Falando de Bola
O Coritiba segue perdido dentro e fora de campo
Se não bastassem os péssimos resultados dentro das quatro linhas – algo que se tornou rotina desde que a Treecorp assumiu a administração do Coritiba –, fora de campo a situação também não inspira confiança.
O episódio Rafinha é um reflexo claro do que o clube se tornou. A falha de comunicação entre Coritiba, assessoria e jogador transformou a participação do lateral em uma festividade do Bayern de Munique em um problema que agora precisa ser administrado.
A solução era simples: bastava o clube emitir uma nota oficial informando a presença de Rafinha no evento. A torcida reclamaria, como sempre, mas em poucos dias o assunto seria esquecido. No entanto, ao tentar esconder a viagem, o jogador colocou o clube em uma saia justa. E como já diz o ditado, "a mentira tem pernas curtas". O torcedor não perdoa e já pede a dispensa do atleta.
Assim, Rafinha, que retornou ao Coritiba para encerrar sua vitoriosa carreira com dignidade, corre o risco de se despedir pela porta dos fundos.
Enquanto isso, um outro jogador do elenco também não esteve presente no amistoso contra o Santos, mas por um motivo bem diferente. O meia Josué, que viajou a Portugal para acompanhar a sogra em estado grave, demonstrou respeito ao clube e ao torcedor, e prestou um esclarecimento sincero nas redes sociais.
De um lado, um jogador desrespeita a instituição e viaja para celebrar. Do outro, um atleta mostra hombridade e lida com um momento delicado de forma transparente. O contraste entre as atitudes diz muito sobre o momento do Coritiba.
O Coritiba segue se prestando a papel de coadjuvante
Se a vergonha contra o Santos não fosse suficiente, agora o Coritiba será sparring do Botafogo, atual campeão brasileiro e da Libertadores.
Fico me perguntando qual o objetivo desses amistosos. Certamente não é testar o time, pois a disparidade técnica entre as equipes é enorme. Pelo menos, o jogo contra o Botafogo não terá o apelo midiático e caça-níquel do amistoso contra o Santos.
Aliás, que cena lamentável foi aquela no Couto Pereira no último domingo. O Coritiba praticamente recepcionou o Santos com um tapete vermelho, permitindo que o adversário entrasse em campo com seus mascotes, jogasse com seu uniforme principal dentro da nossa casa e ainda desfilasse pelo gramado enquanto goleava sem esforço.
Ironias à parte, faltou apenas um tapete nas cores do rival para completar a humilhação. Uma humilhação que, sob a gestão da Treecorp, tem se tornado rotina.
Um time sem liga e sem rumo
Não há dúvidas de que esse time do Coritiba não encaixou. Há alguns bons jogadores, mas a mistura simplesmente não funcionou. O próprio Mozart, em entrevista após a goleada para o Santos, admitiu que ainda não encontrou uma forma de fazer esse time jogar.
Mozart, se após três meses de trabalho você ainda não encontrou um esquema funcional, há dois cenários possíveis: ou a mão de obra à sua disposição não tem qualidade suficiente, ou está faltando comprometimento dos jogadores. O diagnóstico está contigo.
Mas sejamos sinceros: você também tem sua parcela de culpa. Escalar três centroavantes contra o Santos? Algo assim não me lembro de ter visto no Alto da Glória – pelo menos não desde o apito inicial. Com essa estratégia, fica difícil entender qual sua ideia de jogo.
Ainda acredito que você seja mais uma vítima da Treecorp, mas nos ajude a te ajudar. Do jeito que o time está jogando, você não sobrevive a cinco rodadas da Série B.
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