Falando de Bola
Estamos de volta ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído. Um time grande e tradicional como o Coritiba tem que se acostumar novamente a estar na elite do futebol brasileiro. Não podemos mais ser vistos como um time que não consegue se estabilizar na primeira divisão.
A Série B não é lugar para um clube que tem a torcida que o Coritiba tem. Ela merece muito mais do que o clube vem dando nos últimos anos. A torcida alviverde teria todos os motivos para largar tudo e deixar o Coritiba navegando sozinho em mares revoltos. Mas não, ela sempre está ao lado do clube, não importando o momento que ele vive.
O jogo contra o Brasil de Pelotas deu a exata dimensão do que é a torcida Coxa-Branca. Me faltam palavras para descrever o que vivi não só dentro do Couto Pereira, mas nos arredores dele também. A sensação vivida no último domingo foi algo extraordinariamente maravilhosa, daqueles que me fizeram se emocionar antes mesmo da bola rolar. As primeiras lágrimas que escorreram dos meus olhos foram com o time ainda no aquecimento, enquanto a torcida cantava o seu amor pelo Coritiba.
Já vivi muitas emoções no Couto Pereira, mas me surpreendo a cada vez que vivo uma emoção nova. É impressionante o que o Coritiba faz com a gente. Me torno uma criança a cada vez que visto minha camisa do Coxa e vou para o Couto. E aí tenho cada vez mais a certeza de que independente do retorno que o Coritiba me dá, o amor por esse clube só cresce cada vez mais.
Agora, com o retorno à elite, temos que começar a planejar o futuro para que consigamos permanecer na Série A. Não será uma tarefa fácil para um clube que tem capengado nos últimos anos. O futebol de hoje é muito competitivo e a injusta distribuição de recursos no futebol brasileiro tem criado um abismo muito grande entre alguns times. Por isso a diretoria precisa ser assertiva na execução do planejamento para o próximo ano.
O primeiro caminho é avaliar de forma coerente e sem levar pelo lado da gratidão o elenco atual. Como um clube profissional, o Coritiba precisa deixar de lado os sentimentos e fazer as avaliações de forma racional. Esse será o primeiro passo para a formação de um elenco em condições de fazer uma excelente Série A.
O segundo passo é a manutenção da comissão técnica. Se em seu primeiro ano no Brasil e sem ter conhecimento notório do futebol brasileiro, o técnico Gustavo Morínigo e sua comissão conseguiram levar o Coritiba a cumprir o seu principal objetivo na temporada, imaginem o que eles podem fazer com mais conhecimento e mais recursos para a montagem de um elenco mais forte.
Tenho muita esperança em ver um Coritiba diferente, um clube voltando a se manter entre os grandes, honrando a sua tradição e os nomes históricos que já passaram pelos portões do Alto da Glória.
Se com um time em dificuldades, a torcida alviverde tem dado um verdadeiro espetáculo na arquibancada, começo a imaginar de olhos fechados o que vai acontecer no Couto Pereira com um time que tenha condições de honrar a camisa do clube.
Será algo maravilhoso!
Saudações Alviverdes
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