Falando de Bola
A cada vitória do Coritiba no campeonato brasileiro, raras por sinal, sempre tem alguém se manifestando em redes sociais dizendo para deixar o "homem" trabalhar.
Para estes o Coritiba irá se encontrar em campo, e os "cornetas" acabam atrapalhando o "bom trabalho" que vem sendo feito.
O homem no caso é o treinador Pachequinho.
É importante lembrar que Pachequinho reassumiu o Coritiba em 02/06/2016, após a demissão de Gilson Kleina.
Neste Brasileirão, o treinador dirigiu o Coritiba nove vezes, obtendo 2 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, com aproveitamento de 37%.
No tempo que está dirigindo o time em 2016, Pachequinho teve praticamente cinco semanas cheias de trabalho entre um jogo e outro. Ou seja, tempo para trabalhar ele teve, mas os resultados não estão vindo.
Isso não quer dizer que o fracasso do Coritiba deve ser atribuído apenas ao treinador. É sabido que o elenco foi muito mal montado.
Só neste ano, o Coritiba já fez no mínimo 16 contratações, isso sem contar negócios obscuros como os "gordinhos" Dion e Ricardinho, e ainda percebe-se claramente que o time é muito frágil, não tem uma estrutura tática, muito menos um conjunto.
E isso fica evidenciado quando se vê o time Alviverde insistindo em "chuveirinhos" para a área adversária, mesmo sem ter um atacante de referência para aproveitar as bolas alçadas.
As contratações que chegaram, foram em sua grande maioria de jogadores que estavam encostados em seus clubes ou sem contrato, casos mais recentes de Bernardo e Neto Berola.
Assim, o jogador chega sem ritmo de jogo e condição física bem abaixo dos demais, e demanda um tempo grande para estar apto para agüentar os noventa minutos. O fato de Bernardo, que tecnicamente é superior a grande parte dos meias Alviverdes, ter entrado apenas aos 39 minutos do segundo tempo contra o Flamengo prova isso.
Deveria ser demitido quem avaliou a vinda de alguns jogadores, como Felipe Amorim, por exemplo.
Mas Pachequinho tem sua parcela de contribuição, e não é pequena.
Ontem, contra o Flamengo, ficou evidente a falta de atitudes inteligentes do treinador Alviverde.
Primeiro, o treinador sacou Raphael Veiga quando este finalmente tinha "entrado no jogo", para colocar o fraco Felipe Amorim. Ali, Pachequinho matou todas as tentaivas de ataque pelo lado direito.
Para tentar armar a equipe, recuou Kleber e colocou Kazim mais a frente pelo meio, deixando Iago e Felipe Amorim pelas pontas. Assim, o Coritiba conseguiu a proeza de ir para o abafa, mas não arrematar nenhuma bola com perigo ao gol de Alex Muralha.
E para completar a inércia na beira do campo, esperou até os 39 minutos da segunda etapa para colocar mais um meia em um time que insistia com chuveirinhos sem ninguém para aproveitá-los, quando tinha no banco o atacante Ortega, que poderia ficar fixo na área para esperar os diversos cruzamentos.
O não aproveitamento do único atacante de área no banco, prova ainda mais a incompetência no departamento de futebol que contratou um jogador que na visão de seu treinador não serve nem como alternativa para um momento específico do jogo.
Ao afirmar que Pachequinho está como interino até o final do primeiro turno, e somente após será feita uma avaliação sobre a contratação de um novo técnico ou não, é uma das atitudes mais burras de uma diretoria que já vi na história do Coritiba.
Ou seja, estão deixando um grande ídolo Alviverde estagiar em um difícil campeonato brasileiro, onde uma queda para a segunda divisão poderá trazer prejuízos imensuráveis ao clube.
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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