Falando de Bola
Minha última coluna por aqui foi há mais de trinta dias. E não tenho escrito, não por falta de assunto, mas talvez pela desmotivação de falar sempre sobre o mesmo assunto: a mediocridade do Coritiba dentro de campo.
Ontem, por compromissos pessoais, não tive o desprazer de ver mais uma apresentação pífia dos comandados de Eduardo Baptista, o qual ainda estou esperando fazer o time jogar bola dentro de campo, e não apenas discursos evasivos fora dele. Mas se não posso analisar com precisão a partida de ontem, o que vi nos jogos contra Sampaio Corrêa, Atlético/GO, Criciúma, Oeste, Brasil de Pelotas, Boa Esporte, Vila Nova, Londrina, CRB e Avaí me trazem fundamentos suficientes para dizer que este é o pior Coritiba que já vi em meus 43 anos de idade.
Alguns poucos, disseminados pelas redes sociais, "criticam as críticas" dizendo que o time está no G4. "Ora" Senhores, estar no G4 é o mínimo que o time de maior orçamento da Série B pode fazer ao enfrentar adversários tão pobres, tanto financeiramente quanto tecnicamente.
A diferença de valores de cotas televisivas do Coritiba para 18 clubes da Série B, com exceção do Goiás que recebe 9 milhões a menos, é de 29 milhões de reais. Isso mesmo, o time Alviverde recebe quase seis vezes mais que a maioria absoluta de seus concorrentes, e nem assim consegue montar um time capaz de vencer jogos sem passar sufoco, ou mesmo conseguir vencer adversários fracos longe do Couto Pereira.
E não cabe aqui dizer que a grande parte do orçamento para o futebol está sendo utilizada para quitar débitos anteriores é o fator preponderante para este fraco desempenho na Série B, pois os demais times também tem dívidas e alguns ainda convivem com salários atrasados. Ou seja, mesmo com parte do orçamento do futebol comprometido, o Coritiba tinha obrigação de estar apresentando melhores resultados.
Dois fatores contribuem ainda mais para fundamentar a cobrança em relação ao time que foi montado.
Um deles é que nos cinco jogos fora de casa que o Coritiba disputou, considerando que o primeiro contra o Sampaio Corrêa foi com os portões fechados, o público foi de 8.757 pagantes, uma média de pouco mais de 1.757 pagantes por partida. Ou seja, nem a pressão exercida pela torcida adversária pode ser usada como desculpa para os maus resultados. Se contarmos então, que em alguns destes jogos tivemos a presença do torcedor Alviverde, a situação fica ainda pior.
E outro fator que pesa nesta balança é o fato do time com o maior orçamento da Série B ter também a pior campanha como visitante, com 3 empates e 3 derrotas, gerando um aproveitamento de 16,66%. Muito baixo levando-se em conta a diferença orçamentária para outras equipes.
O fato do time estar sendo comandando pelo técnico Eduardo Baptista já há nove jogos, ainda estar colocando novos jogadores em campo (agora a base voltou a ser a salvação depois que os reforços pontuais não deram certo, mais uma vez) e estar apresentando rendimento pífio dentro de campo, prova que muita coisa precisa ser alterada no Coritiba, principalmente na maneira com que se está conduzindo o futebol do clube, para que o time possa dar ao seu torcedor a motivação necessária para que ele volte a frequentar o Couto Pereira em bom número.
Neste momento exigir que o torcedor abrace o clube é até legítimo e faz parte de uma ideologia de um futebol do passado, quando as coisas da bola eram tratadas com mais romantismo. O problema é que hoje em dia isso é cada vez mais raro, portanto se dentro de campo o Coritiba continuar tendo um time de legítimos pangarés, a torcida provavelmente se afastará cada vez mais. São poucos aqueles que realmente estão dispostos a encarar horários alternativos, dias frios e chuvosos para saírem irritados ou frustrados do estádio.
Se daqui em diante,nada for feito, e a diretoria continuar com sua egocêntrica opinião de que está no caminho certo na montagem do time, acabaremos o ano com 400 torcedores na última partida na Série B, contra o Fortaleza, em 24/11/2018.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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