Falando de Bola
O título do post de hoje me remete à célebre frase do lateral-esquerdo Romário na vitória do Coritiba por 1x0 contra o Confiança, quando após um defensor do time sergipano pedir para que o seu companheiro fechasse o espaço da perna direita de Robinho por conta dele ser destro, o meia alviverde usou a perna esquerda para cruzar na cabeça de Waguininho, que cabeceou sem chances ao goleiro adversário, marcando o gol que deu a vitória ao time alviverde. Na ocasião, Romário como um profundo pensador falou: "É destro, mas é canhoto também!"
Resolvi brincar com as palavras, como fez Romário, para me manifestar após a derrota do Coritiba para o Operário. Derrota aliás, que começa a criar uma situação complicada para o time alviverde em Ponta Grossa, pois a última vitória lá foi em 2011.
A temporada 2022 começou agora. O Coritiba fez apenas o segundo jogo no ano, o que torna qualquer avaliação sobre o time precipitada. Os jogadores ainda estão longe da forma física e técnica ideal, alguns titulares estão de fora, outros estão voltando aos poucos, e o time ainda tem algumas peças novas que precisam de entrosamento com o grupo e melhor entendimento do que pretende o técnico Gustavo Morínigo.
Por outro lado, para alguns jogadores já passou da hora de procurar um novo rumo. Eles inclusive, não precisam nem mais ser testados, ou alguém acha que Alex Muralha e Matheus Sales vão jogar mais do que apresentaram nas duas primeiras partidas?
Muralha já chegou até a seleção brasileira, em uma convocação até hoje difícil de entender. Não é um goleiro de todo ruim, mas joga em uma posição ingrata, onde o ocupante não pode falhar e mais, precisa passar confiança de que ali está um cara que vai salvar o time quando necessário. E ele não passa isso. Pelo contrário. Está mais do que na hora do Coritiba ter um goleiro que faça a torcida relembrar de grandes goleiros que já vestiram a camisa Coxa.
Eu duvido que tenha algum torcedor Coxa-Branca que ainda queira ver Matheus Sales no Coritiba. Dono do maior salário do elenco, graças a renovação encaminhada por Rodrigo Pastana, o jogador é dono de um péssimo custo benefício ao clube. Entrega muito pouco pelo que ganha. Já mostrou no passado que é bom jogador, mas a impressão que se tem é que já tirou do Coritiba o que queria, e assim não faz a mínima questão de fazer mais pelo clube.
Não existe a menor necessidade de testar jogadores como eles no Campeonato Paranaense, pois já sabemos o que podem entregar. Quem devem ser testados são meninos como Rafael Willian, Márcio, Thalisson, Angelo, Bernardo, Biel, Luizão, Lucas Ronier, entre outros. Medalhões não se testa, pois já se sabe o que podem fazer.
E o mesmo vale para jogadores como Matheus Alexandre, que até hoje não entendo o motivo da renovação de seu contrato, mesmo com o atleta mostrando muito pouco nos jogos em que atuou na Série B, e Robinho. Se em dois jogos já vimos que o jogador pouco tem a acrescentar, que Morínigo teste o menino Diogo que, mesmo com 17 anos, já mostra muita personalidade no Sub-20.
Portanto, qualquer crítica que venha a ser feita para o time como um todo é precipitada, pois com os jogos sendo usados para testes é natural vermos a equipe oscilar, principalmente quando enfrenta adversários mais cascudos. Porém, as críticas são pertinentes quando esses mesmos jogos são usados para testar medalhões que pouco tem a mostrar a mais do que a torcida já conhece.
Que esses primeiros jogos tenham dado a comissão técnica e a diretoria uma exata noção de que algumas carências ainda existem e que elas precisam ser sanadas. O Coritiba está trazendo jogadores interessantes, fazendo um excelente movimento no mercado de futebol até o momento, mas todo esse trabalho pode ser comprometido se carências em posições fundamentais não forem supridas.
Saudações Alviverdes!
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