Falando de Bola
Ao ver o aquecimento dos jogadores de Coritiba e São Paulo antes da partida fica fácil entender o porquê da morosidade que assola os jogadores Alviverdes.
Enquanto os atletas do time paulista faziam uma roda de bobinho onde todos se movimentavam, sem ficarem estáticos, os jogadores do Coxa faziam aquela roda de bobinho tradicional, que brincávamos quando crianças, onde grande parte fica parada em círculo enquanto dois jogadores tentam retomar a bola.
A interessante movimentação dos atletas do São Paulo ajuda muito em uma preparação para o jogo, pois lhes dá noção de deslocamento. Enquanto do outro lado víamos jogadores estáticos, que durante as partidas não dão opções de passes.
A comissão técnica do Coritiba poderia observar melhor o aquecimento de seus adversários para trazer novidades que melhorem a performance de seus jogadores.
O tão falado jogo propositivo do técnico Fernando Diniz tem seu lado positivo, como a movimentação dos zagueiros, que ficam abertos quando o time está com a posse de bola, transformando os laterais em alas. Os zagueiros Diego Costa e Léo viram laterais, e um volante, no primeiro tempo foi Tchê Tchê e no segundo foi Daniel Alves, fica no meio do zagueiro para iniciar a saída de jogo do time, na maioria das vezes de forma qualificada.
Por outro lado, o São Paulo concede espaços enormes ao adversário, em função dos seus jogadores de defesa na maioria das vezes estarem à frente do círculo central.
Quando o Coritiba fez 1x0, como era previsto, o São Paulo se lançou ao ataque e deixou praticamente inteiro o seu campo defensivo a disposição do Coritiba. Mas a falta de leitura de jogo e ousadia do técnico Jorginho, fez com que o time Alviverde em vez de aproveitar o espaço e buscar o segundo gol, recuasse de forma covarde e fosse amassado pelo time paulista.
Não foi à toa que o São Paulo deu 18 chutes ao gol enquanto o Coritiba deu apenas três.
Se o time Alviverde aproveitasse o espaço dado pelos paulistas e não atuasse de forma covarde, estaríamos hoje fora da zona de rebaixamento.
Não me lembro de ter visto um jogo do Coritiba em que o time tenha dado tantos chutões como o de ontem.
O time de Jorginho não teve uma saída de bola trabalhada, apenas rebatia as investidas do São Paulo na expectativa de que Robson ganhasse uma bola lá na frente.
O título de pior time do campeonato até aqui para o Coritiba, mesmo que não esteja na lanterna, não é à toa. O que o time Alviverde vem mostrando no Brasileirão pode ser qualquer coisa, menos futebol.
Que o técnico Fernando Diniz é um cara enérgico todos já sabem. Mas ao assistir um jogo em um estádio vazio, é perceptível o quanto ele tenta incentivar seus jogadores.
Mas, tem o outro lado também. Que o digam o meia Vitor Bueno e o atacante Luciano, que foram os jogadores que mais sofreram com os impropérios do treinador.
Diniz, que colocou Bueno no segundo tempo, pegou o tempo inteiro no pé do jogador. Em um momento chegou a falar: ” Vamos Bueno, vamos! Porra, está com preguiça! ”
Com Luciano o técnico também não amenizou. Em um lance próximo ao treinador, o atacante ficou segurando a bola para tentar uma falta de Guilherme Biro que não aconteceu. Fernando Diniz não aguentou e disparou: ” PQP, solta essa bola, Luciano! Seu fominha do c*!”
Não satisfeito com o rendimento do atacante, no final da partida o treinador queria colocar o atacante Trellez no lugar dele. No último escanteio da partida, Luciano queria aguardar a cobrança, mas Fernando Diniz ordenou para que ele saísse: ” Saí daí Luciano. Saí daí, eu mandei você sair! O jogador, que já tinha cartão amarelo, saiu muito irritado e chutou com força a bola nas placas de publicidade. O juiz que estava a menos de 5 metros do jogador nada fez.
Do lado Alviverde, Jorginho parece não conseguir mais motivar seus jogadores. Fica evidente no semblante dos atletas Alviverdes a sensação de desânimo, principalmente para aqueles que estão no banco de reservas.
É muito difícil ver no Coritiba atualmente um jogador entrar no segundo tempo e mudar o panorama da partida. A maioria deles entra “trotando” em campo.
Como foi o caso do atacante Pablo Thomaz. O jogador chegou a receber uma bronca gigante do técnico Jorginho por não acompanhar uma jogada na intermediária ofensiva, deixando com o que o jogador do São Paulo recebesse a bola com grande tranquilidade.
A desmotivação aliás, parece ser uma coisa que está enraizada no Coritiba. Não é de hoje que alguns jogadores entram em campo com a impressão de não terem a menor motivação para jogar no Coritiba. O que parece ser atualmente o caso do meia Sarrafiore. Da grande expectativa que rondou sua chegada, para uma simples opção de banco que é preterida por outros jogadores.
Ontem no Couto Pereira tivemos a oportunidade de ver em campo um dos jogadores mais vitoriosos do futebol mundial, se não for o maior.
Mesmo próximo do fim de sua carreira, Daniel Alves ainda mostra o quanto é diferenciado. Com refinado toque de bola e orientação ao time, o agora meio-campista é um dos jogadores mais importantes do time paulista. E deve ser usado como exemplo para os jogadores que estão começando a carreira, e já se mostram desmotivados.
Se Matheus Bueno, Luiz Henrique, Sarrafiore, Pablo Thomaz e cia tomassem Daniel Alvez como exemplo e jogassem 10% do que ele já jogou, com certeza o Coritiba teria grandes jogadores.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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