol do Coritiba vem sendo gerido este ano é muito parecida com a que o Paraná Clube costumava fazer e não dava nenhum resultado, quando montava praticamente duas equipes na temporada, uma para jogar o paranaense, e outra para o campeonato brasileiro. E aí, o time entrava na Série B completamente desentrosado, uma verdadeira incógnita.
Essa é a impressão que temos do Coritiba de hoje. Doze reforços já foram contratados, e seis deles, os que vieram no início da temporada foram reprovados, pelo menos por parte da torcida.
Diz ainda o presidente que três jogos são insuficientes para se avaliar o zagueiro Alan Costa, mas quem conhece a carreira do jogador já sabia que ele pouco tinha a oferecer tecnicamente ao clube. Seria muito mais fácil admitir os equívocos do que tentar justificar em razão da necessidade urgente de contratação.
E dos cinco que chegaram, não se pode afirmar com exatidão que serão a solução para o clube neste ano complicado.
O fato positivo é que quatro deles, Vinicius Kiss, Jean Carlos, Chiquinho e Bruno Moraes foram destaques em suas equipes no campeonato paulista, mas por outro lado, todos eles possuem números modestos em suas carreiras, e com a pressão que é jogar no Coritiba, fica a dúvida se irão conseguir demonstrar o mesmo futebol.
Jogar no Novorizontino, São Caetano e Botafogo/SP é uma coisa. Ter a responsabilidade de vestir a camisa de um clube tradicional e que vive uma enorme pressão, que tem como principal meta a volta a primeira divisão é outra totalmente diferente.
Então, por isso, não os colocaria como os tais reforços pontuais prometidos lá atrás, mas sim jogadores que poderão ser úteis no decorrer da temporada.
O problema é que o Coritiba precisa de muito mais do que apenas jogadores úteis. Precisa de jogadores que tenham uma liderança técnica, que ganhem jogos e assim, tragam moral e confiança para o grupo de jogadores.
Portanto, não há mais tempo para esperar. As vitórias precisam começar a aparecer já na primeira partida. Caso contrário, tudo ficará mais difícil.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)