Falando de Bola
Desde o jogo contra o Sport/PE, quando vencemos por 1x0, que a CBF aprovou o credenciamento do COXAnautas para o campeonato brasileiro e consequentemente o meu pedido para poder acompanhar as partidas do Coritiba no Couto Pereira como jornalista.
Isso tem me feito observar detalhes que, com o estádio com público, eu jamais conseguiria. E são esses detalhes que eu quero começar a trazer ao leitor do COXAnautas a partir de hoje.
A ideia é após cada partida, trazer detalhes que as vezes não são perceptíveis quando vemos o jogo na televisão.
O aquecimento
No aquecimento de ambos os times, algumas conclusões podem ser tiradas.
Uma delas é a qualidade da batida de bola do artilheiro German Cano. É impressionante a qualidade do gringo para bater na bola. Todas as bolas que chegam para ele bater tem como destino final a meta adversária. Se o goleiro não estiver em um dia inspirado, pelo menos uma vai morrer no fundo das redes.
Vi algo parecido em Sarrafiore. As bolas batidas pelo meia foram todas parar dentro do gol de Wilson ou Muralha. Pega muito bem na bola. Típico jogador que precisa jogar próximo ao gol e não marcando lateral pelas pontas.
Por outro lado, o atacante Robson, já no aquecimento, isolou todas as bolas que chutou, de forma bem parecida com a excelente oportunidade que perdeu aos 14 do primeiro tempo. Ainda bem que na hora do pênalti a pontaria do jogador estava calibrada.
A liderança de Wilson
Assim como eu já tinha percebido nos jogos contra Sport/PE e Atlético/MG, a liderança que Wilson exerce junto ao time é facilmente percebida. Com gritos lá do seu gol, o goleiro tenta orientar o time a todo momento.
As excelentes defesas nos chutes de Cano e de Guilherme Parede reforçam ainda mais a sua liderança, aliando a experiência com a excelente fase embaixo das traves.
Se ofensivamente a equipe não vai bem, lá atrás tem um goleiro que vem ajudando com que a situação da equipe não seja ainda pior.
Se a discussão Wilson ou Muralha ainda gerava algumas dúvidas, com as atuações do atual goleiro Coxa-Branca, a titularidade está definida.
O pênalti
Quando foi marcado o pênalti para o Coritiba, já na primeira cobrança Jorginho pediu para que Robson batesse. Pelo menos foi essa impressão que eu tive lá do lugar onde ficam os jornalistas e fotógrafos, na social superior.
Mas Sabino, o cobrador oficial, foi lá, pegou a bola e bateu.
Assim que o juiz mandou voltar a cobrança, Jorginho não pensou duas vezes e ordenou que Robson batesse, gritando até de forma enérgica para que Sabino saísse da bola.
Robson foi lá, bateu e fez o gol. Todos comemoraram, inclusive Sabino. Afinal o gol tirava o Coritiba da zona de rebaixamento.
Jorginho mostrou que sabia o que estava fazendo.
O assistente de vídeo
A vitória que a partir do gol de Robson era certa, quase deixou de ser quando o VAR chamou o juiz sobre um possível pênalti de Rodolfo Filemon.
Ali das arquibancadas é difícil saber o que aconteceu. A única coisa que passava pela cabeça era torcer para que o juiz interpretasse como um lance normal. Mas como do outro lado estava um gigante do futebol brasileiro tudo era previsível, inclusive a marcação do pênalti.
Fui bem na direção da cabine do VAR para ver a reação dos jogadores. Não deve ser uma decisão fácil para o juiz, pois os jogadores, de ambos os lados, tentam o influenciar na decisão.
Fellipe Bastos, o experiente volante do Vasco, era o mais exaltado: “Calçou, calçou, é pênalti. Tem que dar, deu pro Coxa tem que dar este também. Pênalti claro, professor.”
Enquanto isso Natanel, o mais jovem jogador do Coritiba, parecia um veterano dizendo para um jogador do Vasco que não tinha sido nada.
A história final todos conhecem, mas não deve ser fácil ser juiz de futebol.
A "cena"
Jogador brasileiro é malandro demais. Já cai gritando antes mesmo de receber o contato. Não tenho dúvidas que grande parte da encenação do jogador brasileiro teria um resultado melhor se ele continuasse na jogada.
Quem percebeu o grito de Neto Borges quando foi “calçado” por Rodolfo Filemon entenderia perfeitamente o porquê que existem jogadores brasileiros que não se dão bem no futebol europeu. Tentam ganhar tudo na malandragem.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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