Falando de Bola
Deu a lógica no primeiro jogo das finais do campeonato paranaense. Na hora H, a camisa Alviverde pesou, o Couto Pereira, mesmo com público muito pequeno, fez a diferença, e o Coritiba largou na frente na decisão.
É sempre assim, a crônica em geral coloca o time deles como favorito, mas no final, na maioria das vezes, quem sai sorrindo é a torcida Coxa. E para não ser diferente, o “bom freguês a casa torna”.
Dentro de campo, Sandro Forner, consciente das limitações do seu time, colocou a garotada para marcar. Com três volantes na meia-cancha, anulou os bons meias, Matheus Anjos, João Pedro e Marcinho. Sem espaço para criar, o rival teve muitas dificuldades para chegar ao gol de Wilson. E quando conseguiu, o goleiro Alviverde mostrou segurança.
Sem chances de criar no meio, restou ao Atlético alçar bolas na área Coxa. O problema é que o centroavante deles é baixinho. E sem um bom cabeceador, o perigo pouco rondou a área de Wilson.
A zaga trabalhou muito bem, principalmente com Thalisson Kelven, que vem se tornando um grande zagueiro. Romércio deu alguns sustos, não passa confiança, mas o time conseguiu não levar gols. E os laterais, se preocuparam mais em marcar, fazendo com o que o time tivesse dificuldades de criação de jogadas pelos lados. Na única delas, Pablo deu um bom passe para Evandro, que quase fez o gol.
Com o time marcando forte, principalmente na meia-cancha, restava encontrar uma bola. E ela veio na bonita cobrança de falta de Julio Rusch. Com a vantagem no placar, o Coritiba deu ainda mais a posse de bola ao adversário e tentou sobreviver de contra-ataques. O problema é que esses contra-ataques praticamente não vieram.
Esse é mais um dos vários problemas que Sandro precisa corrigir no seu time. A transição do time é muito lenta. O time Alviverde conseguiu fazer uma boa marcação, mas tem uma grande dificuldade de criar jogadas de ataque e concluir com precisão.
Tudo bem que Kleber e Alecsandro, que teoricamente são os homens-gols da equipe, estão fora. Mas se o time não criar no meio e nas pontas, nem com eles o time vai estufar a rede adversária.
E esse será um grande desafio no jogo da volta, na Baixada. Muito provavelmente, Sandro Forner vai tentar se utilizar da mesma tática, anulando primeiramente o adversário, para depois tentar jogar. O problema é que lá, a pressão será muito mais forte, e se o Coritiba não conseguir criar uma jogada bem sucedida de contra-ataque, sua situação ficará muito complicada.
Kleber e Iago Dias voltaram a treinar com o grupo nesta manhã. Se estiverem em boas condições físicas são titulares absolutos e podem ajudar o time a conquistar (mais um) título na casa do rival.
A vitória mesmo com o time tendo muitas dificuldades e sendo em cima do time C do Atlético serve para o torcedor vibrar, tirar sarro do seu rival e ganhar um pouco de confiança para o jogo da volta. Mas que isso não iluda quem lida com o planejamento de futebol do clube, pois o Coritiba ainda está muito longe de ser um time confiável e que lutará para voltar para a Série A.
Domingo, todos os caminhos levam para a Baixada. Eu estarei lá, e você?
Saudações Alviverdes
Ricardo Honório
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